9.24.2008

Doenças e exames só para as mulheres

Dossiê Mulher e AIDS

Panorama da epidemia de AIDS

A cada minuto acontecem no mundo 11 novos casos de infecção pelo HIV.
Mais de 95% dos casos estão em países em desenvolvimento.
As mulheres representam 43% dos casos em maiores de 15 anos.
Fonte: UNAIDS (dados de 1998).

Dada a condição de pobreza e desigualdade social em que vivem as mulheres, particularmente as que habitam países pobres, a AIDS tem se configurado como um dos mais graves problemas – tanto de saúde quanto social – que afetam a vida das mulheres.

Os números da AIDS no Brasil

Estima-se que existam hoje 537.000 pessoas entre 15 e 49 anos infectadas pelo HIV, sendo que as mulheres somam aproximadamente 204.000. Destas, 12.800 estão grávidas, o que sugere, numa perspectiva otimista, que até meados do ano 2000 teremos mais 240 crianças portadoras do HIV no país, a serem somadas ao total de 4.181 crianças que tiveram o vírus transmitido pela mãe desde o início da epidemia. Se contarmos ainda as mulheres menores de 15 e maiores de 50 anos, chegaremos a uma estimativa de um total de 220.000 mulheres portadoras do HIV ou com AIDS no país.
Fonte: Fiocruz e CNDST/AIDS do Ministério da Saúde, 1999.

Queda da mortalidade é menor entre mulheres

Desde 1995, com o surgimento de novas alternativas de tratamento, o número de óbitos por AIDS vem diminuindo. No entanto, esta redução não é igual para homens e mulheres. Entre 1995 e 1996, a mortalidade por AIDS continuava a aumentar no grupo populacional feminino, mesmo após 1996, a queda da mortalidade por AIDS em mulheres não tem mostrado a mesma magnitude da observada entre os homens.

Ao mesmo tempo, em se tratando de homens e de mulheres, o comportamento da mortalidade é diferente, já que em mulheres o pico da mortalidade por AIDS se concentra na faixa de 25 a 29 anos, enquanto que para os homens a faixa mais atingida é a de 30 a 34 anos.
Fonte: CNDST/AIDS, Boletim Epidemiológico - AIDS, semana de 48/1998 a 08/1999.

No Estado de São Paulo, desde 1994, a AIDS é a primeira causa de morte em mulheres de 20 a 44 anos . Desde 1996 a AIDS representa a quarta causa de óbito na população entre 20 e 49 anos, faixa em que os óbitos por doença são em geral mais raros. De fato, as principais causas de óbitos nesse segmento são as mortes violentas – agressões e acidentes de trânsito – e as causas mal definidas e desconhecidas de morte, dentre as quais estão também os casos de AIDS mal diagnosticados.
Fonte: CRTDST/AIDS-SP, Boletim Epidemiológico, junho de 1998.

Ao contrário do que já foi pensado, a adesão ao tratamento é semelhante para homens e mulheres, sendo determinada fundamentalmente pela possibilidade que a mulher ou o homem tem de assumir ser portador e de lidar naturalmente com a medicação e, ainda, em função da qualidade do acompanhamento recebido nos serviços de saúde.
Fonte: Maria Ines B. Nemes, Departamento de Medicina Preventiva/FMUSP, 1999.

Assim, as razões para a menor queda de mortalidade entre as mulheres devem ser buscadas na demora na realização do diagnóstico e na própria dinâmica da epidemia.

Interiorização da epidemia

De uma doença que inicialmente era urbana e vista como uma mazela das grandes cidades das regiões Sudeste e Sul do país, ao longo destes quinze anos tem sido verificada a interiorização da epidemia. Em 1985 havia 10 municípios no país com casos notificados de AIDS; em 1995 esse número passou para 950 .

Com exceção dos estados de São Paulo, Rio Grande do Sul e Santa Catarina – onde existe uma participação significativa do uso de drogas injetáveis na disseminação da epidemia entre mulheres, tanto pelo uso próprio quanto pelo uso por parte do parceiro –, a interiorização da epidemia tem trazido também a sua heterossexualização.
Fonte: CNDST/AIDS, 1998.
colhido de http://www.redesaude.org.br/jornal/html/ma-panorama.html


Auto-exame das mamas

Quando fazer

Se você tem menstruações faça o exame uma semana após acabar o fluxo. Se você não tem, marque um dia do mês, por exemplo, dia primeiro, e faça o exame sempre neste dia.

Eu não encontro nada !!!

A finalidade do exame não é "encontrar" alguma coisa, mas acostumá-la a examinar a sua mama. Quanto mais você fizer, mais conhecerá sua mama. Isto permitirá que você encontre uma "mudança" e possa avisar o seu médico.

Como fazer
Primeiro fique em pé em frente ao espelho e examine atentamente suas mamas. Observe as formas, a cor e textura da pele. Levante os braços devagar olhando atentamente a imagem no espelho. Agora coloque a mão na cintura e examine novamente suas mamas.

No Chuveiro

Levante seu braço esquerdo e o coloque sobre a cabeça. Com a mão direita esticada examine a mama esquerda. Use as polpas de seus dedos e não as pontas ou as unhas. Não faça o movimento de "pegar alguma coisa" mas sim de "sentir" a mama. Repita o movimento na outra mama.

Após o Banho

Aperte gentilmente seus mamilos ( bicos do seio ) e observe se sai algum líquido


Quando Avisar seu Médico

Mudanças na forma ou coloração das mamas
Pele tipo "casca de laranja"
Nódulos ou caroços
Líquido que sai dos mamilos

Não Entre em Pânico

Lembre-se: o que você vê ou sente em sua mama não significa que você tenha câncer mas é um sinal importante para você procurar o seu médico.

Somente o Auto Exame é suficiente ?

Não. Toda mulher deve visitar o ginecologista pelo menos uma vez ao ano quando fará o exame ginecológico. Mulheres acima de 40 anos devem também fazer a Mamografia que é, atualmente, o melhor método para o diagnóstico do câncer de mama mesmo antes dele ser palpado.


MAMOGRAFIA


O método mais recomendado para o diagnóstico precoce do câncer de mama é a Mamografia. É também chamada de mastografia ou senografia.

É um exame de alta sensibilidade que pode mostrar o câncer muito antes de ser palpável
É um exame que deve ser realizado por toda mulher acima de 40 anos de idade e é muito importante que a "chapa" seja guardada para comparações futuras.

Não deve ser realizado em mulheres jovens pois a radiação é considerada um fator de risco para o câncer de mama.

No Brasil a recomendação é que as mulheres façam o exame de dois em dois anos após os 40 anos.

Lembre-se, somente seu médico é quem pode indicar e interpretar os resultados dos seus exames. Ele é o seu principal aliado na manutenção do seu estado de saúde.


MULHER e CIGARRO

Os malefícios à saúde

A mulher que fuma e usa pílula ANTICONCEPCIONAL apresenta maior risco de sofrer INFARTO DO CORAÇÃO (8 x);
Em cerca de 05 anos pode sofrer DERRAME CEREBRAL;
Pode ocorrer MENOPAUSA precoce;
Acelera o ENVELHECIMENTO;
Piora das VARIZES,
Colabora com o aparecimento de CELULITE e tártaro;
Colabora com o aparecimento de RUGAS e deixa a pele amarelada;
A mulher grávida fumante colabora com a REDUÇÃO DA OXIGENAÇÃO DO FETO dificultando assim seu desenvolvimento (o responsável por isso é o MONÓXIDO DE CARBONO);

No Brasil 01 em cada 04 mulheres acima de 15 anos É FUMANTE.


Cólica Menstrual ou Dismenorréia

Cólica menstrual é o sintoma normal que acompanha a menstruação.
Também é chamada de dismenorréia e afeta 50% das mulheres em idade fértil.
Juntamente com a Tensão Pré-Menstrual é uma das principais queixas das mulheres, responsável por perda de dias inteiros de estudo ou trabalho.
Ao contrário do que se pensava antigamente a cólica menstrual tem tratamentos muito eficazes que melhoram muito a qualidade de vida da mulher nestes dias.

Sintomas da Cólica Menstrual
O principal sintoma é a dor no baixo ventre ou na barriga e em algumas mulheres a dor parece vir das costas para a frente.
É uma dor em cólica ou seja vai e volta.
Costuma aparecer algumas horas antes ou junto com a menstruação.

