O acidente vascular cerebral (AVC), doença que mais mata e uma das maiores causas de hospitalizações e incapacitação no Brasil, é normalmente associado a idosos. Mas, segundo uma pesquisa realizada este ano em algumas regiões do Brasil, 7,5 % de suas vítimas são pessoas com menos de 45 anos. Segundo o secretário geral da Sociedade Brasileira de Angiologia e Cirurgia Vascular, doutor Sérgio Meirelles, esta faixa etária está entrando no grupo de risco de doenças vasculares por conta do aumento dos fatores de risco: diabetes, pressão alta, estresse crônico, obesidade e tabagismo.
"A partir de 40 anos, todos devem procurar o angiologista e o cirurgião vascular para revisões anuais de rotina", afirma Meirelles.
No caso dos hipertensos, o doutor Evandro Tinoco, cardiologista e professor da UFF, recomenda cuidado ainda maior.
"Independente da idade, quem tem pressão alta deve ir ao médico quatro vezes ao ano para realizar check-ups", explica Tinoco. "Além disso, todos os idosos têm que aprender a verificar seus batimentos cardíacos, e fazê-lo diariamente", completa.
Tipos de AVC:
- Isquêmico, que ocorre quando há entupimento da carótida, vaso sanguíneo que leva sangue arterial do coração para o cérebro, por placas de gordura. Nesta variação, responsável por aproximadamente 80% dos casos, o acidente vascular ocorre por falta de sangue no cérebro.
- Hemorrágico, que é resultado do rompimento da mesma artéria. Mais conhecido como derrame, ele causa sangramento no cérebro e costuma acometer pessoas com pressão arterial alta.
Como diagnosticar?
O AVC pode ser erradamente diagnosticado por leigos como um simples mal-estar. Este problema pode acarretar consequências sérias, como paralisação de membros de um lado do corpo (hemiplegia), perda da capacidade de fala (afasia) e até a morte.
Para evitar complicações, deve-se ficar atento e procurar urgentemente atendimento médico em caso de aparecimento de algum destes sinais: alterações motoras como dormência e formigamento (que podem acometer apenas um lado do corpo), súbita fraqueza muscular (ao segurar um objeto, mexer a mão, a perna ou o rosto). Podem ocorrer também alterações da visão e da fala. Quanto mais rápido a vítima de AVC for tratada, maiores são as chances de não haver sequelas.
Trabalhando o psicológico e o fisiológico
É unanimidade entre os médicos que a forma mais segura de lidar com o AVC é evitá-lo. Como um dos fatores de maior risco para esta e outras doenças é o estresse, o Grupo Sanare, no Rio de Janeiro, resolveu inovar e criar o "check-up de stress", uma avaliação do paciente por profissionais de neuropsicologia, meditação, medicina chinesa, psicossomática e psiquiatria. Após realizar os exames, a equipe monta um programa de tratamento multidisciplinar. Apesar de ser uma opção cara (cada sessão custa entre R$ 100 e R$ 250), a promessa é de que surta efeito em pouco tempo.
"Trabalhamos os problemas da mente e do corpo conjuntamente, e propomos o gerenciamento do estresse crônico, para evitar doenças decorrentes dele", explica a neuropsicóloga Andrea Bandeira.
Bandeira conta que o estresse não atinge igualmente a homens e mulheres.
"Comumente os problemas da vida cotidiana causam disfunções coronarianas aos homens. Já as mulheres têm uma tendência a produzir doenças auto-imunes, endócrinas ou reumáticas".
O Fluminense
Ana Clara Werneck
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