9.08.2012

Candidato tucano Serra renunciou do seu mandato duas vezes em SP

Cada argumento tem, contudo um próprio e específico nível de influência nas dificuldades do candidato tucano. No entanto, o que parece ser o fator determinante são as renúncias movidas pela obstinação de chegar à Presidência. Dois os momentos frustrantes para os eleitores. Ele desistiu da prefeitura de São Paulo em 31 de março de 2006, pouco mais de um ano após ter sido eleito, e entregá-la a Kassab para entrar na corrida presidencial. Sem sucesso. Repetiu a dose, em abril de 2010, quando desistiu do governo estadual para se candidatar à Presidência pela segunda vez. Enfim, está sempre pronto a trocar São Paulo por Brasília. O sonho de Serra, hoje com mais de 40% de rejeição na capital paulista, virou pesadelo para os eleitores.
“A questão nacional pode contaminar a escolha do candidato a prefeito, mas isso não contamina a escolha do eleitor, que é essencialmente definida por questões locais, pela administração da cidade”, afirma o cientista político Jairo Nicolau, da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).
Ele é um especialista atento às artimanhas do processo eleitoral. E demonstra em Eleições no Brasil – Do Império aos dias atuais (Zahar), que chegará às livrarias nos próximos dias, com documentação rica e inédita, como as atas das eleições das governanças das cidades de Cabo Frio e Paraty no período colonial.
“Esse material mostra a longa tradição das eleições locais”, diz Jairo Nicolau.
Essas competições eleitorais só sofreram interrupção nos hiatos autoritários entre os anos 1930 e 1945 e, posteriormente, nos 21 anos da ditadura implantada em 1964.
A normalização do processo foi retomada com pleitos locais alternados com as eleições nacionais a partir de 1986. Dessa alternância nasceu uma tese, furada, de influência nacional nas disputas municipais. Há três bons exemplos, no momento, capazes de ajudar a dirimir possíveis controvérsias.

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