Eles dizem, porém, que prefeitura precisa garantir manutenção da área. Pela nova proposta, em troca do parque será construído o campo de golfe dos Jogos de 2016
RIO - A decisão do prefeito Eduardo Paes de mudar parâmetros ambientais e urbanísticos da Barra para permitir a construção do campo de golfe dos Jogos de 2016 foi
bem recebida por líderes e representantes da região. Eles esperam, no
entanto, que a prefeitura de fato assuma a responsabilidade de preservar
o novo parque que será criado. Pela proposta que o prefeito deve enviar
na próxima semana à Câmara de Vereadores, cerca de 58 mil metros
quadrados do Parque de Marapendi, que fica dentro da Área de Proteção
Ambiental (APA) de Marapendi, perto da Avenida das Américas, poderão ser
utilizados para a construção do campo de golfe. Em contrapartida, o
prefeito pretende transformar o trecho da APA voltado para a Praia da
Reserva em parque. Com isso, o terreno passa a ser não edificável.
Presidente da Câmara Comunitária da Barra, Delair Dumbrosck acredita que a instalação do campo de golfe ajudará a revitalizar o Parque de Marapendi, ao mesmo tempo em que acaba com a indefinição sobre o futuro do trecho da APA de Marapendi na Praia da Reserva.
— Vejo a medida com bons olhos. O local onde deverá ser o campo de golfe está hoje abandonado, sem qualquer preservação. Mas é importante que a prefeitura realmente assuma o parque de Marapendi, criando condições para que ele não seja degradado com ocupações irregulares — diz Dumbrosck.
A deputada Aspásia Camargo (PV) também considera a mudança dos parâmetros um avanço. A parlamentar defende, contudo, que 10% dos recursos utilizados na criação do campo de golfe sejam aplicados num fundo para a administração do novo parque de Marapendi.
Aspásia é favorável ainda à redução do gabarito de 22 andares permitido na franja do terreno às margens da Avenida das Américas e em frente ao campo de golfe.
— Acho que o momento é de polemizar menos e olharmos o que está acontecendo. A prefeitura nunca teve condições de administrar adequadamente os seus parques. Por outro lado, aquela área está bastante degradada. Portanto, temos uma excelente oportunidade de permitir que o campo seja criado, ajude a recuperar aquela área e, ao mesmo tempo, auxilie financeiramente na administração do parque de Marapendi — argumenta Aspásia.
Ademi destaca valorização da área
Para o vice-presidente da Associação de Dirigentes do Mercado Imobiliário (Ademi), Rubem Vasconcelos, a criação do campo de golfe poderá valorizar o trecho da Barra:
— Acho a medida da prefeitura espetacular. Um campo de golfe na Barra é uma ancoragem para o bairro. Em todo o mundo, nos locais que ganham campos de golfe, a valorização imobiliária é grande. É muito bem-vindo. Aquela área está degradada. Não adianta pensar pequeno. É um momento em que o Rio precisa aproveitar essas oportunidades para evoluir. A gente não pode ter preconceito com isso. Só mesmo sendo muito xiita ou radical para não permitir o campo de golfe.
Em carta ao GLOBO, Armínio Fraga, ex-presidente do Banco Central, esclareceu ontem que não lidera grupo de empresários interessados em executar o projeto do campo de golfe. Ele explicou que não tem interesse comercial no projeto e que faz parte de um comitê que assessora a Rio 2016 em questões técnicas, como a seleção do arquiteto do campo de golfe. Ele esclarece ainda que faz parte do conselho da entidade sem fins lucrativos que administrará a operação do campo, o segundo público do estado. O primeiro fica em Japeri, na Baixada Fluminense.
O promotor de Meio Ambiente Carlos Frederico Saturnino, responsável por um inquérito que investiga o impacto do campo de golfe na Barra, considera “grave” a mudança nos parâmetros urbanísticos, tendo como objetivo atender ao calendário dos Jogos 2016:
— O problema não é o campo de golfe em si. Na minha opinião, a questão é grave porque, em primeiro lugar, começamos a legislar por casuísmo, em vez de pensarmos num bairro como um todo. Em segundo lugar, porque o prefeito tem maioria na Câmara e temo que essas mudanças não sejam analisadas e discutidas com a profundidade necessária.
