Cada vez mais popular entre os tratamentos para a obesidade,
o procedimento ainda é cercado de dúvidas, especialmente de
parte dos pacientes. O iG Saúde reuniu as dúvidas
mais comuns nos consultórios dos especialistas em obesidade
no País e pediu a três profissionais que respondessem
a essas questões.
o procedimento ainda é cercado de dúvidas, especialmente de
parte dos pacientes. O iG Saúde reuniu as dúvidas
mais comuns nos consultórios dos especialistas em obesidade
no País e pediu a três profissionais que respondessem
a essas questões.
1 – A cirurgia bariátrica é reversível?
Apenas a gastrectomia vertical (em que um pedaço
do estomago retirado) e o duodenal switch,
onde uma das etapas da cirurgia é a gastrectomia
vertical, não são reversíveis.
As demais técnicas podem ser revertidas.
No entanto, a reversão é extremamente
complicada, oferece mais riscos do que a cirurgia
em si e realmente só é feita em casos extremos,
como em pacientes com câncer ou com aids.
Se o paciente está com peso normal
estável e as doenças estão controladas não há razão para
desfazer o procedimento.
do estomago retirado) e o duodenal switch,
onde uma das etapas da cirurgia é a gastrectomia
vertical, não são reversíveis.
As demais técnicas podem ser revertidas.
No entanto, a reversão é extremamente
complicada, oferece mais riscos do que a cirurgia
em si e realmente só é feita em casos extremos,
como em pacientes com câncer ou com aids.
Se o paciente está com peso normal
estável e as doenças estão controladas não há razão para
desfazer o procedimento.
2 – Vou poder comer como antes, mas sem engordar?
Não. Nenhum procedimento faz milagre. As cirurgias prescindem
de reeducação e manutenção alimentar e física para que os
resultados sejam efetivos. O paciente precisar ter em mente que
a cirurgia é apenas o início de uma mudança de vida, que
inclui comer corretamente, de forma mais saudável,
incluindo no cardápio
frutas, verduras, legumes, carnes, pães integrais, sucos.
O paciente poderá comer de forma mais comedida e com mais
frequência, de 3 em 3 horas, deixando as guloseimas para
ocasiões especiais.
de reeducação e manutenção alimentar e física para que os
resultados sejam efetivos. O paciente precisar ter em mente que
a cirurgia é apenas o início de uma mudança de vida, que
inclui comer corretamente, de forma mais saudável,
incluindo no cardápio
frutas, verduras, legumes, carnes, pães integrais, sucos.
O paciente poderá comer de forma mais comedida e com mais
frequência, de 3 em 3 horas, deixando as guloseimas para
ocasiões especiais.
3 – Como ter certeza de que a técnica é regulamentada?
No Brasil existem hoje quatro técnicas regulamentadas pela
Resolução nº 1.942/2010 do Conselho Federal de Medicina
(CFM), que estabelece normas seguras para o tratamento
cirúrgico da obesidade mórbida, definindo indicações,
procedimentos e equipe (veja aqui quais são).
Os demais procedimentos e técnicas cirúrgicas para
o controle da obesidade não apresentam indicação
atual de utilização ou ainda estão em fase de estudos.
Resolução nº 1.942/2010 do Conselho Federal de Medicina
(CFM), que estabelece normas seguras para o tratamento
cirúrgico da obesidade mórbida, definindo indicações,
procedimentos e equipe (veja aqui quais são).
Os demais procedimentos e técnicas cirúrgicas para
o controle da obesidade não apresentam indicação
atual de utilização ou ainda estão em fase de estudos.
4 – Qual o perigo de me submeter a técnicas não
regulamentadas?
regulamentadas?
Profissionais que praticam técnicas não aprovadas pelo CFM
estão atuando fora da legislação brasileira e expondo seus
pacientes a riscos desnecessários de complicações e morte.
Para uma técnica ser aceita, ela precisa ser comprovada
por anos de pesquisa clínica e ter perfis de segurança e
eficácia aceitáveis, passando pelo crivo dos órgãos
regulatórios de saúde de cada país. Prometer soluções
mágicas do tipo “coma tudo o que quiser e não engorde”
é, no mínimo, mentiroso e antiético.
estão atuando fora da legislação brasileira e expondo seus
pacientes a riscos desnecessários de complicações e morte.
Para uma técnica ser aceita, ela precisa ser comprovada
por anos de pesquisa clínica e ter perfis de segurança e
eficácia aceitáveis, passando pelo crivo dos órgãos
regulatórios de saúde de cada país. Prometer soluções
mágicas do tipo “coma tudo o que quiser e não engorde”
é, no mínimo, mentiroso e antiético.
