12.14.2009

o ciclismo e as doenças urológicas




Não existem dúvidas sobre o benefício da prática desportiva à qualidade de vida e à prevenção de doenças cardiovasculares. Porém, pedalar tem sido evitado por alguns homens por temerem o aparecimento de doenças da próstata e da impotência sexual.

Essa preocupação decorre do facto de várias reportagens referirem que andar de bicicleta pode desencadear doenças, como inflamação prostática (prostatite) e cancro da próstata, além de prejudicar a erecção e a actividade sexual.

A IMPOTÊNCIA SEXUAL

Desde 1997, quando Irwin Goldstein, investigador da Boston University (EUA), estimou que cerca de 100 mil homens teriam desenvolvido impotência sexual devido ao ciclismo, este tema tornou-se polémico. Vários trabalhos foram publicados explorando o assunto, que ainda hoje inspira atenção.
O jornal The New York Times publicou um artigo orientando os praticantes do ciclismo sobre as precauções que devem ser tomadas para evitar problemas sexuais. Na revista médica Journal of Andrology, em 2002, um estudo revelou a diminuição da rigidez e da função eréctil nocturna em policias que faziam as suas patrulhas de bicicleta.
E, como foi divulgado no Evanston Northwestern de Agosto de 2004, “o ciclismo vem sendo associado à impotência devido à compressão perineal, que pode provocar lesões nos nervos e falhas no fluxo sanguíneo responsável pela erecção”.
O mesmo artigo sugere ainda mecanismos para minimizar esses traumatismos, como utilizar um selim mais largo e confortável e evitar longos períodos sentado, pedalando, sem descanso.

Vários estudos parecem confirmar a relação entre impotência e ciclismo devido a esse mecanismo. O que não se pode afirmar é que pedalar seja causa de disfunção eréctil. Parece mais lógico acreditar que, em indivíduos com factores de predisposição, como diabetes, hipertensão arterial, vasculopatias e tabagismo, a compressão perineal prolongada possa acelerar o processo de aparecimento de impotência sexual. Devemos lembrar que centenas de indivíduos praticam o ciclismo e não apresentam essa complicação.

A PRÓSTATA

Para a felicidade dos ciclistas, não existem estudos relatando a associação entre cancro da próstata e ciclismo. Compressão na região perineal tem sido relacionada à elevação do PSA (antígeno prostático específico), que é uma substância produzida pela próstata e que ajuda no diagnóstico de doenças neste órgão. Isso pode confundir a análise do PSA e por esse motivo, orienta-se o indivíduo a evitar ciclismo no período de colheita de material para exame. E, ao contrário do que se podia imaginar, estudos da Harvard Medical School demonstram que exercícios físicos aeróbios, incluindo o ciclismo, ajudam na prevenção do cancro da próstata.

A compressão perineal repetitiva e prolongada pode, no entanto, levar a um quadro de prostatite e dor ou desconforto perineal. No entanto, a partir dos 40 anos convém realizar um check-up prostático anual. Limitar a ingestão de calorias e gorduras de origem animal, aumentar a proporção de vegetais na dieta (soja e tomate, por exemplo); beber um copo de vinho tinto por dia; e fazer exercício regularmente. Esta é a melhor prevenção para as doenças da próstata.

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