Parque tem ocupações irregulares
O advogado especialista em meio ambiente Rogério Zouein disse que é positiva a criação do parque de Marapendi na Praia da Reserva. Ele, no entanto, ressalta que ainda há inúmeras ocupações irregulares por condomínios em outros trechos dos parque. Segundo ele, até hoje estes problemas ainda não foram resolvidos pelo município.
— Acho ruim perder 58 mil metros quadrados do parque (de Marapendi) quando a área que já existe é parcialmente ocupada pelos condomínios sem que nada seja feito — afirma o especialista.
Presidente da Câmara Comunitária da Barra, Delair Dumbrosck acredita que a instalação do campo de golfe ajudará a revitalizar o Parque de Marapendi, ao mesmo tempo em que acaba com a indefinição sobre o futuro do trecho da APA de Marapendi na Praia da Reserva.
— Vejo a medida com bons olhos. O local onde deverá ser o campo de golfe está hoje abandonado, sem qualquer preservação. Mas é importante que a prefeitura realmente assuma o parque de Marapendi, criando condições para que ele não seja degradado com ocupações irregulares — diz Dumbrosck.
A deputada Aspásia Camargo (PV) também considera a mudança dos parâmetros um avanço. A parlamentar defende, contudo, que 10% dos recursos utilizados na criação do campo de golfe sejam aplicados num fundo para a administração do novo parque de Marapendi.
Aspásia é favorável ainda à redução do gabarito de 22 andares permitido na franja do terreno às margens da Avenida das Américas e em frente ao campo de golfe.
— Acho que o momento é de polemizar menos e olharmos o que está acontecendo. A prefeitura nunca teve condições de administrar adequadamente os seus parques. Por outro lado, aquela área está bastante degradada. Portanto, temos uma excelente oportunidade de permitir que o campo seja criado, ajude a recuperar aquela área e, ao mesmo tempo, auxilie financeiramente na administração do parque de Marapendi — argumenta Aspásia.
Ademi destaca valorização da área
Para o vice-presidente da Associação de Dirigentes do Mercado Imobiliário (Ademi), Rubem Vasconcelos, a criação do campo de golfe poderá valorizar o trecho da Barra:
— Acho a medida da prefeitura espetacular. Um campo de golfe na Barra é uma ancoragem para o bairro. Em todo o mundo, nos locais que ganham campos de golfe, a valorização imobiliária é grande. É muito bem-vindo. Aquela área está degradada. Não adianta pensar pequeno. É um momento em que o Rio precisa aproveitar essas oportunidades para evoluir. A gente não pode ter preconceito com isso. Só mesmo sendo muito xiita ou radical para não permitir o campo de golfe.
Em carta ao GLOBO, Armínio Fraga, ex-presidente do Banco Central, esclareceu ontem que não lidera grupo de empresários interessados em executar o projeto do campo de golfe. Ele explicou que não tem interesse comercial no projeto e que faz parte de um comitê que assessora a Rio 2016 em questões técnicas, como a seleção do arquiteto do campo de golfe. Ele esclarece ainda que faz parte do conselho da entidade sem fins lucrativos que administrará a operação do campo, o segundo público do estado. O primeiro fica em Japeri, na Baixada Fluminense.
O promotor de Meio Ambiente Carlos Frederico Saturnino, responsável por um inquérito que investiga o impacto do campo de golfe na Barra, considera “grave” a mudança nos parâmetros urbanísticos, tendo como objetivo atender ao calendário dos Jogos 2016:
— O problema não é o campo de golfe em si. Na minha opinião, a questão é grave porque, em primeiro lugar, começamos a legislar por casuísmo, em vez de pensarmos num bairro como um todo. Em segundo lugar, porque o prefeito tem maioria na Câmara e temo que essas mudanças não sejam analisadas e discutidas com a profundidade necessária.
Parque tem ocupações irregulares
O advogado especialista em meio ambiente Rogério Zouein disse que é positiva a criação do parque de Marapendi na Praia da Reserva. Ele, no entanto, ressalta que ainda há inúmeras ocupações irregulares por condomínios em outros trechos dos parque. Segundo ele, até hoje estes problemas ainda não foram resolvidos pelo município.
— Acho ruim perder 58 mil metros quadrados do parque (de Marapendi) quando a área que já existe é parcialmente ocupada pelos condomínios sem que nada seja feito — afirma o especialista.
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