A síndrome de Ménière ou doença de Ménière é um complexo de sintomas de etiologia desconhecida que podem afetar a audição e o equilíbrio. Seu nome vem do físico francês Prosper Ménière, o primeiro a reportar que a vertigem é causada por desordens do ouvido interno em um artigo de 1861.
Características clínicas
Esta doença é caracterizada por surdez, zumbido e vertigem, iniciando-se geralmente na meia-idade e, quando não tratada, persiste indefinidamente com períodos ocasionais de remissão. Começa com zumbido e surdez que, em aproximadamente 90 por cento dos casos, são unilaterais. O zumbido, de baixa tonalidade, tem sido descrito como um murmúrio ou ronco, e, em certos casos, como som sibilante, enquanto que a surdez foi descrita como surdez do ouvido interno, do tipo de recepção, de grau variável. A vertigem frequentemente é um sintoma tardio da doença, e muitas vezes é acompanhada de crises de náusea e vômito que podem incapacitar o paciente. A vertigem, geralmente, tem início súbito, explosivo, durando de vários minutos a várias horas. Alguns pacientes podem prever o ataque pela mudança do tom ou da intensidade do zumbido.
Estes mesmos sinais e sintomas ocorrem comumente nos casos de distúrbios cardiovasculares ou de arterioesclerose cerebral. A verdadeira doença de Ménière, entretanto, apresenta alterações histopatológicas específicas no labirinto, descritas originalmente em 1938 por Hallpike e Cairns. A denominação inespecífica de "síndrome de Ménière" é usada com frequência para descrever condições caracterizadas por vertigem labiríntica, não associada necessariamente com as alterações relatadas por aqueles pesquisadores. Na doença de Ménière verdadeira há dilatação dos espaços endolinfáticos do labirinto, sem reação inflamatória. O aumento da pressão da endolinfa parece diminuir e distorcer a resposta à estimulação dos órgãos terminais do labirinto e da cóclea. A base da dilatação endolinfática é desconhecida. Sugeriu-se que a causa básica desta alteração é uma disfunção vasomotora autônoma ou uma alergia intrínseca. A sugestão de uma deficiência nutricional não parece válida, em vista da ocorrência unilateral típica.
Tratamento
Nenhum tratamento da doença de Ménière é inteiramente eficaz. A terapêutica medicamentosa, em geral, não é bem-sucedida, embora alguns pacientes reajam favoravelmente aos vasodilatadores, tais como a histamina ou niacina. Quando o tratamento conservador fracassa, pode ser considerada a intervenção cirúrgica para aliviar a vertigem. A operação consiste na secção do oitavo nervo craniano ou na labirintotomia destrutiva, que parecem ser igualmente eficazes na abolição das crises agudas de vertigem.
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