12.15.2009

MALARIA: Prevenção e tratamento ainda têm de melhorar.

Técnica de Farmanguinhos (Fiocruz) trabalha na produção de remédio contra a malária
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Cerca de 40% da população mundial está sob o risco da doença.
O aumento das verbas para o combate à malária está começando a dar resultados, mas a prevenção e o tratamento ainda têm de melhorar, disse a Organização Mundial da Saúde na terça-feira (15).

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O Relatório Mundial da Malária 2009 apontou um "progresso significativo" na distribuição de mosquiteiros e medicamentos, em grande parte graças ao aumento de verbas, de 300 milhões de dólares em 2003 para 1,7 bilhão de dólares em 2009. Mas a OMS disse que ainda são precisos outros 5 bilhões de dólares anuais.

"O tremendo aumento no financiamento para o controle da malária está resultando na rápida ampliação das ferramentas de controle de hoje", disse a diretora-geral da OMS, Margaret Chan, em nota.

"Isso, por sua vez, está tendo um profundo efeito sobre a saúde --especialmente a saúde das crianças na África Subsaariana. Em suma, a ajuda ao desenvolvimento para a saúde está funcionando."

Cerca de 40% da população mundial está sob o risco da malária, doença potencialmente letal transmitida por picadas de mosquitos.
Ela mata mais de 1 milhão de pessoas por ano, e as crianças representam cerca de 90 por cento das mortes nas áreas mais afetadas da África e Ásia.

Resistência ao medicamento

A luta contra a malária é prejudicada pela resistência à cloroquina, o medicamento mais barato e acessível. Também é cada vez mais comum a resistência a sulfadoxina-pirimetamina, uma alternativa também barata.

Por isso, a melhor opção de tratamento hoje é o coquetel chamado ATC, produzido por laboratórios como Novartis e Sanofi-Aventis, mas que é bem mais caro.

A OMS apontou uma difusão bem maior dos mosquiteiros tratados com inseticidas em comparação a anos anteriores. Em 2008, mais da metade dos lares tinha essas redes em 13 dos 35 países africanos mais afetados.

O uso do coquetel ATC está crescendo, mas continua sendo baixo na maior parte dos países africanos. Menos de 15 por cento das crianças doentes têm acesso a essas drogas.

Em países com maior cobertura dos programas de distribuição de mosquiteiros e tratamentos, como Eritreia, Ruanda, São Tomé e Príncipe, Zâmbia e Tanzânia, os casos de malária e as mortes pela doença caíram pela metade, segundo o estudo.

Isso sugere que as metas internacionalmente aceitas para a redução da malária são factíveis, desde que as intervenções corretas sejam suficientemente difundidas, acrescentou o relatório.

Os lugares mais bem sucedidos no combate à malária também registram forte declínio na mortalidade infantil como um todo, o que sugere que os esforços de controle da malária poderiam ajudar muitos africanos a alcançar em 2015 a meta de reduzir em dois terços sua mortalidade infantil.

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