5.14.2013

Mídia passa imagem negativa do Brasil e espanta investidores




Emir Sader e Lula


Muito boa a análise feita ontem pelo ex-presidente Lula sobre o comportamento da mídia e o reflexo para a imagem do Brasil. Em lançamento do livro "10 anos de governos pós-neoliberais no Brasil: Lula e Dilma", organizado pelo sociólogo Emir Sader, ele afirmou que a mídia acaba afugentando investidores ao passar uma imagem negativa do país.

"Se um investidor estrangeiro chegar de Londres ao Brasil e ler o Estadão, O Globo, a Veja, a Época, ele vai embora correndo. Parece que o país acabou."

Lula também se referiu às reportagens da Folha de S.Paulo que criticaram as viagens ao exterior que ele faz para promover o Brasil e suas empresas: “Tem um jornal que está tentando agora me transformar num lobista. Não é fantástico? Não sou lobista, não sou conferencista, não sou consultor. A única coisa que eu sou é um divulgador das coisas que fiz neste governo".

O ex-presidente também confirmou que será “cabo eleitoral 24 horas por dia na rua" nas eleições de 2014.

Legado

No debate em São Paulo, Lula afirmou que o maior legado que deixou em sua passagem pela Presidência foi ter mostrado que é possível “governar de forma republicana sem aqueles que me odiavam”.

“O Palácio [do Planalto], que até então era para reis e rainhas, banqueiros e grandes empresários, continuou sendo. Mas com uma diferença: é que lá entravam também os índios, os hansenianos, os moradores de rua, os favelados, fazendo com que, pela primeira vez, aquela fosse uma casa de todos e não apenas de uma parcela da população brasileira”.

O ex-presidente lembrou as 74 conferências nacionais que fez, “sobre todos os temas que vocês possam imaginar. E eu ia lá para ouvir mais do que falar”.

Lula também falou sobre as críticas que recebeu durante o governo: “Eu tinha consciência que meu problema com parte da elite política desse país e da elite da imprensa brasileira era meu sucesso. Se eu fracassasse, eles falariam bem de mim: ‘coitadinho do operário; coitadinho chegou lá, mas não tem culpa, não estava preparado, não fez nossa escola’.”

Chauí

Presente no evento, a filósofa Marilena Chauí afirmou que o Bolsa Família, o Prouni e a criação de uma nova classe trabalhadora no Brasil são exemplos da transformação pela qual o Brasil passou.

“O efeito do Bolsa Família para as mulheres conseguiu alterar o conceito e o modo de operação da família de um jeito que seis décadas de feminismo não conseguiram”, afirmou.

(Foto: Ricardo Stuckert/IL)

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