PARA ENTENDER OS PROBLEMAS REUMÁTICOS
22/09/2008
Reumatismo é o termo mais difundido. Mas existe pelo menos uma centena de doenças catalogadas como reumáticas - que se manifestam por uma dor articular persistente. Entre elas estão artrite reumatóide, artrose, tendinite e lúpus. Problemas, é bom lembrar, que não atingem apenas os idosos, como é senso comum. São a segunda maior causa de incapacidade para o trabalho, conforme a Sociedade Paulista de Reumatologia.
Para desmistificar as várias manifestações da doença, bem como esclarecer seu alcance, em 12 de outubro a Sociedade Paulista de Reumatologia promoverá a III Ação Reumato, no Parque Villa Lobos, em São Paulo. A data foi escolhida pela Organização Mundial de Saúde (OMS) como o dia mundial de combate à artrite reumatóide.
O objetivo é alertar sobre os principais sintomas, os tipos mais recorrentes de reumatismo, prevenir sobre seus riscos, os tratamentos de ponta e, sobretudo, chamar a atenção para a importância do diagnóstico precoce e da própria figura do reumatologista, que muitas vezes vê os pacientes irem para os colegas ortopedistas.
A prevenção é mesmo o melhor remédio, afirmam os especialistas. Pouco adiantam os avanços da medicina se a população não estiver consciente do problema. Doenças reumáticas são constantemente confundidas com lesões musculares e problemas ortopédicos. Por isso, na maioria das vezes o tratamento é feito de maneira errada. O que poucas pessoas sabem é que as doenças reumáticas não acometem somente os idosos, mas indivíduos de qualquer idade - inclusive as crianças.
O reumatismo só perderia para as doenças psiquiátricas como motivo e ausência no trabalho. É um mal que pode levar à incapacidade física. Muitos dos problemas considerados mais corriqueiros, como dor na coluna, mascaram algo maior. A somatória de falta de informação e automedicação (esta última infelizmente, um hábito do brasileiro) são dos fatores que mais assustam os médicos. "Estamos passando por um momento considerado revolucionário do ponto de vista terapêutico, com novas medicações e tratamentos para doenças reumáticas. Porém, o primeiro passo para o tratamento adequado é a informação correta", destaca o José Carlos Szajubok, o presidente da Sociedade Paulista de Reumatologia. Doenças reumáticas devem ter a supervisão de especialistas.
Mas qual seria a fronteira que separa uma dor comum de uma doença reumática? "Caso sinta dor articular que seja persistente, a pessoa deve procurar imediatamente uma clínica de atendimento reumatológico", orienta Szajubok. Automedicar-se ou retardar a busca por um médico só atrapalha. "Prejudicará o diagnóstico e o problema ainda poderá se agravar," garante. A comunidade médica está preocupada com o retardo no diagnóstico. Para piorar, às vezes a doença é confundida com outra, levando o paciente ao tratamento clínico incorreto.
A Sociedade Paulista de Reumatologia percebeu essa deficiência. É comum a confusão entre reumatologista e o mais difundido ortopedista. "A maioria dos pacientes acredita que reumatologista é médico para idoso", alerta Evelin Goldenberg, reumatologista do Hospital Albert Einstein, lembrando que criou-se um mito de que problemas reumáticos só aparecem na terceira idade. "O grande problema é que muitos não têm conhecimento da doença e muito menos do que seja um reumatologista", prossegue Evelin. Ela fornece um exemplo didático. Quando alguém sofre um acidente, procura um ortopedista traumatologista. "Mas quando não houve fratura e a dor é persistente e está concentrada no aparelho ósseo, daí sim, é preciso buscar um reumatologista", alerta. O que mais acontece é a associação, por parte dos pacientes que sofrem com problemas de dores crônicas, a fraturas e lesões.
Assim, vão direto para o ortopedista. "Neste caso, o paciente procurou o médico errado", afirma Evelin. Segundo ela, a partir deste quadro existe um risco muito grande de a doença não ser descoberta. "Quem sofre é o paciente, que ao fazer o caminho inverso, acaba passando por vários tratamentos."
Far News
Nenhum comentário:
Postar um comentário