O MEL DE ABELHA
Muito antes de o homem começar a fabricar o pão, um dos principais alimentos produzidos artificialmente, já milhões de industriosas abelhas fabricavam mel, empregando as mesmas técnicas que ainda hoje empregam.
Nos tempos antigos fazia-se abundante consumo de mel como alimento promovedor de longevidade.
Pitágoras, alimentando-se de mel, viveu noventa anos, como outros longevos consumidores desse produto.
O vigoroso imperador Augusto afirmava que o segredo de sua boa saúde residia em usar óleo externamente e mel internamente.
Os antigos romanos tudo adoçavam cm mel, até o próprio vinho. Eram gulosíssimos por vinho melado.
Com a descoberta e divulgação do processo de fabricar açúcar de beterraba e cana, o consumo de mel, como alimento cotidiano, infelizmente caiu em desuso. Essa substituição trouxe grande prejuízo para o homem, em propriedades alimentares e terapêutica, de vez que o mel é superior ao açúcar.
Composição química
Em 100 gramas de mel encontram-se:
Calorias 314,00
Água 21,00 g
Hidratos de carbono 78,14 g
Vitamina A 3 UI
Vitamina B1 (Tiamina) 7,00 mcg
Vitamina B2 (Riboflavina) 55,00 mcg
Vitamina B5 (Niacina) 0,33 mg
Vitamina C (Ácido ascórbico) 4,60 mg
Nos mais importantes sais do mel, contidas em 100 gramas, acham-se assim distribuídas os seguintes elementos:
Potássio 386,00 mg
Fósforo 19,00 mg
Cálcio 4,00 mg
Sódio 1,00 mg
Ferro 0,70 mg
Mais de três quartas partes do mel, como se vê, constam de açúcar nas suas formas elementares, como dextrose (ou glicose) e levulose (ou frutose). Além dos elementos indicados, o mel ainda contém cobre e manganês.
Uso Medicinal
O emprego do mel na Medicina data da mais remota antiguidade. Celso (Áulio Cornélio Celso), que foi um dos grandes vultos da medicina no primeiro século da era cristã, e que se tornou célebre pela compilação de uma valiosa enciclopédia da qual nos restam oito livros sobre a arte e ciência de curar, já afirmava que o mel age como conglutinante sobre as feridas, e que atua como detergente e resolutivo sobre a pele.
Grandes autoridades médicas, em tempos recentes, têm reconhecidos no mel a virtude de curar inúmeras enfermidades e de prolongar a vida.
Sabe-se que o mel é diurético, laxante, calmante, emoliente, desinflamante, antisséptico, alcalinizante, peitoral, béquico, expectorante, depurativo do sangue, tônico para o cérebro.
Para atenuar os efeitos do calor durante o verão, muitas pessoas sabem valer-se dos refrescos de água com mel.
O Mons. Sebastião Kneipo, mundialmente famoso pelas suas experiências com métodos terapêuticos naturistas, preconiza o uso do mel nos males das vias respiratórias, nas afecções do sangue do aparelho digestivo, nas úlceras, na laringite, na faringite, etc.
O Dr. Zeiss conseguiu, com o mel, bons resultados n tratamento de cardiopatias, afecções do fígado, perturbações intestinais, furunculose, úlceras e feridas, pirexias, debilidade geral, doenças infecciosas.
“Graças aos seus mui necessários minerais”, diz o Dr. Lelord Kordel, “o mel exerce importantes funções construtoras do sangue. Com a sua ação levemente laxativa, o mel impede a constipação intestinal. E, sendo sedativo para o corpo, promove um sono sadio e refrescante”.
Diz o Dr. D. C. Jarvis:
“Na qualidade de medico, estou naturalmente interessado numa substancia que o estudo e a experiência me convenceram ser um auxiliar4 na vida do homem, desde o berço até o tumulo”.