5 – Quais as chances de ganho de peso posterior?
Em quanto tempo isso é observado?
Em quanto tempo isso é observado?
Até dois anos após a cirurgia, o paciente ainda está perdendo
peso. A partir do momento que esse processo se estabiliza,
é possível haver algum ganho, caso o paciente “baixe a guarda”
e não se esforce para manter o peso. Esforço significa manter uma dietabalanceada e atividades físicas, o que é recomendado
para os operados ou não. A cirurgia é apenas o primeiro passo
rumo a uma nova vida e é preciso abandonar antigos costumes
nocivos e adotar uma forma de vida mais saudável, que inclui
dieta equilibrada e a prática de exercícios.
peso. A partir do momento que esse processo se estabiliza,
é possível haver algum ganho, caso o paciente “baixe a guarda”
e não se esforce para manter o peso. Esforço significa manter uma dietabalanceada e atividades físicas, o que é recomendado
para os operados ou não. A cirurgia é apenas o primeiro passo
rumo a uma nova vida e é preciso abandonar antigos costumes
nocivos e adotar uma forma de vida mais saudável, que inclui
dieta equilibrada e a prática de exercícios.
O principal fator para ganho de peso posterior é a não adesão
ao tratamento, que não se resume apenas às cirurgias bariátricas.
O tratamento deve ser multidisciplinar, ou seja, com médico,
nutricionista, psicólogo e educador físico, já que o paciente
deverá a aprender a viver de uma maneira diferente.
ao tratamento, que não se resume apenas às cirurgias bariátricas.
O tratamento deve ser multidisciplinar, ou seja, com médico,
nutricionista, psicólogo e educador físico, já que o paciente
deverá a aprender a viver de uma maneira diferente.
6 – Como escolher um bom cirurgião bariátrico?
Ao tomar a decisão, procure profissionais habilitados
com experiência comprovada na área, evitando aqueles
que prometem soluções milagrosas ou que pratiquem técnicas
não aprovadas pelo CFM. No site da SBCBM consta a relação
de todos os cirurgiões associados, que, obrigatoriamente,
passam por programas de atualização e revisão científica.
com experiência comprovada na área, evitando aqueles
que prometem soluções milagrosas ou que pratiquem técnicas
não aprovadas pelo CFM. No site da SBCBM consta a relação
de todos os cirurgiões associados, que, obrigatoriamente,
passam por programas de atualização e revisão científica.
7 – A mulher que passa por uma cirurgia de estômago
pode engravidar? Ela deve ter algum cuidado extra
nesse período?
pode engravidar? Ela deve ter algum cuidado extra
nesse período?
Recomenda-se que a mulher aguarde 18 meses depois da
cirurgia para engravidar, assim o organismo estará mais adaptado.
É importante ter um acompanhamento médico e nutricional
durante toda a gravidez, para evitar a carência de vitaminas
essenciais para o bebê. Se for o caso, o médico pode indicar uma suplementação oral ou injetável. O pré-natal deve ser
acompanhado pelo nutricionista, cirurgião e obstetra.
cirurgia para engravidar, assim o organismo estará mais adaptado.
É importante ter um acompanhamento médico e nutricional
durante toda a gravidez, para evitar a carência de vitaminas
essenciais para o bebê. Se for o caso, o médico pode indicar uma suplementação oral ou injetável. O pré-natal deve ser
acompanhado pelo nutricionista, cirurgião e obstetra.
8 – O paciente que vai se submeter à cirurgia deve parar
de fumar e de beber? Por quanto tempo? Quanto
tempo depois da cirurgia ele pode voltar a fumar e
ingerir bebidas alcoólicas?
Quem faz uso destas substâncias têm um risco maior para
complicações em qualquer procedimento. Portanto, o ideal
é que pare de fumar e de beber. Além de todos os riscos, a
nicotina prejudica a cicatrização da pele, o que pode levar
à infecção. As bebidas alcoólicas são agressores das mucosas
do estômago e do intestino e reduzem a absorção de alguns
nutrientes, por isso devem ser evitadas, sobretudo nos
primeiros 6 meses, quando ocorre uma readaptação do trato
gastrointestinal. O álcool é absorvido muito rapidamente após
a cirurgia e cai na circulação sanguínea podendo levar à
embriaguez mesmo com pequenas quantidades.
de fumar e de beber? Por quanto tempo? Quanto
tempo depois da cirurgia ele pode voltar a fumar e
ingerir bebidas alcoólicas?