Geralmente toda a região do abdômen fica dolorida e pode ser acompanhada de sintomas gerais como:
Enjôos
Diarréia
Vômitos
Cansaço
Dor de cabeça
Nervosismo
Vertigem e até mesmo desmaios.

Dismenorréia Primária
É a cólica normal ou fisiológica e atinge perto de 50 % das mulheres.
Costuma aparecer logo após as primeiras menstruações.
Para se entender o mecanismo da cólica é preciso entender o que é a menstruação.


Menstruação

A menstruação é a limpeza da camada interna do útero que foi preparada durante o ciclo menstrual para receber uma gravidez.
O organismo feminino para evitar uma perda excessiva de sangue que acompanha esta limpeza faz com que o útero se contraia.
Quem realiza este processo é uma substância chamada prostaglandina que também é responsável pela dor.
Portanto a Dismenorréia Primária é uma condição normal do ciclo menstrual de algumas mulheres.

Dismenorréia Secundária
Já na dismenorréia secundária existe uma causa para a dor. Uma característica é que ela não aparece logo após o início da menstruação mas geralmente após alguns anos ou após algum fato.

Entre as causas mais comuns de dismenorréia secundária estão:
Alterações nos ovários.
Alterações no útero.
Endometriose.
Hímen sem orifício para sair a menstruação.
Uso de Diu.
Miomas.
Malformações Uterinas.
Doença Inflamatória Pélvica.
É imprescindível a consulta a um(a) médico(a) ginecologista para estabelecer a causa da dor e o tratamento, diagnosticada através desses exames: Exame ginecológico, Ultra-som ginecológico, etc.

Tratamento
O tratamento da dismenorréia primária é a base de antiinflamatórios não-esteróides (AINEs). Estes medicamentos bloqueiam as prostaglandinas e portanto bloqueiam a dor.
É muito importante que eles sejam tomados logo ao primeiro sinal de menstruação ou dor, o que vier primeiro, para evitar a formação das prostaglandinas.
Apesar de muitos eficazes, alguns grupos de antiinflamatórios podem atacar o estômago e intestinos mas já existem grupos onde este efeito é minimizado.

No caso da dismenorréia secundária também os (AINEs) podem ser utilizados, mas é importante que a causa da cólica seja estabelecida para se fazer o tratamento eficaz.
Uma medicação que também pode ser usada é a pílula anticoncepcional.

Mas lembre-se, como a cólica é uma manifestação normal do organismo feminino não existe doença, não existe cura, os sintomas melhoram muito somente enquanto a medicação for usada.


COLPOSCOPIA


Este exame é geralmente recomendado para mulheres que têm um resultado anormal do exame de Papanicolau ou para aquelas que durante o exame ginecológico foi notada alguma alteração.
A colposcopia também é indicada quando é necessária uma biópsia do colo do útero ou quando há uma suspeita de Papiloma Virus. ( HPV )

Colposcopia é um exame que permite visualizar a vagina e o colo do útero através de um aparelho chamado COLPOSCÓPIO.

Este aparelho permite o aumento de 10 a 40 vezes do tamanho normal.
O exame é realizado no próprio consultório médico com a paciente na mesa de exame. Após colocar o espéculo vaginal o médico examina o colo do útero com o colposcópio.
As imagens obtidas são de grande aumento permitindo verificar pequenas alterações impossíveis de serem vistas a olho nu.

Durante a colposcopia são usados produtos químicos e corantes para realce de áreas a serem examinadas.

A colposcopia não dói.

Corrimento vaginal

Um dos mais comuns e mais irritantes problemas que afeta a saúde da mulher é o corrimento vaginal também chamado de vaginite É uma das causas mais freqüentes de visita ao médico ginecologista. Caracteriza-se por uma irritação vaginal ou um corrimento anormal que pode ou não ter cheiro desagradável. Pode haver também coceira ou ardor na vagina ou vontade mais freqüente de urinar.


Os corrimentos podem ser causados por:
infecções vaginais
infecções cervicais ou do colo do útero
doenças sexualmente transmissíveis

O diagnóstico é feito pelo médico ginecologista através da anamnese ( perguntas para a paciente), exame ginecológico e eventualmente exames de papanicolau ou exames de laboratórios. É bom esclarecer que nos casos de corrimentos é o diagnóstico clínico que tem maior valor. Nem sempre exames de laboratório negativos significam ausência de problemas.

Os corrimentos mais comuns são:

Candidíase
Tricomoníase
Vaginose bacteriana

Candidíase ou monilíase vaginal
É um dos mais irritantes corrimentos. Provoca corrimento espesso tipo nata de leite e geralmente é acompanhado de coceira ou irritação intensa. Candida ou Monília é um fungo e a candidíase é, portanto, uma micose.
A candida aparece quando a resistência do organismo cai ou quando a resistência vaginal está diminuída.

Alguns fatores são causadores desta micose:
antibióticos
gravidez
diabetes
infecções
deficiência imunológica
medicamentos como anticoncepcionais e corticóides

Eventualmente o parceiro sexual aparece com pequenas manchas vermelhas no pênis.
O diagnóstico é clínico, através de exames de laboratório e o papanicolau.
O tratamento é a base de antimicóticos mas deve-se tentar tratar as causas da candidiase para evitar as recidivas.

Trichomonas vaginalis
Trata-se de um corrimento adquirido de forma sexual através de relações ou de contatos íntimos com secreção de uma pessoa contaminada.
O diagnostico é clínico e através de exames microscópicos realizados no próprio consultório médico, exames de laboratório ou pelo Papanicolau.
O tratamento é feito através de antibióticos e quimioterápicos sendo obrigatório o tratamento do parceiro sexual.

Vaginose Bacteriana - Gardnerella vaginalis
É provocado por uma bactéria Gardnerella vaginalis ou por outras bactérias. Causa um odor desagradável principalmente durante a menstruação e nas relações sexuais.
Não é provado ser uma doença sexualmente transmissível mas mesmo assim o tratamento a base de antibióticos deve ser estendido ao parceiro sexual.
É diagnosticado pelo exame clínico, exames de laboratório e papanicolau. Pode também ser diagnosticado por um teste químico realizado no próprio consultório médico.

Corrimentos vaginais de outras causas e corrimentos crônicos
Existem diversas outras causas de corrimento:

Vaginite atrófica ( por falta de hormônio ) da menopausa
Vaginite atrófica ( por falta de hormônio ) do parto e da amamentação
Vaginite irritante provocada por camisinha, diafragma, espermaticida, creme lubrificante, absorvente externo e interno
Vaginite alérgica provocada por calcinhas de lycra, nylon e outros tecidos sintéticos, roupas apertadas, jeans, meias calça.
Cervicites - inflamações do colo do útero.
Vulvites - inflamações da parte externa dos genitais ou vulva causados por:
Papel higiênico colorido ou perfumado
Sabonetes perfumados ou cremosos
Shampoos e condicionadores de cabelo
Sabão em pó e amaciantes de roupas
Detergentes
Desodorantes íntimos
Uso do chuveirinho como ducha vaginal

É muito importante que a própria mulher tente descobrir qual a causa de seu corrimento, experimentando tirar os fatores irritantes um a um.

HPV
Papiloma Virus
Um novo capítulo nas infeções vaginais


Recentemente foi descoberto que o Papiloma Virus ou Human Papiloma Virus pode se alojar tanto no colo do útero como na vagina e na vulva.
Na vulva ele causa a doença chamada condiloma genital ou popularmente conhecida no Brasil como "crista de galo".
Na vagina e no colo do útero ele normalmente se apresenta com lesões microscópicas que só podem ser descobertas através do exame de papanicolau ou a colposcopia.
Trata-se de uma infecção adquirida através de contato sexual.
O mais importante nesta doença é que existe uma associação entre alguns grupos de papiloma virus e o câncer de colo de útero.
Seu diagnóstico de suspeita é feito através do papanicolau ou a colposcopia e o diagnóstico de certeza é feito através de biópsia da área suspeita.
Existem também exames que identificam o tipo do vírus e se os mesmos são cancerígenos.
O tratamento do HPV é por destruição química ou física das lesões sempre indicado e realizado por médico especialista.
É muito importante que o parceiro seja encaminhado para exame com um urologista onde um exame chamado peniscopia pode mostrar áreas suspeitas do papiloma.

