5.06.2019

Rede entra com ação no STF contra cortes em universidades federais

O relator da ação no Supremo é o ministro Marco Aurélio Mello,

 que foi escolhido por meio de sorteio eletrônico responsável pela

 distribuição dos processos

Rede entra com ação no STF contra cortes em universidades federais

Opartido Rede Sustentabilidade entrou com uma ação no 
Supremo Tribunal Federal
 (STF) contra o corte no orçamento de universidades federais
 anunciado pelo ministro
 da Educação, Abraham Weintraub. Para a Rede, a medida 
viola a autonomia
 universitária e princípios orçamentários, além de representar
 um mecanismo
 "insidioso para patrulha ideológica".
O relator da ação no Supremo é o ministro Marco Aurélio
 Mello, que foi escolhido por meio de sorteio eletrônico
 responsável pela distribuição dos processos.
Em entrevista ao jornal O Estado de S. Paulo publicada
 na última terça-feira (30), Weintraub disse que cortaria
 parte da verba de universidades que não tiverem 
desempenho acadêmico esperado e promoverem "balbúrdia"
 em seus câmpus. De acordo com o Ministério da 
Educação (MEC), a Universidade Federal Fluminense
 (UFF), a Universidade de Brasília (UnB) e a Universidade
 Federal da Bahia (UFBA) já haviam sido alvo das medidas,
 sofrendo bloqueio de 30% das dotações orçamentárias anuais.
Para o ministro, bagunça é "sem-terra dentro 
do campus, gente pelada dentro do câmpus".
O ministério, no entanto, acabou recuando da decisão
 de penalizar com bloqueio de recursos especificamente
 universidades que promovessem "bagunça" 
em seus câmpus. Agora o mesmo contingenciamento
 planejado será estendido a todas as universidades
 federais, incidindo sobre a verba prevista para o segundo
 semestre do ano.
"O Constituinte decerto não empregou palavras ao 
vento, ao reconhecer a autonomia financeira como 
um pressuposto para a autonomia de ensino e de livre 
circulação de ideias. Do contrário, a constrição de 
recursos orçamentários serviria de mecanismo 
insidioso para a patrulha ideológica das maiorias
 circunstanciais, como efetivamente pretende o 
atual governo e vocalizou o Ministro da Educação", 
acusa a Rede.
A Rede contesta o que considera "contingenciamentos
 aleatórios, baseados exclusivamente em preferências
 político-partidárias dos governos de plantão". 
"O Estado brasileiro não é um laboratório 
experimental de políticos aventureiros", diz a sigla.
Ao entrar com a ação no STF, a Rede alega que o
 ministro da Educação equivocadamente acusou 
a UnB, a UFBA e a UFF de queda no desempenho
 acadêmico. "No entanto, elas se mantêm em 
destaque em avaliações internacionais. O ranking
 da publicação britânica Times Higher Education
 (THE), um dos principais em avaliação do 
ensino superior, mostra que UnB e UFBA tiveram
 melhor avaliação na última edição", sustenta o partido.
Autonomia
Para a Rede, a autonomia universitária consiste em
 "garantias mínimas para a autogestão dos assuntos
 pertinentes à atuação da universidade no desempenho
 das atividades de ensino, pesquisa e extensão". 
"Por seu turno, a autonomia financeira outorga à 
universidade o direito de gerir e aplicar os seus 
próprios bens e recursos, em função de objetivos
 didáticos, científicos e culturais já programado",
 defende o partido.
Procurado pela reportagem, o Ministério da 
Educação (MEC) e o Palácio do Planalto não 
haviam se pronunciado sobre a ação da Rede 
até a publicação desta matéria.

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