Quem faz uso destas substâncias têm um risco maior para
complicações em qualquer procedimento. Portanto, o ideal
é que pare de fumar e de beber. Além de todos os riscos, a
nicotina prejudica a cicatrização da pele, o que pode levar
à infecção. As bebidas alcoólicas são agressores das mucosas
do estômago e do intestino e reduzem a absorção de alguns
nutrientes, por isso devem ser evitadas, sobretudo nos
primeiros 6 meses, quando ocorre uma readaptação do trato
gastrointestinal. O álcool é absorvido muito rapidamente após
a cirurgia e cai na circulação sanguínea podendo levar à
embriaguez mesmo com pequenas quantidades.
9 – O que é o dumping? Todo operado tem?
Todo operado está sujeito a ter a síndrome de dumping.
O consumo de alimentos calóricos doces (pudins, sorvetes,
milk-shake, leite condensado, sucos com açúcar, refrigerantes)
e gordurosos pode causá-la. O Dumping acontece quando,
depois de beber ou comer, o paciente apresenta taquicardia,
sudorese, tontura, queda da pressão arterial e diarreia.
Qualquer combinação destes sintomas pode ocorrer em
intensidades variadas, dependendo do que a pessoa comeu.
Alimentos ricos em açúcares e gorduras, em excesso, não
devem fazer parte do cardápio de ninguém, operado ou não.
O consumo de alimentos calóricos doces (pudins, sorvetes,
milk-shake, leite condensado, sucos com açúcar, refrigerantes)
e gordurosos pode causá-la. O Dumping acontece quando,
depois de beber ou comer, o paciente apresenta taquicardia,
sudorese, tontura, queda da pressão arterial e diarreia.
Qualquer combinação destes sintomas pode ocorrer em
intensidades variadas, dependendo do que a pessoa comeu.
Alimentos ricos em açúcares e gorduras, em excesso, não
devem fazer parte do cardápio de ninguém, operado ou não.
10 – Alguns pacientes operados relatam queda de
cabelo intensa e unhas quebradiças, entre outros
sintomas. Porque eles ocorrem?
cabelo intensa e unhas quebradiças, entre outros
sintomas. Porque eles ocorrem?
Queda de cabelo e unhas quebradiças são sintomas comuns
durante qualquer processo de emagrecimento, seja por cirurgia,
dieta ou em decorrência de doenças que "consomem" a pessoa
(como o câncer, por exemplo). No caso do paciente bariátrico,
esses sintomas não devem persistir por mais de quatro meses.
Se não houver acompanhamento com a equipe
multidisciplinar,o paciente pode apresentar
déficit de vitaminas e proteínas,
o que pode levar a estes sintomas. Nesses casos, é preciso
rever a alimentação com o nutricionista e, se necessário,
iniciar suplementação vitamínica oral ou injetável.
durante qualquer processo de emagrecimento, seja por cirurgia,
dieta ou em decorrência de doenças que "consomem" a pessoa
(como o câncer, por exemplo). No caso do paciente bariátrico,
esses sintomas não devem persistir por mais de quatro meses.
Se não houver acompanhamento com a equipe
multidisciplinar,o paciente pode apresentar
déficit de vitaminas e proteínas,
o que pode levar a estes sintomas. Nesses casos, é preciso
rever a alimentação com o nutricionista e, se necessário,
iniciar suplementação vitamínica oral ou injetável.
11 – Quais as possíveis complicações durante e após
a cirurgia?
a cirurgia?
Os riscos são os mesmos de outras cirurgias abdominais,
por isso a bariátrica deve ser feita em um hospital com
estrutura adequada. Nas cirurgias disabsortivas é comum
haver falta de nutrientes devido à baixa ingestão de alimentos
e é necessária a suplementação vitamínica. Mais raramente,
a cirurgia bariátrica pode gerar complicações como infecção,
tromboembolismo (entupimento de vaso sanguíneo),
deiscências (separações) de suturas, fístulas
(desprendimento do grampo), obstrução intestinal,
hérnia no local do corte,abscessos (infecções internas)
e pneumonia.
por isso a bariátrica deve ser feita em um hospital com
estrutura adequada. Nas cirurgias disabsortivas é comum
haver falta de nutrientes devido à baixa ingestão de alimentos
e é necessária a suplementação vitamínica. Mais raramente,
a cirurgia bariátrica pode gerar complicações como infecção,
tromboembolismo (entupimento de vaso sanguíneo),
deiscências (separações) de suturas, fístulas
(desprendimento do grampo), obstrução intestinal,
hérnia no local do corte,abscessos (infecções internas)
e pneumonia.
12 – O efeito da pílula anticoncepcional após a
cirurgia pode ser reduzido?
cirurgia pode ser reduzido?