Tratamento dos corrimentos vaginais
Conforme foi visto o tratamento correto depende da causa do corrimento. Muitas vezes o tratamento dos corrimentos crônicos vai necessitar da colaboração da mulher que será quem vai " descobrir " a causa dos mesmos fazendo uma investigação em seus hábitos.
Da mesma maneira o tratamento nem sempre será com remédios mas com mudança de hábitos e de roupas. Em alguns casos os medicamentos até pioram.
Por outro lado em alguns corrimentos é imprescindível o tratamento do parceiro para evitar a possibilidade de reinfecção.
A vagina é um mundo a parte onde existem bactérias boas chamadas de Bacilos de Doderlein que se alimentam de glicogênio que é um acúcar produzido pela célula vaginal estimulada pelos hormônios.
Estas bactérias produzem ácido lático que é o responsável pelo pH ácido da vagina e pela sua defesa contra as bactérias.

Endometriose

Endometriose é uma doença que acomete as mulheres em idade reprodutiva e que consiste na presença de endométrio em locais fora do útero. Endométrio é a camada interna do útero que é renovada mensalmente pela menstruação.

Os locais mais comuns da endometriose são: Fundo de Saco de Douglas (atrás do útero), septo reto-vaginal (tecido entre a vagina e o reto ), trompas, ovários, superfície do reto, ligamentos do útero, bexiga, e parede da pélvis.

PRINCIPAIS SINTOMAS

O principal sintoma da endometriose é a dor, as vezes muito forte, na época da menstruação. Dores para ter relações também são comuns. Mas muitas mulheres que têm endometriose não sentem nada. Apenas têm dificuldade em engravidar. Por outro lado ter endometriose não é sinônimo de infertilidade; muitas mulheres com endometriose engravidam normalmente. Entre 30 a 40 % das mulheres que têm endometriose têm dificuldade em engravidar.

CAUSAS

Há diversas teorias sobre as causas da endometriose. Há evidências que sugerem ser uma doença genética. Outras sugerem ser uma doença do sistema de defesa. Na realidade sabe-se que as células do endométrio podem ser encontradas no líquido peritoneal em volta do útero em grande parte das mulheres. No entanto apenas algumas mulheres desenvolvem a doença. Estima-se que 6 a 7 % das mulheres tenham endometriose.


GRAUS DA DOENÇA:

Para finalidades didáticas a endometriose foi classificada em graus de I a IV. Na prática verificou-se que estes graus não refletem obrigatoriamente a gravidade da doença ou suas chances de tratamento. Muitas vezes uma endometriose grau I é pior, em termos de fertilidade e sintomas, que uma de grau IV.

DIAGNÓSTICO:

O diagnóstico de suspeita da endometriose é feito através da história clínica, ultra-som endovaginal na época da menstruação, exame ginecológico, e alguns exames de laboratório. A certeza, porém, só pode ser dada através do exame anatomopatológico da lesão, ou biópsia. Esta pode ser feita através de cirurgia, laparotomia, ou, preferível, laparoscopia. Laparoscopia é um procedimento de exame e manipulação da cavidade abdominal através de instrumentos de ótica e/ou vídeo bem como de instrumentos cirúrgicos delicados que são introduzidos através de pequenos orifícios no abdome. É um procedimento cirúrgico realizado geralmente com anestesia geral.

TRATAMENTO:

Atualmente não há cura para a endometriose. No entanto a dor e os sintomas dessa doença podem ser diminuídos.

As principais metas do tratamento são:
Aliviar ou reduzir a dor.
Diminuir o tamanho dos implantes.
Reverter ou limitar a progressão da doença.
Preservar ou restaurar a fertilidade.
Evitar ou adiar a recorrência da doença.

O tratamento cirúrgico pode ser feito com laparotomia ou laparoscopia. Os implantes de endometriose são destruídos por coagulação à laser, vaporização de alta freqüência, ou bisturi elétrico. A decisão cirúrgica é importante. A maior parte dos sucessos terapêuticos ocorrem após uma primeira cirurgia bem planejada. Cirurgias repetidas são desaconselhadas pois aumentam a chance de aderências peritoneais tão prejudiciais como a própria doença.

O tratamento clínico de formas brandas em mulheres que não pretendem engravidar pode ser feito com anticoncepcionais orais ou injetáveis. Há um certo consenso entre os estudiosos que o pior a fazer é não fazer nada já que a doença é evolutiva.
Em mulheres que pretendem engravidar o tratamento pode ser feito com cirurgia e tratamento hormonal ou tratamento hormonal e depois cirurgia.
Várias drogas têm sido usadas: Danazol, Lupron, Synarel, Zoladex, Depo-Provera, e Neo-Decapeptil.
O mais importante no tratamento da endometriose é o planejamento das ações terapêuticas em comum acordo com o planejamento da gravidez pelo casal.
Em casos muito severos a gravidez só será possível através de técnicas de fertilização assistida e inseminação artificial.

Exame Ginecológico
Exame Preventivo de Câncer

O exame ginecológico é um dos mais importantes exames para a saúde da mulher. É normal que existam medos e ansiedades para a sua realização. O objetivo deste artigo é responder a maioria das perguntas para que as mulheres possam entender COMO e PORQUE é realizado este exame.

O exame é simples, e tem reduzido as mortes por câncer de colo de útero em 70 %, desde sua criação pelo Dr. George Papanicolaou em 1940. O sucesso do teste é porque ele pode detectar doenças que ocorrem no colo do útero antes do desenvolvimento do câncer. O exame não é somente uma maneira de diagnosticar a doença mas serve principalmente para determinar o risco de uma mulher vir a desenvolver o câncer.

Quem pode e deve fazer o exame ?
Todas as mulheres com ou sem atividade sexual devem fazer o exame anualmente.

Qual a melhor época para fazê-lo?
No mínimo uma semana antes de sua menstruação. Evite duchas, cremes vaginais, e relações sexuais três dias antes do exame.

No que consiste o exame ginecológico ?
O exame completo é constituído do exame das mamas e depois o exame ginecológico. Este é constituído pelo exame externo da vulva e depois a colocação de um espéculo na vagina para visualizar a vagina e o colo do útero.
Também consiste no exame de toque vaginal quando o(a) médico coloca dois dedos na vagina para examinar os órgãos internos da pélvis feminina.


Mulheres virgens também devem ser examinadas ?
Sim, existem diversas técnicas que permitem o exame de mulheres virgens. Avise o médico que você é virgem ANTES do exame.

O que o médico vê lá dentro ?
O exame mostra o interior da vagina e o colo do útero.

O que é o colo do útero?
Colo do útero é a parte do útero que fica dentro da vagina.


E o exame preventivo de câncer, o que é ?
Este exame é a colheita de material do colo do útero o qual é mandado para um laboratório especializado em citopatologia. Também é chamado de citologia oncótica, Papanicolau, e fora do Brasil é conhecido como Pap Test ou Pap Smear.

Colheita do Exame de Papanicolau
Este exame pode ser complementado com a Colposcopia

Quais são os possíveis resultados ?
O resultado pode ser fornecido em Classes de Papanicolau que variam de I a V ou em descrição das lesões. Estes resultados devem ser interpretados exclusivamente por seu médico. Se tiver dúvidas pergunte.


Mas este exame só serve para isto ?
Não, a citologia serve para determinar outras condições de saúde de seu corpo tais como nível hormonal, e doenças da vagina e do colo do útero. Por isto é importante que seja o seu médico quem interprete o exame e lhe dê medicamentos específicos para estas alterações.
Mais ainda: o exame ginecológico é uma excelente oportunidade para você conversar com seu médico a respeito de sua saúde e de temas como câncer de mama, menopausa, e osteoporose.

O exame dói ?
Não. É preciso estar relaxada. Converse com seu médico se estiver com medo.

Onde fazer o exame ?
Se você tem um convênio médico ou usa um médico particular marque uma consulta com seu médico ginecologista de confiança.
Este exame também pode ser feito gratuitamente em qualquer Unidade Básica de Saúde do Sistema Único de Saúde e também em todas as Faculdades de Medicina do Brasil. Procure por um Serviço de Saúde da Mulher.


