5.28.2013

NÃO MORRI, SÓ ESTOU DO OUTRO LADO DO CAMINHO

(...) Enquanto suas pernas estão firmes, corra ao encontro das pessoas que ama.

Enquanto seus braços estão fortes, enlace os seus amores, bem junto ao coração.

Enquanto sua mente está ágil e lúcida, escreva poemas, bilhetes, cartas e expresse todo o seu amor.

Enquanto sua voz soa forte e generosa, não deixe de falar com seus amigos, colegas. Cante, grite, sussurre palavras de afeto, de entusiasmo, de incentivo.

E nunca, nunca se envergonhe de declarar: Eu amo você.


(...) Chora teus mortos?
Então faze desse pranto um aceno de ternura e um bilhete de paz, onde tu digas aos amores desencarnados:
Permitiu Deus que te libertasses antes de mim, e eu disso queixo-me por egoísmo, porque preferiria ver-te ainda sujeito às penas e sofrimentos da vida. Espero, pois, resignado, o momento de nos reunirmos de novo no mundo mais venturoso no qual me precedeste. Até breve e que Deus te abençoe, ser querido!


A morte não é nada.
Apenas passei ao outro mundo.
Eu sou eu. Tu és tu.

O que fomos um para o outro ainda o somos.

Dá-me o nome que sempre me deste.

Fala-me como sempre me falaste.

Não mudes o tom a um triste ou solene.

Continua rindo com aquilo que nos fazia rir juntos.

Reza, sorri, pensa em mim, reza comigo.

Que o meu nome se pronuncie em casa

como sempre se pronunciou.

Sem nenhuma ênfase, sem rosto de sombra.

A vida continua significando o que significou:

continua sendo o que era.

O cordão de união não se quebrou.

Porque eu estaria fora de teus pensamentos,

apenas porque estou fora de tua vista ?

Não estou longe,

Somente estou do outro lado do caminho.

Já verás, tudo está bem.

Redescobrirás o meu coração,

e nele redescobrirás a ternura mais pura.

Seca tuas lágrimas e se me amas,

não chores mais.



Santo Agostinho

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