Nas cirurgias restritivas não há problemas, mas nas cirurgias
que privilegiam a mal-absorção, pode ser que a pílula
anticoncepcional tenha eficácia reduzida. Em muitos casos,
recomenda-se a utilização de dois métodos anticoncepcionais concomitantamente, mas essa é uma avaliação que deve ser
feita caso a caso pelo ginecologista.
que privilegiam a mal-absorção, pode ser que a pílula
anticoncepcional tenha eficácia reduzida. Em muitos casos,
recomenda-se a utilização de dois métodos anticoncepcionais concomitantamente, mas essa é uma avaliação que deve ser
feita caso a caso pelo ginecologista.
13 – É necessário fazer complementação de vitaminas?
Por quanto tempo?
Por quanto tempo?
O paciente submetido a cirurgia bariátrica deverá ser
acompanhado por uma equipe multidisciplinar por toda a
vida. Ele deverá realizar exames sempre e a reposição
poderá ou não ser realizada. No entanto, se o paciente
conseguir manter uma alimentação adequada, rica em carnes
magras, verduras, legumes, frutas e massas integrais,
a suplementação vitamínica não é necessária.
Contudo, com o estilo de vida moderno, nem sempre isso é
possível, então os suplementos vitamínicos entram como
aliados para combater os sinais da falta de nutrientes
(fraqueza, queda de cabelo, unhas quebradiças, dor de
cabeça). Em alguns casos, a suplementação pode ser
para a vida toda.
acompanhado por uma equipe multidisciplinar por toda a
vida. Ele deverá realizar exames sempre e a reposição
poderá ou não ser realizada. No entanto, se o paciente
conseguir manter uma alimentação adequada, rica em carnes
magras, verduras, legumes, frutas e massas integrais,
a suplementação vitamínica não é necessária.
Contudo, com o estilo de vida moderno, nem sempre isso é
possível, então os suplementos vitamínicos entram como
aliados para combater os sinais da falta de nutrientes
(fraqueza, queda de cabelo, unhas quebradiças, dor de
cabeça). Em alguns casos, a suplementação pode ser
para a vida toda.
14 – Depois da operação, terei que fazer exercícios
físicos?
físicos?
Sim, sempre. Os exercícios físicos fazem parte do tratamento
da obesidade, independente da técnica utilizada. Os benefícios
do exercício são ainda maiores para os operados: aceleração
do processo de emagrecimento, ganho de massa magra
(músculo), redução da flacidez, melhora do condicionamento
físico, melhora do desempenho cardiorrespiratório,
fortalecimento dos ossos e ganho de disposição.
16 - Alguma técnica permite comer mais do que outra?
da obesidade, independente da técnica utilizada. Os benefícios
do exercício são ainda maiores para os operados: aceleração
do processo de emagrecimento, ganho de massa magra
(músculo), redução da flacidez, melhora do condicionamento
físico, melhora do desempenho cardiorrespiratório,
fortalecimento dos ossos e ganho de disposição.
16 - Alguma técnica permite comer mais do que outra?
Em todos os procedimentos, o paciente deve se habituar
a comer pequenas quantidades, várias vezes ao dia.
As cirurgias disabsortivas, como o Scopinaro e o Duodenal
Switch, permitem que o paciente tenha uma capacidade
maior de alimentação. Em contrapartida apresentam efeitos
colaterais sérios como o aumento da frequência evacuatória
e a urgência evacuatória.
a comer pequenas quantidades, várias vezes ao dia.
As cirurgias disabsortivas, como o Scopinaro e o Duodenal
Switch, permitem que o paciente tenha uma capacidade
maior de alimentação. Em contrapartida apresentam efeitos
colaterais sérios como o aumento da frequência evacuatória
e a urgência evacuatória.
17 - Quanto tempo dura o processo de emagrecimento?
Há risco de emagrecer demais?
Há risco de emagrecer demais?
Perde-se peso mais rapidamente no primeiro e no segundo ano
após a cirurgia, mas a velocidade do emagrecimento vai
diminuindo até estacionar, geralmente por volta do segundo ano.
Todo ser humano tem um peso ideal em torno do qual o corpo
tende a se estabilizar, ainda que pequenas variações para mais
ou para menos sejam comuns ao longo dos anos.
após a cirurgia, mas a velocidade do emagrecimento vai
diminuindo até estacionar, geralmente por volta do segundo ano.
Todo ser humano tem um peso ideal em torno do qual o corpo
tende a se estabilizar, ainda que pequenas variações para mais
ou para menos sejam comuns ao longo dos anos.
Por Chris Bertelli, iG São Paulo
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