12.01.2011

Para 20% dos paulistanos, só gays e prostitutas pegam Aids

Homossexuais e prostitutas são os únicos com risco de contrair o vírus HIV, segundo 19,2% da população da cidade de São Paulo.

O dado é de uma pesquisa feita com 2.002 pessoas, encomendada pelo Programa Municipal de DST/Aids de São Paulo à agência Case.
"Isso mostra que as pessoas acham que não são vulneráveis ao vírus. É importante continuar investindo na ideia de que não há grupo de risco", afirma Celso Monteiro, coordenador do programa.
Joel Silva/Folhapress
Símbolo de prevenção contra a Aids é colocada no Edifício Itália, na região central de São Paulo; veja galeria de fotos
Símbolo de prevenção contra a Aids é colocada no Edifício Itália, na região central de São Paulo; veja galeria de fotos
A mesma pesquisa mostra que 11% dos entrevistado sempre têm resistência a usar camisinha e 14%, às vezes.
"É preciso associar o uso do preservativo ao autocuidado, e não só à prevenção contra uma doença."
Um outro estudo feito com cerca de 1.500 usuários da rede municipal de assistência a portadores de HIV mostra que 9% dos soropositivos levaram mais de seis meses para buscar tratamento após receber o resultado do teste.
O receio de tomar as drogas antirretrovirais foi o motivo mais citado para a demora. "Eles têm medo dos efeitos colaterais e de ter de tomar remédio várias vezes ao dia", afirma a infectologista Zarifa Khoury, coordenadora de assistência do Programa de DST/Aids de São Paulo e autora do estudo.
O efeito mais temido pelos pacientes foi a lipodistrofia, que causa acúmulo de gordura em costas, seios e abdome. "É um problema estético, mas indica o medo da estigmatização, de que as pessoas percebam que eles têm Aids."
O problema pode ser contornado com exercícios. Para Khoury, as campanhas anti-HIV precisam esclarecer o público sobre o tratamento.
DÉBORA MISMETTI
EDITORA-ASSISTENTE DE "SAÚDE"
Folha

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