O transtorno de estresse pós-traumático
acontece quando se vivencia um trauma emocional de grande magnitude.
Esses traumas incluem guerras, catástrofes naturais, agressão física,
estupro e sérios acidentes. Geralmente as situações estão relacionadas a
uma ameaça real ou possível à sua vida ou integridade física e mental.
O transtorno de estresse pós-traumático engloba as seguintes características:
Reviver o trauma através de sonhos e de pensamentos; | |
Evitar persistentemente fatos, objetos ou quaisquer situações que lembrem o trauma | |
Medo de que a situação venha a se repetir | |
Sensações físicas de desconforto e ansiedade que podem ser desencadeados pela simples recordação mental do trauma. |
O que se sente?
A pessoa tem recordações com muita aflição,
incluindo imagens ou pensamentos do trauma vivenciado. Sonhos
amedrontadores também podem ocorrer e o indivíduo pode agir ou sentir
como se o evento traumático estivesse ocorrendo novamente. Um grande
sofrimento psicológico se desenvolve quando surgem lembranças de algum
aspecto do trauma. Há uma intensa necessidade de se evitar sentimentos,
pensamentos, conversas, pessoas ou lugares que ativem recordações do
trauma. Também pode ocorrer uma incapacidade de se recordar algum
aspecto importante do trauma, uma dificuldade em conciliar e manter o
sono, irritabilidade ou surtos de raiva e baixa concentração.
Em crianças pequenas podem ocorrer jogos
repetitivos com expressão de temas ou aspectos do trauma, sonhos
amedrontadores sem um conteúdo identificável e encenação específica do
trauma.
Como se faz o diagnóstico?
O transtorno de estresse pós-traumático pode se
desenvolver algum tempo após o trauma. O intervalo pode ser breve como
uma semana, ou longo como trinta anos. Os sintomas podem variar ao longo
do tempo e se intensificar durante períodos de estresse. As crianças e
os idosos têm mais possibilidade de desenvolver estresse pós-traumático
do que as pessoas na meia idade. Por exemplo, cerca de 80% das crianças
que sofrem uma queimadura extensa mostra sintomas de transtorno de
estresse pós-traumático um a dois anos após o ferimento. Em vista disso,
cabe ao médico uma ampla investigação em relação aos sintomas do
paciente para um correto diagnóstico.
Como se trata?
A pessoa deve procurar um psiquiatra que irá
abordar o evento com técnicas de apoio e encorajamento. A medicação
muitas vezes se faz necessária para um alívio inicial e uma melhor
abordagem do quadro. Um apoio adicional para a família do paciente
geralmente é indicado.
O transtorno de estresse pós-traumático (TEPT), estado de stress pós-traumático ou ainda síndrome pós-traumática, é um transtorno psicológico que ocorre em resposta a uma situação ou evento estressante (de curta ou longa duração), de natureza excepcionalmente ameaçadora ou catastrófica. Caso persista por mais de 2 anos pode apresentar passa a ser considerada uma modificações duradouras da personalidade
Etiologia
O TEPT pode ou não desenvolver-se em uma pessoa que tenha sido exposta a um acontecimento traumático, dependendo das características que tornam a pessoa mais vulnerável ou mais resiliente e da natureza do evento traumático.Entre os fatores que contribuem para o desenvolvimento do TEPT, estão:
- A extensão em que o evento traumático afetou a vida íntima e personal do afetado;
- A duração do evento;
- Tendência orgânica ao desenvolvimento de transtornos de humor e de ansiedade;
- Inexperiência/despreparo para lidar com o evento;
- Múltiplas experiências traumáticas;
- Experiência traumática causada por conhecidos;
- Pouco ou nenhum apoio social/funcional após o episódio.
Sinais e sintomas
Os sintomas que caracterizam o TEPT são :- Reexperiência traumática: Pesadelos e lembranças espontâneas, involuntárias e recorrentes (flashbacks) do evento traumático;
- Fuga e esquiva: Afastar-se de qualquer estímulo que possa desencadear o ciclo das lembranças traumáticas.
- Distanciamento emocional:
- Hiperexcitabilidade psíquica: Reações fuga exagerados, episódios de pânico (coração acelerado, transpiração, calor, medo de morrer...), distúrbios do sono, dificuldade de concentração, irritabilidade, hipervigilância.