“Onde, senão no mel, encontraria eu, a guisa de complemento da ração diária, um sedativo que, se tomado em cada refeição, acalme o individuo nervoso, irritável, tipo “cavalo de corrida, e que faça somente bem e nunca mal ao organismo humano”“? Onde encontraria eu um adoçante que faça dormir de noite?
“O mel tem efeito suavizante sobre “O mel tem efeito suavizante sobre o estomago, alivia a tosse importuna, exerce ação laxante branda mas eficaz, e alivia a dor artrítica...
”Fico triste quando algumas pessoas me dizem que não usam mel, porque o mel é mais caro do que o açúcar branco... Afinal gastar em drogas... o dinheiro que economizaram na comida...”
“Estou dedicando todo um capítulo ao uso do mel como alimento ao uso do mel como alimento”, diz o Dr. Lelord Kordel, “porque Lelord Kordel, “porque o consumo de consumo de carboidratos refinados é o maior pecado que se comete hoje contra a saúde...
Entre os artigos aceitos como alimentos, não há nada mais destruidor para o organismo humano do que o açúcar branco, refinado. É uma das substancias mais perigosas e mais mortais que já se impingiu ao público como alimento”.
Abcessos, furúnculos, feridas, contusões, inflamações etc.
As cataplasmas quentes de mel têm efeito maturativo sobre os abscessos, os furúnculos e os tumores. O mel misturado com barro e cebola ralada é um remédio talvez sem rival, para os tumores.
Feridas e úlceras são beneficiadas com a aplicação de cataplasmas de em e farinha.
Voirnot recomenda o mel, aplicado diretamente, nas queimaduras, nas contusões, nas feridas; misturado com farinha de trigo, como emplastro, nos furúnculos, e abscessos; como emoliente, ou em gema de ovo e manteiga, como ungüento leve de leve efeito vesicatório; com cal viva, como vesicante contra as dores ciáticas; em solução de água melada, aplicada nas pálpebras, duas ou três vezes por dia, contra a conjuntivite crônica.
Ação bactericida
A ação bactericida do mel ficou constatada como resultado de experiências levadas a cabo com quinze diferentes tipos de mel, procedentes de diversos lugares.
A faculdade que o mel tem, de destruir as bactérias, parece ser devida à sua própria composição, em que figuram o ácido fórmico, o ácido málico, o ácido lático etc. O mel fresco é, nesse sentido, manifestamente mais eficaz.
O Dr. D. C. Jaris informa:
“Está provado que as bactérias não podem viver na presença do mel, por ser este uma fonte de potássio, que retira das bactérias a umidade essencial à sua existência.”
“O Dr. W. G. Sackett, bacteriologista, resolveu por o mel à prova. Ele francamente não acreditava que o mel destruiria as bactérias produtoras de enfermidades. Assim, pois, no seu laboratório, ele colocou diversos germes patogênicos em mel puro e se pôs à espera. Os resultados o surpreenderam. Dentro de poucas horas, ou, quando muito, em alguns dias, cada um dos microorganismos patogênicos estava morto. Os germes da febre tifóide morreram dentro de 48 horas. Um microorganismo encontrado nas fezes e na água, e que se assemelhava ao bacilo tifóide, morreu em 5 horas. Germes causadores de broncopneumonia morreram no quarto dia. O mesmo aconteceu com bactérias específicas, associadas com certo numero de doenças, como a peritonite, a pleurisia e os abscessos supurativos. Germes causadores da disenteria foram destruídos em 10 horas”.
De uma interessante publicação do Ministério da Agricultura transcrevemos:
“A ação antibacteriana (do mel) parece não depender de substancias secretadas pela abelha, visto serem negativas as provas dos filtrados de órgãos (cabeça, tórax, bolsas melíferas) do inseto, devendo-se, pois, considerá-la como efeito de um produto extraído das flores, o que é corroborado pelos diferentes graus de poder antibacteriano das diversas espécies de mel, conforme as estações da colheita, pois que variam também as diversas espécies de flores que dão néctar etc.”. – O Mel na Alimentação Nacional, pág. 46.