Exame de Toque Vaginal

O(a) médico(a) coloca dois dedos na vagina e sente o colo do útero.
Coloca a outra mão no abdômen e através dos movimentos de ambas as mãos sente o útero, as trompas e os ovários.
Erroneamente pensa-se que o ultra-som substitui o exame de toque. Na verdade o ultra-som é apenas complementar ao exame de toque.

Mulheres virgens não devem fazer o exame de toque. Nestes casos, se o exame for indispensável, será feito através do ânus.


HPV e Câncer

A evolução do câncer do colo do útero, na maioria dos casos, se dá de forma lenta passando por fases pré-clínicas detectáveis e curáveis. Dentre todos os tipos de câncer, é o que apresenta um dos mais altos potenciais de prevenção e cura. Seu pico de incidência situa-se entre mulheres de 40 a 60 anos de idade e apenas uma pequena porcentagem, naquelas com menos de 30 anos. Essas características, somadas à existência de um método de rastreamento sensível, seguro e de baixo custo, o exame citopatológico, tornam possível a detecção de lesões precursoras e de formas iniciais, justificando os esforços para se atingir, prioritariamente, essa faixa etária nos programas de rastreamento em massa.

São considerados fatores de risco de câncer do colo do útero a multiplicidade de parceiros e a história de infecções sexualmente transmitidas (da mulher e de seu parceiro); a idade precoce na primeira relação sexual e a multiparidade. Além desses fatores, estudos epidemiológicos sugerem outros, cujo papel ainda não é conclusivo, tais como tabagismo, alimentação pobre em alguns micronutrientes, principalmente vitamina C, beta caroteno e folato, e o uso de anticoncepcionais.

Atualmente, considera-se que a persistência da infecção pelo Vírus do Papiloma Humano (HPV) representa o principal fator de risco de desenvolvimento do câncer do colo do útero. Estudos que utilizam métodos de hibridização têm demonstrado que mais de 90% dos casos podem ser atribuídos a alguns tipos de HPV, sendo o HPV 16 responsável pela maior proporção de casos (50%), seguido do HPV 18 (12%), HPV 45 (8%) e HPV 31 (5%). Sugere-se que o modelo de associação entre HPV e câncer do colo do útero assemelha-se ao existente entre o tabagismo e o câncer de pulmão.

Outra marcante característica do câncer do colo do útero é a sua consistente associação em todas as regiões do mundo, com o baixo nível socioeconômico, ou seja, com os grupos que têm maior vulnerabilidade social. São nesses grupos que se concentram as maiores barreiras de acesso à rede de serviços para detecção e tratamento precoce da doença, advindas de dificuldades econômicas e geográficas, insuficiência de serviços, e questões culturais, como medo e preconceito dos companheiros.

Embora o Brasil tenha sido um dos primeiros países no mundo a introduzir a citopatologia para a detecção precoce do câncer do colo do útero, aqui as taxas de mortalidade continuam elevadas. Durante muitos anos a realização do exame citopatológico, no Brasil, ocorreu fora do contexto de um programa organizado, não havendo qualquer mecanismo que estimulasse a procura e garantisse o acesso das mulheres aos serviços de saúde, especialmente daquelas que se encontravam sob maior risco de desenvolver o câncer do colo do útero. Urgia, portanto, a necessidade da estruturação de um Programa, isto é, de um conjunto de métodos e medidas contínuas capazes de controlar essa doença.

A partir da Conferência Mundial Sobre a Mulher, ocorrida na China, em 1995, o Governo Brasileiro passou a investir esforços na organização de uma rede nacional de detecção precoce do câncer do colo do útero. Em 1997 e 1998, o Instituto Nacional de Câncer coordenou o projeto piloto "Viva Mulher," em cinco municípios (Belém, Curitiba, Distrito Federal, Recife e Rio de Janeiro) e no estado de Sergipe, com o objetivo de fazer uma avaliação geral das estratégias até então utilizadas no Brasil e testar a viabilidade da execução de um programa organizado, considerando-se as diferenças socioeconômicas e epidemiológicas regionais. Na ocasião, as bases para o planejamento e a articulação gerencial das etapas de um Programa (recrutamento, coleta, exame citopatológico, tratamento e avaliação), bem como a definição de normas técnicas e a introdução do "Ver e Tratar" (tratamento ambulatorial imediato das lesões precursoras do câncer - NIC, por técnica cirúrgica de alta freqüência, à realização da colposcopia) foram consolidados.

A experiência obtida com o "Viva Mulher" permitiu que em agosto de 1998 fosse dado o primeiro passo para a expansão nacional do Programa de Controle do Câncer do Colo do Útero. Essa fase representou uma intensificação das ações de prevenção e ocorreu em um período de 48 dias (18 de agosto a 30 de setembro), tendo como grupo alvo as mulheres de 35 a 49 anos que nunca se submeteram a exame preventivo. No entanto, em função da grande mobilização nacional gerada, essa população foi ampliada para outras faixas etárias. As ações foram coordenadas pela Secretaria de Políticas de Saúde e Programa de Atenção Integrada à Saúde da Mulher, do Ministério da Saúde, em parceria com as 27 Secretarias de Estado de Saúde, Secretarias Municipais de Saúde, Sociedades Científicas e Organizações Não Governamentais (Rede de Defesa da Espécie Humana, Forças Armadas, Sociedade Brasileira de Patologia, Sociedade Brasileira de Citopatologia, Sociedade Brasileira de Patologia do Trato Genital Inferior e Colposcopia, Associação Brasileira de Enfermagem, Fundação Ary Frauzino para a Pesquisa e Controle do Câncer e Empresa de Correios e Telégrafos).

Ao Programa de Controle do Câncer do Colo do Útero associou-se o planejamento do controle do câncer de mama, constituindo o VIVA MULHER - Programa Nacional de Controle do Câncer do Colo do Útero e da Mama. Este Programa vem sendo estruturado com o objetivo de reduzir a mortalidade e as repercussões físicas, psíquicas e sociais desses cânceres na mulher brasileira, por meio da oferta de serviços para prevenção e detecção em estágios iniciais da doença e o tratamento e reabilitação das mulheres. Desta forma, as diretrizes e estratégias traçadas para o Programa contemplam a formação de uma rede nacional integrada, com base em um núcleo geopolítico gerencial, sediado no município, que permitirá ampliar o acesso da mulher aos serviços de saúde. Com relação ao controle do câncer do colo do útero, estas diretrizes contemplam a detecção precoce por meio do exame citopatológico; a garantia do tratamento adequado da doença e de suas lesões precursoras em 100% dos casos, e o monitoramento da qualidade do atendimento à mulher, nas diferentes etapas do Programa. Além disso, a capacitação de recursos humanos e a motivação da mulher para cuidar de sua saúde fortalecerão e aumentarão a eficiência da rede assistencial para o controle do câncer.

extraído de:
http://www.inca.org.br/atualidades/ano8/vivamulher.html


HPV
Papiloma Virus
Um novo capítulo nas infeções vaginais

Recentemente foi descoberto que o Papiloma Virus ou Human Papiloma Virus pode se alojar tanto no colo do útero como na vagina e na vulva.
Na vulva ele causa a doença chamada condiloma genital ou popularmente conhecida no Brasil como "crista de galo".
Na vagina e no colo do útero ele normalmente se apresenta com lesões microscópicas que só podem ser descobertas através do exame de papanicolau ou a colposcopia.
Trata-se de uma infecção adquirida através de contato sexual.
O mais importante nesta doença é que existe uma associação entre alguns grupos de papiloma virus e o câncer de colo de útero.
Seu diagnóstico de suspeita é feito através do papanicolau ou a colposcopia e o diagnóstico de certeza é feito através de biópsia da área suspeita.
Existem também exames que identificam o tipo do vírus e se os mesmos são cancerígenos.
O tratamento do HPV é por destruição química ou física das lesões sempre indicado e realizado por médico especialista.
É muito importante que o parceiro seja encaminhado para exame com um urologista onde um exame chamado peniscopia pode mostrar áreas suspeitas do papiloma.



Infertilidade

Sugerimos que acesse a página www.gineco.com.br com tópicos do Dr. Sérgio dos Passos Ramos médico especialista em Ginecologia e Obstetrícia, formado na Universidade Estadual de Campinas - UNICAMP, onde encontrará explicações detalhadas sobre esse assunto.



