11.05.2013

Saiba como os medicamentos agem no organismo e o jeito certo de tomá-los

Especialistas explicam quais as diferenças entre os tipos de medicamentos.
Ingerir medicamentos  com leite ou bebidas alcoólicas não é indicado; entenda.

Para tudo, tem medicamento. Mas são poucos aqueles que podem ser tomados por conta própria - pelo contrário, existem medicamentos que podem até criar outros problemas para a saúde se não forem consumidos do jeito certo, como alertou o farmacêutico Tarcísio Palhano no Bem Estar desta quinta-feira (9). Por isso, é importante ler a bula e seguir as orientações de intervalo e período de uso do remédio para que o efeito dele seja atingido.
Existem diversos tipos de apresentações dos medicamentos, cada uma com um efeito e objetivo. Por exemplo, existem os medicamentos  de efeito rápido, que são os injetáveis, inaláveis ou comprimidos que dissolvem debaixo da língua. De acordo com o cirurgião do aparelho digestivo Fábio Atui, essas pílulas que ficam debaixo da língua podem ter o efeito praticamente igual ao de uma injeção e, por isso, são indicadas para tratar problemas agudos, que precisam de solução imediata. É o caso da insulina injetável, usada por diabéticos, ou dos comprimidos que dilatam as veias e resolvem problemas cardíacos.
Bem Estar - Infográfico sobre remédios (Foto: Arte/G1)
Há ainda os medicamentos agradáveis, como xaropes, em gotas ou mastigáveis. Segundo o farmacêutico Tarcísio Palhano, a indústria criou esses remédios com cor, cheiro e sabor para facilitar que eles fossem ingeridos, principalmente, por crianças e idosos. Por exemplo, os xaropes contra gripe, as vacinas em gotas e os suplementos para anemia de ferro mastigáveis são feitos dessa maneira.
Já os blindados são aqueles remédios em pó ou em gel que vêm dentro de cápsulas. Essa "proteção" é especialmente projetada para que esses medicamentos não se desfaçam antes de chegar ao órgão alvo - geralmente, o estômago ou intestino. No entanto, alguns são feitos assim porque seu conteúdo pode prejudicar a boca e as mucosas da garganta. Segundo o cirurgião Fábio Atui, os remédios para digestão, gripe ou até mesmo laxantes são desse grupo porque só se dissolvem no intestino.
Por último, existem os remédios de efeito local, como pomadas, cremes, emplastos e sprays. Geralmente indicados para problemas de ordem muscular ou de pele, eles são usados quando não há necessidade de espalhar a substância para todo o corpo. É o caso, por exemplo, dos emplastos de dor muscular, pomadas para herpes ou sprays antissépticos, usados em machucados.
Como tomar?
Os médicos explicaram também o jeito certo e seguro de ingerir os medicamentos. Por exemplo, tomar comprimidos com leite não é recomendável porque o pH relativamente alto da bebida pode diluir prematuramente o medicamento e até diminuir a absorção desses pelo organismo.
É preciso cuidado também com as bebidas alcoólicas - segundo o cirurgião Fábio Atui, a junção de álcool e remédio pode intensificar o efeito dos dois, o que pode ser perigoso para a saúde.
Em relação aos alimentos, o farmacêutico Tarcísio Palhano explicou que é importante ler a bula e prestar atenção na orientação do médico porque cada caso é um caso.
Em algumas situações, por exemplo, se ingerido junto com a comida, o medicamento pode ter sua absorção reduzida de 30% a 40% ou até mesmo ser inativado. Por isso, é fundamental seguir as recomendações de uso, especialmente em relação ao período indicado - não é recomendável suspender o remédio caso os sintomas comecem a desaparecer, o ideal é que ele seja tomado até o fim da prescrição médica.
Para quem tem alergia, é essencial também saber tudo o que pode ter dentro do remédio. Por exemplo, leite, clara de ovo, café e corantes são substâncias extremamente comuns nos medicamentos e, caso um alérgico consuma esse produto, pode ter um problema ainda maior do que já tem.

Nota (bpf): Erradamente muitas pessoas, incluindo aí muitos  especialistas, chamam os  medicamentos de remédio, mas atenção todo medicamento é um remédio, mas nem todo remédio é um medicamento. Por ex.  Vacina não é um medicamento, um fitoterápico ainda não transformado em medicamento pode ser considerado um remédio, mas não um medicamento (folha de babosa).

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