4.10.2010

EUA alertam contra droga proibida que "dissolve" gordura (lipostabil e lipoblaste)



A FDA (agência americana que regula remédios e alimentos) fez ontem um alerta contra tratamentos que prometem dissolver gordura, mas não têm eficácia comprovada, e notificou uma empresa brasileira que importa e distribui produtos para esse fim nos EUA.

Os procedimentos, chamados de lipodissolução e mesoterapia, usam injeções das drogas fosfotidilcolina (lipostabil) e desoxicolato de sódio (lipoblaste). Ambas são proibidas para uso estético aqui e nos EUA, mas são vendidas lipostabililegamente.

A empresa brasileira notificada tem sede em Fortaleza (CE) e vende as drogas em dois sites em inglês, hospedados no Brasil. A FDA fez um alerta à empresa para impedir a importação e distribuição dos produtos nos EUA e afirmou que vai fazer uma notificação às autoridades brasileiras reguladoras.

Mesmo sem ter recebido o comunicado oficial da FDA, a Anvisa (Agência de Vigilância Sanitária) disse que, como o site tem domínio brasileiro, vai fazer uma autuação à empresa para que ela retire a propaganda e a venda das substâncias, já que o produto não cumpre as exigências sanitárias.

A fosfotidilcolina era, originalmente, usada para tratamento de embolia gordurosa, mas, segundo a Anvisa, não há informações sobre a segurança do produto na dissolução de gorduras localizadas e, por isso, o uso e a fabricação foram proibidos em 2003.

Já o desoxicolato de sódio, que age da mesma forma, pode ser encontrado na composição de alguns remédios, mas não tem autorização para uso estético, de acordo com a agência.

"A ação era a mesma, mas ele provocava mais reações, como dor e inchaço", diz a dermatologista Andréia Moreira, coordenadora do Departamento de Cosmiatria da Sociedade Brasileira de Dermatologia.

Venda ilegal

Apesar da proibição da venda das substâncias, a Folha encontrou clínicas em São Paulo e no Rio que confirmaram oferecer tratamento com o desoxicolato de sódio. A reportagem também encontrou ao menos quatro comunidades do Orkut que vendem os medicamentos. A Anvisa disse que fará uma análise desse comércio e poderá autuar clínicas e farmácias de manipulação. A multa varia entre R$ 2.000 e R$ 1,5 milhão.

Folha de São Paulo

Um comentário:

Unknown disse...

Aplicação é subcutânea/hipodérmica e não intradérmica. Não se aplica medicamentos para gordura na derme.