Menopausa

Menopausa é a parada de funcionamento dos ovários.
Ou seja, os ovários deixam de produzir os hormônios estrógeno e progesterona.
Não é uma doença, é apenas um estágio na vida da mulher.
A principal característica da menopausa é a parada das menstruações.
No entanto em muitas mulheres a menopausa se anuncia por irregularidades menstruais, menstruações mais escassas, hemorragias, menstruações mais ou menos freqüentes.
Não existe idade predeterminada para a menopausa. Geralmente ocorre entre os 45 e os 55 anos, no entanto pode ocorrer a partir dos 40 anos sem que isto seja um problema.
Não há relação entre a primeira menstruação e a idade da menopausa nem tão pouco existe relação entre a idade familiar da menopausa e a sua.

Copyright © 1997- 2000, 01 Mar 2001 Dr. Sérgio dos Passos Ramos médico especialista em Ginecologia e Obstetrícia, formado na Universidade Estadual de Campinas - UNICAMP

Sintomas da Menopausa

Se bem que em algumas mulheres não sintam nada durante o período da menopausa, a maioria poderá sentir alguns sintomas:
Ondas de calor
Suores noturnos
Insônia
Menor desejo sexual
Irritabilidade
Depressão
Ressecamento vaginal
Dor durante o ato sexual
Diminuição da atenção e memória


Tratamento da Menopausa
Terapia de Reposição Hormonal

Se o que falta na menopausa é o estrógeno nada mais lógico que a base do tratamento seja a reposição hormonal com o estrógeno.
Em mulheres que ainda tem o útero é importante associar a progesterona para proteger contra o risco de câncer do endométrio.

Vantagens do tratamento
Redução do Risco de Osteoporose.
Redução dos Riscos de Doenças Cárdio-vasculares.
Melhora da Depressão.
Melhora da Atividade Sexual.
Melhora da Memória com possível prevenção da Doença de Alzheimer.

Desvantagens
Custo do Tratamento.
Tratamento Prolongado.
Volta da Menstruação em algumas mulheres.
Agravamento da possibilidade de Câncer de Mama em mulheres suscetíveis.

O que não é verdade

Tratamento com hormônios aumenta os pelos no corpo.
Tratamento com hormônios engorda.
Tratamento com hormônio causa câncer.

Outros Tratamentos

No entanto para as mulheres que não podem usar os estrógenos existem alternativas com medicamentos que diminuem os sintomas e/ou os efeitos da menopausa. O seu médico saberá identificar as vantagens e desvantagens de cada medicamento.

Novos medicamentos estão sendo introduzidos no mercado que imitam as qualidades do estrógeno com diminuição dos efeitos colaterais. Um muito interessante é o raloxifeno que é um modulador seletivo dos receptores de estrogênio. ( SERM ) Leia mais

Terapias Alternativas

Diversas pesquisas com vegetais, principalmente os derivados da soja, tem contribuído com o tratamento da menopausa.

No entanto é um engano dizer que produtos naturais não tem os mesmos efeitos colaterais dos medicamentos.

Os produtos vegetais que contém estrógeno tem os mesmos inconvenientes dos seus congêneres farmacêuticos e só devem ser usados sob estrita vigilância médica.

Terapia de Reposição Hormonal

Existem diversas maneiras de se administrar o estrógeno: via oral, via transdérmica, via vaginal, e injetável.
No Brasil as duas vias mais comuns são a transdérmica e a oral, tendo sido lançado recentemente o implante subcutâneo.
Transdérmica é uma espécie de adesivo que é colocado na pele uma ou duas vêzes por semana e que pode conter somente estrógeno ou estrógeno e progesterona.
Ainda transdérmicos existem cremes e aerossóis de hormônios os quais tem o inconveniente de terem de ser usados diariamente, porém, tem a vantagem de não descolar como acontece com alguns adesivos em algumas mulheres.
Pela via oral podem ser administrados estrógenos e progesterona.
Os implantes são colocados embaixo da pele e duram 6 meses.
Existem diversas maneiras de se usar os hormônios.

No entanto algumas advertências têm de ser feitas:
Nunca inicie qualquer tratamento hormonal sem supervisão médica.
Tratamento hormonal necessita supervisão médica periódica, mesmo que esteja dando certo. Não deixe de visitar seu médico nos intervalos recomendados. Somente o médico pode avaliar a dose exata do medicamento e acompanhar seu excesso ou eventual falta.
Não abandone a terapia hormonal. As vantagens de evitar a osteoporose e as doenças cardio-vasculares só se obtém através do uso continuado.
A parada do tratamento causa alterações irreversíveis.
Não se preocupe com efeitos colaterais, discuta-os com seu médico, sempre haverá uma alternativa.

Métodos Anticoncepcionais

Pílula Anticoncepcional

Muito eficiente
A pílula anticoncepcional é um dos melhores métodos para se evitar uma gravidez indesejada.
Existem diversos tipos de pílula porque existem diversos tipos de mulheres.
Seu médico é a melhor pessoa para decidir que tipo você deve tomar.
Existem outras indicações médicas para a pílula tais como endometriose, ovários policísticos, tensão pré-menstrual e cólica menstrual.
A pílula funciona através da ingestão diária de uma pequena quantidade dos hormônios que são produzidos nos ovários.
Esta ingestão diária de hormônios, iguais aos que você normalmente tem, acaba enganando o sistema de regulação do seu organismos que imagina estar você grávida.
Com isto é inibida a ovulação. Os óvulos não são mais liberados pelos ovários e você não engravida.
Ao final de uma cartela a parada da ingestão dos hormônios causa uma menstruação

Em maio de 1999 foi lançada a pílula vaginal para as mulheres que enjoam muito com o anticoncepcional oral. Trata-se de uma descoberta do médico brasileiro Elsimar Coutinho.
Em março de 2001 foi lançada a pílula sem estrogênio, uma nova revolução na anticoncepção hormonal.

Medicamentos que interferem com a Pílula Anticoncepcional

Os medicamentos abaixo DIMINUEM o efeito da pílula anticoncepcional. Caso esteja tomando algum deles entre em contato com seu médico e peça instruções. Quando for a um médico não ginecologista avise-o que está tomando a pílula. Não escreva para gineco.com.br nestes casos. Somente seu médico pessoal pode orientá-lo a respeito. Em caso de dúvida, não pare a pílula e use camisinha até o final da cartela.

Antibióticos que diminuem o efeito da pílula:

ácido clavulânico amoxacilina ampicilina ciclacilina
cloranfenicol dapsona doxicilina eritromicina*
minocilina oxacilina oxitetraciclina penicilina G e V
rifampicina tetraciclina

*Medicamento perigoso: Eritromicina . Este medicamento pode causar perda de eficácia da pílula.
Antiepiléticos e Anticonvulsivantes que diminuem o efeito da pílula:
carbamazepina difenil-hidantoina fenitoina fenobarbital
oxcarbazepina primidona topiramato

Outros medicamentos que podem diminuir a ação das pílulas:
griseofulvina guanetidina metronidazol nelfinavir
óleo mineral ritonavir


Injeção Anticoncepcional
Muito eficiente

As injeções anticoncepcionais devem ser injetadas na região glútea, ou nádegas.
Deve ser usada uma agulha 30 x 8 e a injeção deve ser profunda. Não massagear o local da injeção.
Existem tres tipos de anticoncepcionais injetáveis: Uno-Ciclo e Perlutan, Mesigyna e Cyclofemina, e Depo-Provera 150.
Para o Uno-Ciclo e Perlutan a injeção deve ser feita no 8º dia da menstruação. Sempre considerar o início da menstruação como o primeiro dia.
Para a Mesigyna e Cyclofemina, a primeira injeção deve ser feita no 1º dia da menstruação e dai em diante a cada 30 dias.
Para a Depo-Provera 150 ou Tricilon a data ideal é o mais próximo possível da menstruação e dai em diante a cada três meses.
Para Uno-Ciclo, Perlutan, Mesigyna e Cyclofemina as vantagens e desvantagens são as mesmas da pílula anticoncepcional.
Para a Depo-Provera 150 existe a vantagem de ser aplicada a cada 3 meses, mas a desvantagem de provocar ausência de menstruação e a fertilidade demorar um pouco para voltar.

As principais indicações das injeções são para as mulheres que esquecem a pílula, que não podem tomar a pílula via oral, e para as mulheres que tem de esconder o anticoncepcional.
Somente o seu médico pode receitar injeções anticoncepcionais para você.


