6.12.2014

Dia da abertura da Copa tem protestos marcados no Brasil e no exterior

Manifestantes protestam próximo ao estádio Arena Corinthians (foto: Reuters)
Ao menos 3.000 manifestantes devem marchar em direção ao estádio Arena Corinthians nesta quinta-feira

Várias cidades, do Brasil e do exterior, têm protestos marcados para esta quinta-feira, dia da abertura da Copa do Mundo. Às 17 horas de Brasília, o Brasil joga a primeira partida do Mundial contra a Croácia na Arena Corinthians, em Itaquera, zona leste de São Paulo.
A BBC Brasil apurou que pelo menos oito cidades-sede devem sediar atos contra o torneio. Além da capital paulista, as mobilizações devem ocorrer em Salvador, Recife, Porto Alegre, Fortaleza, Belo Horizonte, Rio de Janeiro e Brasília.
Manifestações também foram convocadas pelas redes sociais em outras cidades do Brasil, entre as quais as capitais São Luís, Goiânia e Macapá, e do exterior, como Paris (França) e Turim (Itália).
A maior delas está marcada para São Paulo e foi batizada como "Grande ato 12 de junho não vai ter Copa!". O ato é organizado pelo coletivo 'Se Não Tiver Direitos Não Vai Ter Copa', formado por diferentes movimentos sociais, às 10h de Brasília, na estação Carrão do Metrô (zona leste). Até o fechamento desta reportagem, cerca de 9 mil pessoas já haviam confirmado presença no evento pelo Facebook.
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Do metrô, os manifestantes planejam marchar até as proximidades da Arena Corinthians, onde devem se deparar com barreiras policiais.
Segundo um manifesto publicado na página do Território Livre, um dos movimentos envolvidos no ato, a marcha avançará "até o limite máximo estabelecido: o perímetro policial que isola o estádio".
Por causa disso, diz a declaração, caso haja confronto com a polícia, "a probabilidade dele ter sido iniciado pelas forças da repressão (PM, Força de Segurança Nacional, Exército, etc) é, como em todos os atos, de 100%".
"Somos sete grupos diferentes e esperamos a participação de pelo menos 3 mil pessoas nessa manifestação", disse à BBC Brasil Rafael Padial, membro do grupo Território Livre.
Ainda em São Paulo, uma manifestação reunindo diferentes sindicatos, como Sintusp, CSP-Conlutas e Unidos para lutar, está prevista para ocorrer também pela manhã. O ato sairá da sede do sindicato dos metroviários no Tatuapé, zona leste da cidade, e não teve o destino divulgado.
Já no centro da cidade, às 14h, outro grupo, o Comitê Popular da Copa, dá início a um evento paralelo ao Mundial, denominado 'Copa Rebelde do Moinho Vivo', em que 32 times, a maior parte formada por moradores da favela, disputam um torneio de futebol alternativo.
A favela do Moinho vem sendo alvo constante de incêndios classificados como criminosos por ativistas. Eles acusam a crescente especulação imobiliária na região de estar por trás dos incidentes.
"Apesar da divergência de táticas, há uma solidariedade dos grupos em relação aos atos, uma vez que todos nós temos sofrido forte repressão do Estado, o que é extremamente preocupante", avalia Marina Mattar, do Comitê Popular da Copa em São Paulo.

Rio de Janeiro

No Rio de Janeiro, três grandes manifestações estão previstas para esta quinta-feira.
Às 10h de Brasília, manifestantes do ato "Nossa Copa é na Rua" prometem se concentrar nas imediações da Igreja da Candelária, no centro da cidade, e de lá partir rumo à Lapa. Eles cobram uma série de reivindicações, desde a construção de hospitais e escolas até a democratização dos meios de comunicação.
Mais tarde, às 15h de Brasília, o entorno da estação de metrô Arcoverde, em Copacabana, deve virar ponto de encontro de centenas de pessoas que vão protestar contra o superfaturamento dos estádios, a repressão policial e as remoções provocadas pelas obras da Copa. O ato, chamado 'Não Vai Ter Copa! FIFA Go Home!', foi organizado pelo coletivo Frente Independente Popular e ocorre nas proximidades da fun fest, a festa patrocinada pela FIFA na praia de Copacabana.
À noite, começa por volta das 19h de Brasília a 'Copa das ruas', na Cinelândia, no centro da cidade. Segundo organizadores, devem participar da manifestação "professores, garis, médicos socorristas, midiativistas, anarquistas e black blocs, esquerdistas, advogados ativistas, manifestantes e a população em geral."

Exterior

Nas redes sociais, há convocatórias para atos no exterior, em Paris (França) e Turim (Itália).
Na capital francesa, manifestantes convocaram um protesto em frente à embaixada do Brasil, às margens do Rio Sena.
Já em Turim, o ato deve acontecer no Parco del Valenti

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