Milhares de pessoas protestam na Espanha contra austeridade
Seriam 40 mil pessoas, segundo manifestantes, e 9 mil, segundo polícia.
Ato é contra os cortes de 10 bilhões de euros em educação e saúde.
Manifestantes fecharam regiões centrais da capital Madri em um domingo úmido para protestar contra os cortes à educação e serviços de saúde, o que segundo o governo tem que ser feito para ajudar a reduzir o déficit público. Os protestos, considerados pacíficos, foram replicados em mais de 50 cidades pelo país, uma vez que os espanhóis mostram-se cada vez mais irritados com as medidas de austeridade e anos de privações provocados pelos problemas no setor imobiliário na onda da crise financeira global em 2008.
As manifestações foram organizadas pelos sindicatos UGT e Comissões Operárias em defesa "do bem estar e dos serviços públicos", segundo o jornal El País.
Protesto na Espanha reúne milhares contra cortes em saúde e educação. (Foto: Dominique Faget/AFP)
Os protestos teriam reunido 40 mil pessoas, segundo os manifestantes, e 9 mil, de acordo com a polícia, noticiou o jornal "El Mundo". De qualquer forma, o número divulgado pelos organizadores é bem moneor que o das últimas manifestações, dizem os jornais.
"Os cortes na educação e na saúde são os últimos que podemos aguentar, a classe trabalhadora. O que nos resta se não temos nem trabalho?", diz Domingo Zamora, 60 anos, funcionário do setor público. "Estão nos apertando até a asfixia", afirma Pilar Logales, 60 anos.
"É criminoso cortar a saúde", "Povos da Europa, levantem-se", "NÃO" eram alguns dos cartazes exibidos pelos manifestantes.
Ignacio Fernández Toxo, das Comissões Operárias, disse, de acordo com o "El País", que por trás das medidas de ajuste nos gastos se realiza “uma mudança do modelo social na Espanha” que coloca em perigo a convivência. "Estamos chegando perto de uma situação de emergência econômica e social", disse Toxo em relação aos cortes.
Segundo manifestantes, 40 mil estiveram nas ruas. Polícia diz serem 9 mil.
(Foto: Dominique Faget/AFP)
Mais manifestações(Foto: Dominique Faget/AFP)
A manifestação deste domingo marca o início de manifestações em 55 cidades epanholas.
Os líderes sindicais, segundo o jornal "El País", definiram a Porta do Sol como local final da mobilização com um chamamento para que os protestos não temrminem, mas que sejam permanentes. As centrais sindicais convocam novas manifestações para o 1º de Maio, terça-feira.
Em Barcelona, 4.000 pessoas, segundo os sindicatos informaram à France Presse, se reuniram para protestar pelos mesmos motivos no centro da cidade. "Não é crise, é intervenção" e "Não são reformas, é um saque", afirmavam algumas faixas.
Para tentar reduzir o déficit, o governo conservador espanhol aprovou em 20 de abril um plano de austeridade que afeta os setores muito sensíveis da Saúde e da Educação, administrados na Espanha pelas 17 comunidades autônomas. O país pretende assim poupar 10 bilhões de euros por ano.
A Espanha tem 12 meses para reduzir em mais de três pontos seu déficit, de 8,51% a 5,3% do PIB, e anunciou o orçamento mais austero de sua história, para recuperar 27,3 bilhões de euros
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