Diu
Muito eficiente

O DIU ou Dispositivo Intra Uterino é uma pequena peça de plástico recoberta com cobre que é colocado dentro do útero.
O Diu é tão eficiente quanto a pílula e é uma boa escolha para aquelas mulheres que já tem filhos e que desejam espaçar a próxima gravidez por mais de dois anos, ou para aquelas que tem dúvidas sobre uma solução definitiva.
O Dius mais modernos duram de 5 a 10 anos no organismo da mulher.
São colocados dentro do útero pelo médico e é necessário que a mulher faça controle periódico do Diu.
Nem sempre mulheres que não tiveram filhos se adaptam bem ao Diu.
Os DIUs atualmente usados são à base de fios de cobre que destroem os espermatozóides dentro do útero não permitindo portanto a fecundação.


Vasectomia e Ligadura de trompas
Muito eficiente

A vasectomia é a ligadura dos canais deferentes no homem. É uma pequena cirurgia feita com anestesia local em cima do escroto (saco). Não precisa de internação. É uma cirurgia de esterilização voluntária definitiva e, por isto, o homem tem de ter certeza absoluta que nunca mais poderá ter filhos.

A ligadura de trompas é realizada nas mulheres que nunca mais querem filhos. Pode ser feita de várias maneiras mas sempre exige internação e anestesia geral ou regional. É uma cirurgia de esterilização voluntária definitiva e, por isto, a mulher tem de ter certeza absoluta que nunca mais poderá ter filhos.


Camisinha
Eficiente

Também chamada de condom, preservativo, borrachuda, é a única maneira segura de fazer sexo despreocupado com doenças sexuais ou AIDS.
Escolha uma marca boa. Carregue-a sempre com você.
Abra delicadamente a embalagem. Cuidado para não furar a camisinha com suas unhas.
Deixe um pequeno espaço na ponta da camisinha. Isto é importante.
Apertando o espaço que você deixou com um dedo coloque a camisinha no pênis.
Desenrole até a base.
Após o uso retire a camisinha.
Jogue no lixo. Camisinha é descartável. Nada de usar outra vez.
Camisinhas lubrificadas são mais confortáveis e eficientes. Prefira as que tem espermaticida junto.
Não use cremes, óleos, ou vaselinas. Se quiser usar um lubrificante use o Ky que é um gel especial para ter relações sexuais.


Diafragma
Diafragma é um pequeno anel de metal recoberto por uma película de borracha ou silicone que é colocado pela mulher dentro da vagina antes da relação e retirado 12 horas após.
Ele impede que os espermatozóides entrem no útero.
Uma das vantagens do diafragma é sua discrição. Só você sabe que está usando.
Inicialmente o tamanho do diafragma deve ser medido por um médico.
A duração do diafragma é muito grande, bastando cuidados de conservação.
Para ser eficiente ele tem de ser usado junto com um creme espermaticida.

**
Como colocar o diafragma
Usar o espermicida
Colocar espermicida na face interna do diafragma
Dobrar.
Inserir dentro da vagina e testar com o dedo a colocação correta

Lembre-se:
O tamanho do diafragma deve ser medido pelo médico.
Use sempre espermicida.
Tire o diafragma 12 horas após.
Siga as instruções de limpeza e conservação.


Camisinha feminina
Eficiente

A camisinha feminina é um método novo no Brasil e pode ser encontrada nas principais redes de drogarias.
Tem todas as vantagens da camisinha masculina.
Deve ser usada pela mulher antes da relação e retirada logo após.


Espermaticida

Espermaticidas são cremes, supositórios, sprays, que colocados dentro da vagina antes da relação matam os espermatozoides.
Não são muito divulgados no Brasil, são de difícil acesso, e são menos seguros que a camisinha.
Lembre-se: este é um método pouco seguro.


Tabelinha
Pouco Eficiente

Tabelinha é um método baseado em cálculos sobre a possibilidade da mulher engravidar em épocas diferentes do Ciclo Menstrual.
Teoricamente a mulher é fértil no meio do seu ciclo. Ou seja nos ciclos mais comuns de 28 a 30 dias a fertilidade máxima seria entre o 13º 14º e 15º dia, contando o primeiro dia da menstruação como dia 1º.
Mas isto é válido para quem quer engravidar e não para quem quer evitar.
Uma regra fácil e uma tabelinha que tem chance de dar certo é a seguinte.
Anote num calendário o primeiro dia da menstruação.
Marque em azul os dias que você pode ter relações: entre o 1º dia e 9º dia da menstruação. Lembre-se conte sempre a partir do 1º dia da menstruação.
Marque em vermelho os dias em que você não pode ter relações: do 10º ao 19º . Nestes dias você pode usar uma camisinha masculina ou feminina.
Do 20º até a próxima menstruação, pode ficar despreocupada novamente, marque em azul.

Lembre-se. Não confie na memória. Marque o primeiro dia da menstruação num calendário.
Nunca conte do último dia da menstruação. Isto não tem nenhum valor.
Dia começa à meia-noite, certo? Se mudar o dia e você entrar no vermelho use a camisinha.
Apesar de ser muito raro há casos de mulheres que engravidaram em qualquer época do ciclo, até mesmo na menstruação.
Tabelinha é extremamente perigoso em adolescentes pois seu ciclo pode sofrer variações muito grandes de mês a mês.
Lembre-se: este é um método pouco seguro.


Coito Interrompido
Pouco Eficiente

Coito interrompido, ou " tirar fora " , é quando o homem, segundos antes da ejaculação, retira o pênis e ejacula fora da vagina.
Método muito pouco eficiente pois as secreções do pênis na fase de excitação podem conter espermatozóides vivos.
E também porque é muito difícil conter a ejaculação.
Para evitar a sensação de ejaculação os homens costumam pensar em coisas estranhas tal como um trem em alta velocidade se dirigindo para o casal ou contar de 2001 para trás...
Já pensou se o cara erra a conta ou o trem sai do trilho ?
Lembre-se: este é um método pouco seguro.


Pílula do dia seguinte
Dentro de suas características só deve ser usada em caso de emergência e não como método anticoncepcional de rotina.
Nem sempre surte resultados e pode ter efeitos colaterais intensos.
Usada até 24 horas da relação tem um índice de falha de 5 %. Entre 25 e 48 horas o índice de falha aumenta para 15 % e entre 49 e 72 horas o índice chega a 42 % de falhas.
Isto significa dizer que deve ser usada tão logo seja possível após a relação desprotegida.
Deve sempre ser receitada por médico ginecologista e não pode ser usada de maneira habitual. Ou seja é de emergência.
Em caso de necessidade você deve procurar um serviço de ginecologia ou seu médico pessoal urgente.


Osteoporose

Osteoporose é uma doença que afeta principalmente mulheres na pós-menopausa caracterizada por uma fragilidade nos ossos.
Na menopausa a ausência do hormônio feminino faz com que os ossos percam cálcio e fiquem porosos como uma esponja.
Esta fraqueza dos ossos expõe a mulher a riscos maiores de fraturas tanto por quedas como espontâneas.
Os locais mais comuns são a coluna, o colo do fêmur, e o pulso.
Destas fraturas a mais perigosa é a do colo do fêmur. É também por causa da osteoporose que as mulheres perdem altura com a idade.

Prevenção da Osteoporose
Seria interessante que todas as mulheres em qualquer idade pensassem na prevenção da osteoporose.
Na infância e na juventude é que se forma a massa óssea.
Nesta idade é importante a ingestão de cálcio. A maior fonte de cálcio é o leite.
É um absurdo num país como o Brasil, um dos maiores produtores de leite do mundo, que nossas meninas e adolescentes não tomem leite.
Outro fator importante é o exercício físico e a exposição ao sol por 10 a 15 minutos antes das 10 h da manhã.
Há hábitos que aumentam o risco à osteoporose como fumo, bebidas alcóolicas e café.
Outro fator é o tratamento precoce da menopausa. Quanto mais cedo for instituído o tratamento menor a perda da massa óssea.

Como diagnosticar a osteoporose?

O método mais difundido para o diagnóstico da osteoporose é a Densitometria Óssea. Existem outros exames que podem diagnosticar perda de massa óssea em relação ao adulto jovem.