Diagnóstico
Pela classificação da OMS não pode ser diagnosticado no primeiro mês após o evento traumático, nesse caso trata-se de reação aguda ao estresse (CID-10 F43.0), nem mais de dois anos após o evento, quando passa a ser classificado como modificações duradouras da personalidade (F62.0). De forma similar o DSM-IV classifica as reações no primeiro mês após o trauma como transtorno de estresse agudo (308.3).De acordo com o DSM-IV, os critérios necessários para fazer o diagnóstico são :
- Existência de um evento traumático claramente reconhecível como um atentado à integridade física, própria ou alheia, que haja sido experimentado direta ou indiretamente pela pessoa afetada e que lhe provoque temor, angústia ou horror.
- Re-experimentação persistente do evento em uma (ou mais) das seguintes maneiras:
- Pensamentos recorrentes, aversivos e intrusivos (flashback);
- Pesadelos relacionados ao evento;
- Comportamentos desencadeados por essas memórias.
- A insensibilidade afetiva, identificável por:
- Diminuição expressiva no interesse em realizar atividades comuns ou significativas, especialmente se tem alguma relação com o evento traumático;
- Sensação de distanciamento em relação às outras pessoas;
- Diminuição da afetividade;
- Pessimismo quanto ao próprio futuro.
- Hiperatividade psicomotora:
- Hipervigilância;
- Distúrbios do sono;
- Dificuldade para concentrar-se;
- Susto exagerado;
- Irritabilidade.
Diagnóstico em crianças
Possíveis sintomas em crianças :- Comportamento desorganizado ou agitado;
- Jogos repetitivos, com expressão de temas ou aspectos do trauma;
- Re-encenação específica do trauma;
- Sonhos amedrontadores sem um conteúdo identificável.
Diagnóstico diferencial
Diante de eventos traumáticos também é possível resultar em um transtorno dissociativo (como uma separação de si mesmo). Na amnésia dissociativa a pessoa reprime intensamente as memórias do evento traumático, na fuga dissociativa a pessoa reprime um período inteiro de sua vida e forma uma nova identidade e no transtorno dissociativo de identidade a pessoa cria múltiplas personalidades para lidarem com eventos traumáticos.Comorbidades
Os transtornos associados mais frequentes em pacientes com TEPT são :- Distúrbios do humor, especialmente depressão maior (46% a 51%);
- Transtornos de ansiedade (29% a 56,1%);
- Abuso/dependência de substâncias psicoativas, especialmente alcoolismo em 27% a 80%;
- Transtorno obsessivo-compulsivo (13%);
- Transtornos somatoformes risco de 3 vezes maior;
- Transtornos dissociativos: 90% dos pacientes com quadros dissociativos internados em hospital psiquiátrico tem TEPT;
- Transtorno de personalidade
Epidemiologia
A prevalência do TEPT possui uma relação direta com o grau de exposição a eventos estressantes traumáticos, tanto naturais (terremotos, enchentes, incêndios...) como provocados pelo homem (guerras, atentados terroristas, ataques violentos, sequestros etc). Quando são causados pelo homem os sintomas costumam ser mais graves (especialmente isolamento e prejuízo na escola/trabalho) e tratamento costuma ser mais longo e difícil. Quando em crianças são ainda mais impactantes e podem durar a vida inteira.12Entre 15% e 20% das pessoas que passam longos períodos se sentindo impotentes, frustradas e com medo diante de uma ameaça a vida desenvolvem TEPT.
É um dos transtornos psicológicos mais comuns do mundo, especialmente nas regiões mais violentas e nas mais sujeitas a desastres naturais atingindo cerca de 7,8% da população geral em algum período da vida, sendo duas vezes mais comum em mulheres.
A duração média do transtorno é de 3 a 5 anos, causando modificações permanentes na personalidade em 1 de cada 3 vítimas.14
Tratamento
Os objetivos do tratamento do TEPT, estão voltados a:
- Diminuir os sintomas;
- Prevenir complicações;
- Melhorar desempenho na escola/trabalho;
- Melhorar relacionamentos sociais e familiares;
- Tratar transtornos associados (como depressão e alcoolismo).
Outra alternativa é o tratamento com sertralina, um antidepressivo que atua sobre a sertralina e a noradrenalina melhorando o humor e diminuindo a ansiedade e causando poucos efeitos colaterais, sendo insônia o único mais frequente nos participantes que tomaram sertralina do que nos que tomaram placebo. Dos pacientes com TEPT tratados com sertralina 53% relataram grande alívio dos sintomas.
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