LULA VAI DISCUTIR FÁBRICA DE ANTI-RETROVIRAIS EM MOÇAMBIQUE
13/10/2008
Maputo, 13 out (Lusa) - A instalação de uma fábrica de medicamentos anti-retrovirais em Moçambique, que deverá entrar em funcionamento em 2009, será um dos temas da agenda da visita do presidente Luiz Inácio Lula da Silva a Maputo, quinta e sexta-feira.
De acordo com fonte da embaixada do Brasil em Maputo, a visita de dois dias de Lula servirá ainda para a assinatura de acordos de cooperação na área econômica. Com um investimento inicial de US$ 4 milhões (R$ 9,1 milhões) do governo brasileiro e um custo total de US$ 12 milhões (R$ 27,4 milhões), a fábrica deverá estar funcionando em 2009, e produzir, numa primeira fase, três medicamentos para consumo interno (calcula-se que 19% dos cerca de 20 milhões de moçambicanos sejam portadores do vírus da Aids). A transferência de tecnologia poderá demorar até cinco anos e passará pela formação de profissionais em Moçambique - os técnicos moçambicanos serão formados pelo laboratório Farmanguinhos, da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), que se está a instalar no país.
Na sexta-feira, Lula vai inaugurar os escritórios da Fundação Oswaldo Cruz, voltada para programas de saúde, no Centro de Estudos Brasileiros (CEB).
Ainda no CEB, será anunciado o projeto de construção do novo edifício desta instituição, no que poderá ser o último ato público da visita de Lula a Moçambique, a segunda ao país africano, desde que assumiu a presidência. Na quinta-feira, Lula fecha, ao lado do chefe de Estado moçambicano, Armando Guebuza, um encontro de empresários moçambicanos e brasileiros.
RELACIONAMENTO - As relações econômicas e empresariais entre o Brasil e Moçambique têm se intensificado nos últimos anos, com algumas das principais empresas brasileiras, com a Petrobras e a Vale do Rio Doce, a que se juntam uma constelação de pequenas companhias, a marcarem presença no país. A presença de empresas brasileiras em Moçambique, incipiente até há poucos anos, ganhou destaque em junho do ano passado, quando a Vale ganhou o leilão para explorar carvão em Moatize, com reservas estimadas em 2,5 bilhões de toneladas de carvão.
Mais recentemente, a Petrobras divulgou às autoridades moçambicanas do seu interesse em investir nas áreas de petróleo e dos biocombustíveis no país africano. Acordos nesta área foram assinados durante a visita do presidente moçambicano ao Brasil, em 4 a 7 de setembro de 2007. Também no ano passado, a construtora Camargo Corrêa apresentou um projeto para a construção da hidrelétrica de Mphanda Nkuma, no Rio Zambeze (centro), um investimento de 2,1 bilhões de euros para construir uma das maiores represas do continente africano, com um potencial de produção de 1.500 megawatts. A Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), instituição ligada ao Ministério da Agricultura, também vai instalar um escritório de transferência de tecnologia em Maputo.
Em 2007, o Brasil ocupava a nona posição na lista dos principais investidores em Moçambique, à frente do Zimbábue e atrás do Canadá.
Fonte: LUSA Agência de Notícias de Portugal Online - Alerta Google
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