É importante a pesquisa de fatores de risco para a osteoporose:
Raça branca
Histórico familiar de osteoporose
Vida sedentária
Baixa ingestão de cálcio e/ou vitamina D
Período da menopausa.
Fumo ou bebidas alcoólicas em excesso
Pessoa magra e/ou frágil
Fratura espontânea prévia
Medicamentos, tais como anticonvulsivantes, hormônio tireoideano, glicorticóides e heparina.
Doenças de base, tais como hepatopatia crônica, doença de Cushing, diabetes melito, hiperparatireoidismo, linfoma, leucemia, má-absorção, gastrectomia, doenças nutricionais, mieloma, artrite reumatóide e sarcoidose.

Como tratar a osteoporose?
Cálcio, Vitamina D, exercícios apropriados, exposição ao sol e, em alguns casos, medicações são importantes para manter a massa óssea e tratar a menopausa.

Atualmente, nos Estados Unidos, a Terapia de Reposição Hormonal, o alendronato, risedronato e raloxifeno são aprovados pela US Food and Drug Administration (FDA) para a prevenção e tratamento da osteoporose pós-menopausa.

A calcitonina é aprovada somente para o tratamento.
Mas o mais importante é o acompanhamento médico.
Na osteoporose instalada é importante que sejam adotadas medidas simples para se evitar quedas tais como retirar tapetes, disposição adequada de móveis, evitar o uso indiscriminado de tranquilizantes.
Hoje em dia está nascendo uma nova arquitetura para pessoas da terceira idade que evita a queda e o esforço em demasia respeitando as características desta população que, em breve, será a maioria.
Outro fator importante na terapia da osteoporose é a introdução de exercícios adequados e a exposição ao sol como terapia adjuvante. Não se deve proibir o portador de osteoporose de andar, caminhar, tomar sol pelo medo da fratura, mas adequar sua vida e reduzir seus riscos.


Tratamento da Síndrome de Ovários Policísticos

O tratamento dos Ovários Policísticos depende dos sintomas que a mulher apresenta e do que a mesma pretende.
A pergunta mais freqüente do médico é saber se a paciente pretende engravidar ou não.

Anticoncepcionais Orais

Não havendo desejo de engravidar, grande parte das mulheres se beneficiam com um tratamento a base de anticoncepcionais orais ou seja a pílula.
De fato a pílula melhora os sintomas de aumento de pelos, espinhas, irregularidades menstruais, cólicas e, em alguns casos, do aumento excessivo do peso.
Não há uma pílula específica para o controle dos sintomas. As de baixa dosagem tem sido as mais prescritas pelos ginecologistas. Existem pílulas que têm um efeito melhor sobre a acne, espinhas e pele oleosa.
Mulheres que não podem tomar a pílula se beneficiam de tratamentos à base de progesterona.
Dietas com baixas calorias e pouca gordura melhoram o aumento de peso contribuindo para o bem estar da paciente.
Em alguns casos medicamentos que são usados no tratamento da diabetes também tem sua aplicação.

Cirurgia

Cada vez mais os métodos cirúrgicos para esta síndrome tem sido abandonados em função da eficiência do tratamento com anticoncepcionais orais.

Indução da Ovulação

Se a paciente pretende engravidar o médico lhe recomendará um tratamento de indução da ovulação não sem antes afastar as outras causas de infertilidade.
Não se deve fazer este tratamento em mulheres que não estejam realmente tentando engravidar.
O fato da mulher conseguir ovular com medicamentos não significa que a síndrome foi curada.

É necessário tratar ?

A decisão sobre o tratamento passa pela orientação por parte do médico e a decisão da mulher.
Muitas mulheres se sentem bem melhor com o tratamento.
De qualquer maneira a síndrome dos ovários policísticos não é uma doença grave portanto não há necessidade de preocupação.


Sexo seguro

Milhares de mulheres e homens no mundo todo estão se expondo diariamente à AIDS e a outras doenças sexualmente transmissíveis.
Porque ?
Para não usar uma camisinha ?
Camisinha é sinal de respeito, de amor pela companheira e companheiro.

Tensão Pré Menstrual
Sensação que o mundo vai acabar antes da menstruação...

É isto que a maioria das mulheres que tem TPM sente.
Também chamada de desordem disfórica pré-menstrual, ou carinhosamente TPM, atinge aproximadamente 75% das mulheres.
No entanto apenas 8% das mulheres tem sintomas muito intensos.

Sintomas da TPM
depressão, sentimento de desesperança, pensamentos auto-depreciativos;
ansiedade, tensão, nervosismo, excitação;
fraqueza afetiva, tristeza repentina, choro fácil, sentimento de rejeição;
raiva ou irritabilidade persistente, aumento dos conflitos interpessoais;
diminuição do interesse pelas atividades habituais;
sensação de dificuldade de concentração;
cansaço, fadiga fácil, falta de energia;
acentuada alteração do apetite;
distúrbios do sono;
sensação de estar fora do próprio controle;
inchaço e/ou sensibilidade mamária aumentada;
dor de cabeça;
dores musculares;
ganho de peso ou sensação de inchaço;
No entanto para ser considerada doença, e portanto sujeita a tratamento, é importante que estes sintomas de fato interfiram nas atividades habituais da mulher e que os mesmos ocorram na fase pré menstrual e não em todo o ciclo.

Causas da TPM

Muitas hipóteses tem sido feitas a respeito das causas desta doença mas, atualmente, o que parece prevalecer é que sejam influências hormonais normais do ciclo menstrual que interfiram no sistema nervoso central.
Parece haver uma íntima relação entre os hormônios sexuais femininos, as endorfinas (substâncias naturais ligadas a sensação de prazer) e os neurotransmissores tais como a serotonina.
É importante ressaltar que esta síndrome acompanha a ovulação normal da mulher


Tratamento da TPM

Por se tratar de uma síndrome, não existem tratamentos específicos já que os sintomas variam muito de intensidade para cada mulher.
Resultados não cientificamente comprovados mostram que a vitamina B6 ( Piridoxina ), a vitamina E, o cálcio e o magnésio podem ser usados com melhora dos sintomas.
Outro medicamento é o ácido gama linoleico que é um ácido graxo essencial. Pode ser encontrado no óleo de prímula. Existem advertências sérias do FDA americano a respeito de medicações alternativas naturais e de possíveis efeitos colaterais graves, portanto este, como qualquer outro medicamento, mesmo "natural", só deve ser usado mediante prescrição médica.
Na verdade, este é o melhor caminho para o tratamento da TPM. Consultar um médico ginecologista e descrever para ele todos os sintomas que a mulher sente antes e depois da menstruação.
O melhor medicamento é o que, sozinho ou associado, reduza os sintomas. Como esta síndrome está ligada à ovulação, muitas mulheres podem se beneficiar do uso da pílula anticoncepcional que suspende a ovulação.

Já nos casos graves de desordem disfórica pré-menstrual é necessária uma medicação mais específica sendo que a medicação usada com melhores resultados são os anti-depressivos principalmente o ProzacÒ (Fluoxetina). Estudos recentes mostram que esta medicação usada na menor dose possível e durante a fase de tensão pré-menstrual tem melhorado muito a qualidade de vida das mulheres que experimentam esta disfunção. Nos Estados Unidos chama-se Sarafem®
O importante é que se entenda que esta não é uma doença mas sim uma alteração fisiológica do ciclo menstrual feminino e que pode ser resolvida com medidas simples por parte do seu médico assistente.





TPM

TEXTO: SONIA HIRSCH
CONSULTORIA MÉDICA: DRA STELLA MARINA PINTO FERREIRA


TPM, ou tensão pré-menstrual, tem sido o inferninho particular da mulher moderna. As
antigas viviam mais preservadas, normalmente só trabalhavam em casa, de modo que
podiam recolher-se ao leito com uma indisposição que se prolongava até o fim
"daqueles" dias.

Pesquisa feita num presídio feminino dos EUA mostrou que 50% das presas
cometeram os delitos fatais durante o período pré-menstrual. Entre as que provocaram
acidentes de trânsito, 52% estavam na mesma situação. Os juízes são até mais
benevolentes com as mulheres criminosas quando elas alegam TPM, e há mesmo que
dar um desconto, porque tem dias em que a gente fica doida, prontinha para rosnar e
morder (no mínimo).

