6.05.2009

Imagens das embalagens de cigarro impressionam fumantes


imagens das embalagens de cigarro impressionam fumantes

Rio - O Instituto Nacional de Câncer (Inca) apresentou na manhã desta quarta-feira os dados preliminares do "Projeto Internacional de Avaliação de Controle do Tabaco no Brasil", realizado em parceria com a Universidade Waterloo do Canadá. O objetivo do estudo é avaliar o impacto das políticas de controle do tabaco sobre o comportamento dos fumantes no Brasil.

A primeira parte do projeto foi feita em abril, com 717 pessoas das cidades do Rio de Janeiro, São Paulo e Porto Alegre. Os participantes tiveram que responder um questionário sobre o impacto das imagens estampadas no verso dos maços de cigarro.

Segundo o instituto, o estudo será feito no total com 1,8 mil pessoas (600 de cada cidade) que serão monitoradas por telefone a cada seis meses. As imagens escolhidas para a pesquisa foram as que estão em circulação desde 2004. A próxima etapa da pesquisa, que ocorre ano que vem, será com fotos mais impactantes que começam a circular em agosto.

Números preliminares da pesquisa

- 91,8% dos fumantes ouvidos disseram que se pudessem voltar atrás, não teriam começado a fumar
- 61,6% dos fumantes disseram que as advertências fizeram pensar acerca dos riscos do tabagismo
- 48,2% dos fumantes disseram que as advertências fazem com que eles fiquem mais propensos a deixar de fumar
- 39,1% dos fumantes relataram que as imagens e frases impediram que pegassem um cigarro quando estavam prestes a fumar nos últimos 30 dias
- 50% dos fumantes e 28% dos não fumantes notaram as advertências frequentemente ou muito frequentemente
- 32,7% dos fumantes leram ou olharam atentamente para as advertências dos maços frequentemente ou muito frequentemente.

Números da pesquisa internacional

No Brasil, 79% dos fumantes querem largar o vício. O País está em segundo lugar, prendendo apenas para a Holanda, onde 81% desejam parar. Na China, apenas 28% desejam largar o fumo.

Entre os fumantes participantes, 39,3% eram do sexo masculino e 60,7% feminino. Entre os não fumantes, foram 35,6% de homens e 64,4% de mulheres.

De acordo com o representante da universidade canadense e chefe do projeto no mundo, Geofrey Frong, o Brasil tem sido líder nas advertências em maços de cigarro, porém, para o efeito ser maior, as imagens deveriam vir na frente da embalagem e não no verso. Luiz Santini, diretor do Inca, disse que o instituto vai avaliar as possibilidades de recomendação ser implantada, sem, no entanto, dizer a data.

No País, há, em média, 27,5 milhões de fumantes. No mundo, 1,3 bilhões.

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Cigarro ligado na tomada

Dispositivo eletrônico vem sendo utilizado por fumantes que desejam se livrar do vício

Rio - Um método inusitado está virando moda entre os que tentam parar de fumar: o cigarro eletrônico. O aparelho tem uma bateria, emite um vapor ao ser tragado e pode ser encontrado na Internet por cerca de R$ 200. O produto, no entanto, não tem autorização da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) para ser vendido no Brasil, mas já está sendo usado por atores como Marcos Pasquim, o pintor Denis de Caras e Bocas.

“Estou usando o cigarro eletrônico há três semanas. Conheci por meio de um amigo e indiquei a outro amigo ator que também está usando”, disse Pasquim.

Eu já estou fumando menos cigarros normais
MARCOS PASQUIM, ator, 39 anos
O cigarro eletrônico, que foi desenvolvido para ser uma alternativa aos tratamentos tradicionais, porém , pode significar um risco, segundo o médico Ricardo Meirelles, pneumologista do Programa Nacional de Controle do Tabagismo do Instituto Nacional do Câncer.

“Estudos apontam que esse tipo de cigarro não traz benefícios aos que pretendem parar de fumar. Hoje, temos algumas classes de medicamentos que podem ser usados com essa finalidade: adesivos, gomas de mascar e pastilhas de reposição de nicotina e dois outros medicamentos. Mas sempre é preciso acompanhamento médico”, explica.

Meirelles afirma que assim como o chiclete, adesivos e as pastilhas, o cigarro eletrônico tem nicotina na sua formulação. “A nicotina é uma droga e causa dependência”, alerta.

Segundo a Secretaria Municipal de Saúde e Defesa Civil, os que querem parar de fumar podem buscar ajuda em 100 unidades. Informações no (21) 3523-4025. O Centrario, em Botafogo, também oferece o tratamento gratuito. Informações no (21) 2334-8108.

O Dia

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