12.10.2011

Gravidez de risco

Maternidade

Stress no início da gravidez pode diminuir proporção de meninos nascidos

Uma das hipóteses é a de que os meninos podem ser menos fortes, assim não se adaptam a um ambiente de stress no útero

Parto: stress no início da gestação reduz proporção de meninos nascidos Parto: stress no início da gestação reduz proporção de meninos nascidos (Thinkstock)
O stress entre o segundo e o terceiro meses de gravidez pode aumentar o risco de partos prematuros e reduzir a proporção de meninos nascidos. Pelo menos é o que afirma um estudo sobre o efeito da tensão causada pelo terremoto de 7,9 graus na escala Richter, que aconteceu em Tarapacá, no Chile, em 2005. A pesquisa, financiada pela Fundação Nacional de Ciência dos EUA e pelo Instituto Nacional de Saúde americano, foi publicada na edição digital da revista Human Reproduction.
Estudo anteriores já haviam descoberto que o stress pode afetar a duração da gravidez. Mas, até então, nenhuma pesquisa tinha examinado o efeito do momento no qual aconteceu a tensão sobre a proporção de meninos e meninas. Para isso, as professoras Florencia Torche e Karine Kleinhaus, da Universidade de Nova York, analisaram os certificados de nascimento dos bebês nascidos no Chile entre 2004 e 2006. Elas determinaram sexo, peso, estatura e idade gestacional das mais de 600.000 crianças dadas à luz nesse período.
As pesquisadoras também observaram a idade da mãe, se ela tinha estado grávida anteriormente e em qual dos 350 condados chilenos vivia. Essas informações eram importantes para tentar explicar como o terremoto afetou as mães que estiveram mais próximas do epicentro do sismo. Conclui-se, então, que as mulheres que experimentaram o sismo de maneira mais severa durante o segundo e o terceiro meses de gravidez tiveram gestações mais curtas e um maior risco de parto prematuro (antes de 37 semanas de gravidez).
Outra tendência observada foi que os nascimentos de meninos diminuíram com relação ao de meninas. Karine Kleinhaus, professora adjunta de psiquiatria, obstetrícia e ginecologia e medicina ambiental, explicou que, normalmente, nascem mais meninos que meninas, já que a proporção costuma ser de 51% contra 49%. No entanto, seus resultados mostram uma diminuição de 5,8%, o que se traduziria em uma proporção de 45 nascimentos de meninos por cada 100 crianças.
Uma pesquisa anterior indicara que perante situações de stress as mulheres são mais propensas a abortarem fetos masculinos, já que eles são maiores que os femininos e requerem um maior esforço da mãe. Além disso, os meninos podem ser menos fortes que as meninas e não adaptar seu desenvolvimento a um ambiente de stress no útero.
(Com agência EFE)

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