A campanha internacional pela libertação da secretária-geral do Partido dos Trabalhadores (PT) da Argélia, norte da África, Luisa Hanune, ganhou um importante reforço com o gesto do presidente Lula, desde a sua prisão em Curitiba.
Luisa foi candidata a presidente da República por três vezes – a primeira mulher argelina a candidatar-se a esse posto em 2004 -, e deputada por cinco mandatos consecutivos após 1997. Ela foi colocada abusivamente em “prisão provisória” por ordem do Tribunal Militar de Blida, onde compareceu para prestar depoimento como testemunha. Uma apelação lhe foi negada no último dia 20.
Luisa é acusada de “conspiração para prejudicar a autoridade de um comandante militar” e de “conspiração para mudar o regime”. São acusações absurdas em meio a extraordinária mobilização popular neste país muçulmano, onde, todas as sextas-feiras desde 22 de fevereiro, milhões de homens e mulheres tomam as praças e ruas (terça-feira é o dia das passeatas estudantis), com a bandeira de “fora o regime”.
Como disse uma nota de solidariedade da Comissão Executiva Nacional do PT, em 12 de maio, “a relação com a brutalidade contra a Luisa é evidente!”.
De sua parte, Luisa Hanune, que também é co-coordenadora do Acordo Internacional dos Trabalhadores e dos Povos, havia chamado, desde o final de 2017, à defesa de Lula contra a perseguição que lhe move a Justiça brasileira.
O importante gesto de Lula agora, confirma que não há fronteiras entre os povos, e que nem as grades das prisões podem abalar a solidariedade militante entre os oprimidos.
Em Brasília, o deputado Vicentinho (PT-SP) pediu audiência ao embaixador da Argélia para pedir a libertação de Luisa, em nome de uma delegação de partidos (PT, PCdoB, PSB, PSOL e outros) e entidades (CUT, MST, UNE, CMP etc.).
Circula um abaixo-assinado internacional e moções também são enviadas às autoridades argelinas – a Assembléia da República de Portugal votou um pedido de libertação de Luisa – além de centenas de personalidades, parlamentares e partidos de vários países.
Nenhum comentário:
Postar um comentário