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12.07.2009
Cólicas menstruais: dor com hora marcada
Dor com data marcada
Metade das mulheres sofre todo mês com as cólicas menstruais. Se forem muito intensas e não melhorarem com analgésicos, podem ser sinais de doenças mais graves
Rio - Todo mês, nada menos do que 50% das mulheres em idade fértil enfrentam dias de intenso sofrimento com as cólicas menstruais. Segundo o professor de pós-graduação do Hospital Fernandes Figueira, Cláudio Crispi, é preciso atenção: se as dores forem muito intensas e impedirem as atividades rotineiras, é provável que sejam sinais de males como infecção no útero e nas trompas, cistos no ovário, varizes pélvicas e endometriose.
Ele alerta que é preciso procurar um ginecologista com urgência em caso de dor que aumenta a cada mês, não passa nem com analgésicos e vem junto com desconforto nas relações sexuais e alterações intestinais.
Sentir cólicas não tem a ver com a idade da mulher. De acordo com Crispi, a dor costuma aparecer de forma mais intensa na primeira menstruação e se estabiliza durante a idade fértil. Na menopausa, o desconforto diminui.
GRAVIDEZ AMENIZA PROBLEMA
“A mulher que engravida e se submete ao parto normal também passa a sentir menos cólica. Isso porque o procedimento dilata o colo do útero, facilitando o escoamento da menstruação”, explica Crispi.
Mas, calma! Não é preciso engravidar e nem contar os dias esperando a menopausa para se ver livre da dor. O bom e velho analgésico, como a dipirona, e até receitas caseiras, como colocar bolsa de água quente na barriga, ajudam a aliviar o incômodo.
“A pílula anticoncepcional também melhora os sintomas. Manter uma alimentação saudável, com pouco colesterol, e praticar exercícios físicos regularmente são outras medidas de apoio”, diz o médico.
Mas há casos em que nada disso adianta. “Às vezes sinto tanta dor que chego ter ânsias de vômito. Tenho dificuldades para trabalhar e estudar. O incômodo é tanto que prejudica minha concentração”, conta a jornalista Patricia Santos, 33 anos. Ela descobriu que tinha endometriose há dois anos, num exame de rotina. Nesse período, já passou por duas cirurgias. “Desde adolescente, eu sentia dores muito fortes. Vomitava, tinha diarreia e pressão baixa. As pessoas diziam que era frescura”, relata.
Ela conta que descobriu a doença depois de desmaiar no trabalho devido às dores. Trocou de médico e, duas semanas após a primeira consulta, se submeteu a uma cirurgia. Para a jornalista, no entanto, o maior transtorno foi saber que poderia ter dificuldades para ser mãe, já que a endometriose pode levar à infertilidade.
“Eu não sabia da existência dessa doença. Meus amigos, meus pais, meu marido, ninguém conhecia. Naquele ano, meu plano era engravidar. Comecei os tratamentos cinco meses depois, mas ainda não deu certo”,
CLARISSA MELLO
O Dia
Cólica menstrual muito forte NÃO é normal! (Endometriose) escrito em quinta 20 novembro 2008 10:21 endometriose
Artigo muito interessante retirado do "Site Médico" sobre cólicas menstruais. Com a grande inscidência da endometriose em adolescentes, seria muito bom se este tipo de informação fosse divulgada. Se isto acontecesse, muitos casos de endometriose severa poderiam ser evitados. Por isso, confiram matéria e divulguem!
Cólica menstrual muito forte NÃO é normal!
Se houver ainda dificuldade para engravidar e desconforto nas relações sexuais é preciso investigar, pois podem ser sintomas de endometriose, doença que acomete quase 5 milhões de mulheres no Brasil
São Paulo, junho de 2008. Considerada pelos médicos como uma das doenças ginecológicas benignas mais freqüentes entre as mulheres jovens, a endometriose é caracterizada pela presença de células do endométrio - tecido que cobre a camada interna do útero - fora da cavidade uterina e acomete cerca de 10% a 15% das mulheres no menacme (período reprodutivo).
A endometriose foi relatada pela primeira vez no início do século passado (1917), no entanto, sua importância e o diagnóstico correto vêm crescendo nos últimos 15 anos. O diagnóstico é feito através do quadro clínico (sintomas específicos), de exame físico ginecológico adequado (toque vaginal), exames de imagem (como ultra-som trans-vaginal e ressonância nuclear magnética da pelve) e, finalmente, confirmado pela cirurgia laparoscópica, realizada por meio de pequenas incisões.
Entre os sintomas mais importantes, destacam-se as fortes cólicas menstruais, dores nas relações sexuais, dor pélvica crônica e infertilidade. O ginecologista Giuliano Borrelli, alerta que dores na região pélvica e cólica menstrual freqüente são, muitas vezes, os primeiros sintomas da endometriose. "Mas também dores para evacuar e sangramento nas fezes que aparecem ou pioram no período menstrual podem sinalizar o acometimento intestinal da doença, forma mais severa e de difícil tratamento", afirma o doutor. Da mesma forma que agride o intestino, pode também atingir outros órgãos como bexiga, vagina, colo do útero e ligamentos uterinos.
São conhecidas três formas diferentes de apresentação dessa doença: a primeira delas é a endometriose ovariana, que se caracteriza pela formação de cistos nos ovários (endometriomas). Essa variedade pode estar associada à infertilidade, porém, raramente é causa de dor importante. É considerada pelos médicos como a forma mais comum e que, na maioria das vezes, dependendo do tamanho, deve ser tratada cirurgicamente por meio da remoção dos cistos.
As outras formas de apresentação são a endometriose superficial, em que ocorre uma invasão de até 0,5cm de profundidade no peritônio de órgãos como bexiga, intestino, colo uterino; e a profunda, que infiltra 0,5cm ou mais o peritônio desses órgãos. Nesse último estágio os sintomas são mais exuberantes e os tratamentos cirúrgicos mais complexos. No caso do acometimento profundo do intestino, por exemplo, pode ser necessária a remoção de um segmento intestinal para o tratamento adequado.
Nenhum tratamento pode curar definitivamente a endometriose, a não ser a retirada de ambos os ovários, o que teoricamente acabaria com a fonte hormonal que mantém a doença ativa e faz proliferar os focos de endometriose. No entanto, este procedimento não é muito adequado para a grande maioria das portadoras da doença, que são jovens e sofreriam conseqüências danosas com a falta de estrogênio causada pela ausência dos ovários.
"Não existe cura para endometriose, é importante que as pacientes portadoras sejam diagnosticadas e tratadas precocemente antes que a doença atinja suas formas mais agressivas", afirma Borrelli. "É possível controlar os sintomas através de tratamentos clínicos e cirúrgicos, melhorando muito a qualidade de vida dessas jovens mulheres, mas, para isso, as pacientes devem ser acompanhadas por profissionais capacitados e treinados", completa o especialista.
Ao perceber qualquer um dos sintomas descritos acima, a mulher deve procurar um ginecologista especialista, com a finalidade de fazer investigação adequada e, principalmente, o diagnóstico precoce, para que possa ser corretamente orientada e tratada.
Dr. Giuliano Borrelli
Ginecologista do Hospital San Paolo, formado pela Faculdade de Ciências Médicas de Santos. Especialista em Ginecologia e Obstetrícia e pós-graduando na área de endometriose no Hospital das Clínicas da FMUSP.
FONTE: Site Médico - http://www.sitemedico.com.br/sm/materias/index.php?
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