2.18.2009

Indústria farmacêutica promete medicamentos mais baratos aos mais pobres

Novo presidente da GlaxoSmithKline desafia os concorrentes a fazer o mesmo


A segunda maior companhia farmacêutica do mundo deve em breve mudar sua estratégia para passar a prover medicamentos mais baratos a milhões de pessoas de nações em desenvolvimento.
Segundo Andrew Witty, o novo presidente da GlaxoSmithKline, todos os preços serão reduzidos nos países mais pobres e os lucros voltarão a ser destinados a hospitais e clínicas.
Além disso, ele pretende compartilhar o conhecimento de remédios em potencial que atualmente são protegidos por patentes.

Em entrevista ao jornal britânico The Guardian, Witty defendeu a crença de que as farmacêuticas têm a obrigação de ajudar os menos favorecidos a também conseguir tratamento e desafiou outras companhias a fazerem o mesmo.

As empresas do setor vêm sendo criticadas repetidamente por não baixarem os preços dos medicamentos contra a AIDS, doença que já fez milhões de vítimas na África e na Ásia, e manterem as patentes que garantem valores mais elevados.

“Acredito que os acionistas entendem isso e é meu dever garantir que posso explicar. Acho que podemos. Acredito que é o tipo de coisa que grandes companhias globais precisam demonstrar, que elas têm uma visão mais balanceada do mundo do que o retorno em curto prazo”, salientou.

Mudanças

O novo presidente reforçou que a Glaxo realizará cortes de até 25% nos preços de medicamentos nos 50 países menos desenvolvidos do planeta em relação aos valores cobrados nos EUA e no Reino Unido, além de garantir maior acessibilidade a nações em desenvolvimento, como Brasil e Índia.

A companhia também deve parar de utilizar os direitos de propriedade intelectual para medicamentos patenteados que possam ser relevantes a outros pesquisadores na busca de cura e tratamento de doenças.
Witty prometeu ainda o reinvestimento de 20% dos lucros da empresa em hospitais e clínicas de países menos desenvolvidos, além de investir em cientistas de outras companhias, ONGs e governo.

“Trabalhamos como loucos para criarmos o próximo bom medicamento, sabendo que será usado em um grande números de países desenvolvidos, mas podemos fazer algo pelos países em desenvolvimento. Estamos trabalhando duro nisso? Quero poder dizer que sim”.

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