8.11.2014

OS RISCOS DE MUDANÇA IMPENSADA


O Brasil vem sendo governado pelo PT e atualmente pela presidente Dilma, de forma que tem conseguido enfrentar as crises mundiais e regionais sem grandes problemas. A inflação que é o grande medo do povo está, em tese, sob controle já que não passará dos 6,5% neste ano. A economia não está apresentando grandes crescimentos, mas deverá crescer cerca de 1,5%. A situação não é satisfatória, mas o nível de emprego no país é um dos mais altos nos últimos anos. A Dilma não tem a mesma simpatia e simplicidade do Lula, mas não tem sido infeliz na sua atuação na presidência. O que pode estar acontecendo para que o povo brasileiro demonstre tamanha insatisfação com o governo? Ouvi no rádio uma entrevista de um especialista em análise de mercado dizendo que o povo brasileiro está insatisfeito porque ele já descobriu que comprar uma televisão à prestação ou uma geladeira ou automóvel, ele já pode e agora ele quer ser mais, ter mais e querer mais. Isso significa que o povo brasileiro quer dar mais um salto de qualidade de vida e o governo federal é quem pode permitir isso. De um lado avista-se um povo ansioso por novas conquistas e um Brasil com poucos avanços na sua atividade produtiva. O produto interno bruto que é a soma de todos os bens e serviços produzidos no país, e teria que crescer mais do que 1,5% e, de preferência acima dos 6,5% da inflação para que o crescimento seja real. Crescer 1,5%  em um quadro de inflação de 6,5% significa na realidade que não houve crescimento econômico porque a inflação supera o nível de crescimento. Isso é aritmético e mostra que a economia não está bem. Entretanto, substituir o governo federal por uma incógnita que é o principal opositor da Dilma, pode não ser uma medida de bom juízo. O Brasil não vai mal, no plano da economia, ainda que se admita que tenha que ir melhor, mas, e se a mudança produzir um resultado pior do que tem sido?  O discurso da oposição está baseado na crítica ao que existe sem mostrar qualquer novidade que pudesse fazer do Brasil uma economia mais forte. É muito blá-blá-blá sem grande conteúdo. O opositor diz que vai manter a bolsa família, vai manter o programa minha casa minha vida, vai manter um monte de coisa que já se faz. Governo federal de uns pais com mais de cem milhões de habitantes não é coisa que se troca assim no discurso vazio. O Aécio é apenas um garotão chegado nas noitadas cariocas, empolgado com a herança que seu tio o Tancredo lhe deixou, mas não passa de um rapaz atrevido que precisa crescer um pouco mais para ser um estadista. O PSDB é um partido pequeno, de militância dividida, com um candidato que parece ter muitos defeitos e alguns são graves, e por isso o povo do Brasil precisa tomar cuidado para não trocar seis por cinco e depois reclamar para sempre. A proposta do Aécio é vazia e ele não tem cacife político para uma empreitada de tal porte. O PSDB era forte quando existia o PFL que não existe mais e por isso, salvo melhor juízo, não tem condições de governar o Brasil que se não vai bem, também não vai mal. Na crise que o mundo tem enfrentado, até que estamos tranquilos. Os novos passos que precisam ser dados se localizam nas relações exteriores e nesse quesito o Brasil precisa largar mão da diplomacia idealista de esquerda e se relacionar menos com alguns pobres países da América do Sul, que mais pedem do que dão, como o caso da Venezuela, Bolivia, Paraguai, e até Cuba. Eles nada oferecem a não ser tomar nossas propriedades e nos darem prejuízos, e se relacionar com nações que possam significar bons negócios. A Venezuela não consegue pagar a sua parte na parceria em que Brasil está investindo na construção de porto por lá. A Bolívia já mostrou a suas garras e tomou na mão grande as instalações de Petrobrás e o Paraguai exigiu aumento dos valores da compra de energia que nós utilizamos da hidrelétrica que o Brasil construiu na divisa dos dois países.  Exportar ferro in natura e comprar produtos industrializados é burrice que precisa ser corrigida, mas a mudança de governo para o PSDB não vai fazer nada diferente do que sempre fez. O exemplo claro é São Paulo que é administrado pelo PSDB há mais de 20 anos e tem uma segurança pública deteriorada, a educação é a vigésima quinta em matéria de aproveitamento escolar, a saúde uma lástima, e a demonstração de incompetência do PSDB foi notada recentemente na cidade de Caraguatatuba onde o prefeito do PSDB interveio no único hospital da cidade um dos poucos filantrópicos que não tinham dívidas, administrou sob decreto de calamidade pública durante um ano e meio de devolveu por não conseguir tocar, mas com uma dívida de cerca de sete milhões gerada pela intervenção incompetente. Se isso acontecer no resto do Brasil, o país vai ser destruído. Dizem que o Aécio foi bom governador em Minas. Pergunte aos mineiros. O risco da mudança pode não compensar.
João Lúcio Teixeira -

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