247 – "Bolsonaro quer transformar o Brasil em Cuba, mas numa Cuba anterior à revolução, que era um país totalmente submisso aos Estados Unidos". A frase é do médico João Marcelo Goulart, neto do ex-presidente João Goulart e profissional do programa Mais Médicos, na cidade de Canoas (RS). Goulart conhece Cuba de perto. Durante seis anos, ele estudou na ilha, como aluno da Escola Latino Americana de Medicina, idealizada por Che Guevara. Quando se formou, o governo brasileiro estava lançando o Mais Médicos, programa ao qual ele e sua esposa, que é equatoriana também formada na Elam, aderiram.
De volta ao Brasil, João Marcelo atuou na Rocinha, no Rio de Janeiro, e pôde conhecer de perto a precariedade da saúde pública brasileira. "Infelizmente, a saúde pública é tratada no Brasil como mercadoria", diz ele. "Por isso, muitos profissionais não atuam em áreas consideradas de risco ou mais remotas". Hoje como supervisor na cidade de Canoas (RS), João Marcelo teme pela continuidade do Mais Médicos. "Tenho a esperança de que continue, mas não sabemos se haverá médicos brasileiros dispostos a atuar no meio da Amazônia", afirma.
Sobre o quadro político, ele afirma sofrer receio de represálias, mas espera poder continuar o sonho de atuar como médico da família, voltado a populações mais carentes do Brasil. Em entrevista ao programa "Leo ao quadrado", ele falou sobre sua experiência no Mais Médicos, sobre o legado de seu avô João Goulart e sobre os preconceitos relacionados a Cuba, país que tem expectativa de vida superior à do Brasil e dos Estados Unidos, mesmo sendo alvo de um embargo.
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