Às vezes é tão infernal que os sintomas duram da ovulação até a menstruação, sem
sabermos que são agravadíssimos por hábitos alimentares, stress, drogas e até
relações domésticas: segundo as pesquisas, um dos piores fatores de risco para TPM
é... viver com um homem! Professoras e funcionárias públicas gozam até hoje de um
indulto menstrual. Podem faltar três dias por mês, vejam só, certamente para não
estrangularem alunos e chefes.

Claro que nem todo mundo sente a tensão pré-menstrual com tanta ênfase, e há as
que nem sentem. Quem sofre mais são as estressadas, as mais velhas e as que têm
mais estrogênio circulando: gordinhas, ioiô (engordando e emagrecendo o tempo
todo) e as que vivem com o intestino preso (quando as fezes se acumulam no
intestino, o estrogênio contido nelas, que o fígado degradou e tratou de eliminar, é
reabsorvido pelo sangue).

Como isso chega a acontecer? Na primeira fase do ciclo menstrual o óvulo está se
preparando para deixar o ovário rumo ao útero. Se a fecundação não acontece
entramos na segunda fase, que leva à menstruação. Ou seja, o período acumula toda
a tensão de um movimento que não deu em nada, e a menstruação vai limpar o útero
de um sangue que não serve mais. Não é nada parecido com a exuberância de uma
primavera e um verão, tem os tons mais sóbrios e fechados de um outono e um
inverno. A situação sugere recolhimento e repouso, como em qualquer fim de ciclo.

Que tipo de TPM você pratica?


Bruxa

Alterações bruscas de humor,
ansiedade,
nervosismo,
irritabilidade,
lentidão mental,
abatimento,
apatia,
insônia,
vertigem e depressão,
dor de cabeça forte;
os sintomas apontam alto nível de estrogênio e baixa progesterona


Monstra

Aumento de peso,
flatulência,
inchaço abdominal,
edema no rosto, nas mãos e nos pés,
muita sensibilidade nos seios;
indica excesso de sal no organismo com retenção de líquido e possível elevação de
aldosterona, hormônio das glândulas adrenais


Neurótica

Depressão,
impulsos suicidas,
crises de choro,
confusão mental,
falta de concentração,
dificuldade em verbalizar;
pode significar elevação de progesterona e possível aumento do hormônioandrógeno;
também é bom ver se há intoxicação por chumbo


Comilona

Apetite voraz, necessidade incontrolável de comer açúcar,
sensação de cansaço,
palpitações,
dor de cabeça e até desmaios;
isto costuma indicar hipoglicemia reativa


Pluriapta

Apresenta vários dos sintomas mencionados e inclui um ou mais dos seguintes:
acne, gases, constipação, diarréia, enjôo, vômito,
dor nas costas e problemas respiratórios



Não se preocupe, todos os tipos têm algo em comum: melhoram completamente com uma dieta, uns exercicios e uns suplementos.

dieta é bom

É aquela mesma que a gente adora. Bem variada e rica em cereais integrais, feijões,
vegetais e frutas. Muita salada verde temperada com azeite de oliva e limão. Pouca
gordura. Pouco sal. Pouco volume de comida. Porções mínimas de carnes, aves, ovos,
peixes e queijos. Porções minúsculas de doces, e nada de aperitivos salgados, carnes
defumadas, picles ou alimentos preparados na brasa do carvão.

mas não morra de fome!

Fazer dieta, aqui, não pode significar privação.
Regimes de poucas calorias são fatais para quem sofre de TPM. Isso porque o
organismo reage diminuindo sua taxa metabólica, isto é, desacelerando a queima de
nutrientes do mesmo jeito que a gente desacelera um automóvel para gastar menos
gasolina. Desacelerada e impedida de cometer seus pecadinhos diários, a pessoa sente
que não é a mesma. Que está mal, passando fome, e está. E já não se reconhece. Aí dá
uma angústia que vai indo, vai indo e de repente a joga de cabeça nos sorvetes,
biscoitos, doces e massas - sem falar no chocolate.

Chocolate e magnésio são interligados; uma ânsia incontrolável por chocolate pode
estar mostrando deficiência de magnésio, em que o cacau é relativamente rico, mas não
a ponto de servir como remédio, infelizmente...

Faça cinco pequenas refeições ao longo do dia para resolver o problema. Por
exemplo: deixe para comer frutas nos lanches da manhã e da tarde. Ou, se você prefere
comer frutas em jejum, deixe o sanduíche para o meio da manhã.

Ficar comendo açúcar faz desperdiçar cálcio, magnésio e vitamina B no processo
metabólico. Açúcar em excesso (e o que é excesso varia de pessoa para pessoa) produz
sintomas de hipoglicemia e conseqüentemente ansiedade, depressão e desejo de mais
açúcar.

ÁLCOOL também provoca hipoglicemia e deveria ser evitado, ao menos na segunda fase
do ciclo.

SAL força a retenção de líquidos, inclusive nos seios, provocando edema generalizado e
sensação de peso.

CAFEÍNA aumenta a tensão e a sensibilidade, agrava
a hipoglicemia e chateia o fígado, que já pode estar pra lá de chateado nessa ocasião.

Comer alimentos ricos em fibra é fundamental para auxiliar a eliminação das fezes, e
do estrogênio junto com elas.

Reduzir óleo, manteiga, margarina e carnes diminui também a necessidade de sal e
alivia o trabalho do fígado. Tem mais: tanto o açúcar quanto a gordura podem aumentar a
produção de estrogênio!


suplementos:

Incluem cálcio, vitamina B6 e magnésio. Foi verificado que o sangue tem menos cálcio
dez dias antes da menstruação, o que basta para deixar qualquer uma nervosa e tensa,
já que o cálcio acalma. A vitamina B6, piridoxina, está quase sempre faltando e nunca é
demais, que dirá nessa fase. E a ausência de magnésio nas células, quase sempre
constatada na TPM, prejudica o equilíbrio delas, atrapalha a ação do cálcio e dá aquela
vontade danada de comer chocolate.

Os suplementos têm se mostrado eficazes para tratar a TPM nas seguintes doses (não
tome sem supervisão médica, isto aqui é só uma informação!):
50 a 100 mg de vitamina B6, piridoxina, tomados com complexo B;
600 a 800 mg de citrato de magnésio; 1.000 mg de citrato de cálcio.

Outros suplementos indicados são os que contêm ácidos graxos essenciais, como os
ácidos linoleico, gamalinoleico e araquidônico. O óleo de prímula, em doses de 1.5 g
duas vezes ao dia e associado à B6, tem se mostrado muito eficiente em casos difíceis
de TPM. Especificamente contra edemas, ginkgo biloba em extrato sólido, tomado em
doses de 40 mg três vezes ao dia, tem o poder de contrair os minúsculos capilares
sanguíneos através dos quais os líquidos vazam para os tecidos. Contra depressão,
choro e memória fraca têm sido usados dois a seis gramas diários de tirosina,
aminoácido que ajuda a controlar a depressão e o apetite estimulando as funções
cerebrais.

exercicio:

Uma caminhada de uma hora por dia, num passo apertado que deixe você ligeiramente
ofegante, já é o suficiente.
Oxigena o sangue e o cérebro, tonifica os músculos, fortalece os ossos, lubrifica as articulações,
estimula o funcionamento do intestino, melhora o metabolismo durante o dia inteiro e ajuda a
perder as gordurinhas. Tá bom ou quer mais?

OK, então ande duas vezes por dia, de manhã e à tarde, ou invente outra coisa:
bicicleta, natação, dança, tênis, peteca...


chás, ervas & raízes

Qualquer protetor hepático é bem-vindo:

chás de dente-de-leão, boldo, carqueja e artemísia, 3 xícaras ao dia;
tinturas de dente-de-leão e de bardana, meio conta-gotas duas vezes ao dia.


homeopatia

Para quem está de mau humor, irritada, cheia de gases e com o intestino preso, Lycopodium é uma boa sugestão.
Mas se a moça fica de humor instável, ou triste e chorosa, com os olhos inflamados e o nariz escorrendo logo antes de menstruar, pode ser um caso de Pulsatilla. Em que dosagem? A critério da médica, como sempre.

Em caso de emergência, se você mesma tiver que decidir a dosagem, para ter segurança fique sempre nas baixas potências dos remédios:
dinamizações de 3c a 6c no máximo, em doses de até 5 gotas ou 5 glóbulos de 2 em 2 horas.

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