Afecções do coração
O Dr. E. Koch, famoso cardiologista alemão, recomenda enfaticamente o uso do mel para o coração. “O coração”, diz o Dr. Koch, “pode, depois de receber mel, comparar-se a um cavalo depois de ser alimentado com aveia (aqui diríamos milho). Acha-se carregado de força”. Informa o Dr. Koch que os muitos exames e testes por ele feitos em seus pacientes, lhe mostraram que o mel exerce efeitos semelhantes aos da digital. Ainda mais, “Ficou comprovado”, explica o Dr. Koch, “que em casos de inflamação dos músculos do coração, nas doenças febris, como a difteria, a digital não traz nenhum sintoma de alivio, ao passo que o mel ainda age com eficiência. De modo geral, o mel é um poderoso suprimento para o coração sadio e dá forças ao coração doente”.
O Dr. G. N. W. Thomas, de Edinburgh, capital da Escócia, escreve em The Lancet, importante publicação médica britânica:
“Na fraqueza do coração, verifiquei que o mel tem efeito notável: reativa a ação do coração, mantendo a vida dos pacientes. Recomendo que o mel seja suado na reparação física geral, porem, especialmente, nas falhas do coração”.
“O mel tem ação benéfica, igualmente, em caso de hipertensão arterial”, diz o Dr. Lelord Kordel.
Afecções gastro-intestinais e perturbações da nutrição
O mel é um alimento muito bom para os enfermos das vias digestivas. Estes devem usar, como adoçante, o mel, que pouca ao estomago um trabalho evitável. Em caso de dispepsia, em vez de o mel fatigar o estômago, ele auxilia a digestão.
Os dispépticos em geral, e os indivíduos fracos, que sofrem de digestão lenta e laboriosa, lucrarão em fazer, de vez em quando, uma cura de mel.
O mel tem indicação em certos distúrbios do estomago e do intestino, sendo, por exemplo, bom para as pessoas que sofrem de atonia intestinal.
O Prof. Dr. Camillo Muniagurria, que fez experiências com o mel no tratamento de perturbações intestinais (enterocolite aguda e enterocolite-folicular), distrofia, intoxicação alimentar e dispepsia putrefativa, recomenda o mel nas perturbações crônicas da nutrição e nos distúrbios gastro-intestinais com diarréias e fermentações anormais, dos infantes, e aconselha-o também como bom complemento alimentar para os lactentes sadios.
O Dr. Araoz Alfaro recomenda o mel como adoçante das mamadeiras ou em mistura ao suco de frutas ou hortaliças, e acentua que os médicos prescrevem o mel contra diversas formas de colite e enterocolite e para aumentar o peso das crianças distróficas.
Nunagania, num trabalho publicado no Bruxelles Medical, salienta que o mel exerce ação antipútrida, tem efeito benéfico nos estados distróficos e combate as enterocolites.
“O mel impede a fermentação gastrointestinal sendo rapidamente absorvido”, escreve o Dr. Lelord Kordel.
Conforme o Dr. José A. Pereira, o mel é fortificante, laxante, digestivo. É de fácil digestão para os estômagos débeis. Não prejudica os dentes (o que já não se pode dizer do açúcar).
O Dr. G. Smiller informa ter alcançado, com o uso do mel, bons resultados contra as inflamações intestinais.
O Dr. Victor Pauchet explica que o mel facilita a digestão, porque tem ação sobre as glândulas salivares, que secretam maior quantidade de saliva.
O Dr. Horácio Forster recomenda o mel contra certas enfermidades do aparelho digestivo e dos rins.
O mel tem ação benéfica sobre o fígado, favorecendo sua função antitóxica e metabólica.
O Dr. César Pernett, resumindo um trabalho dos Drs. E. M. Knott, F. W. Schultz e C. F. Schukers, fala a respeito de uma experiência feita com 14 lactentes sadios, nos seus primeiros seis meses de vida, para verificar a influencia do mel, como fonte de hidrato de carbono, sobre a retenção do cálcio. Os resultados mostraram que a proporção de retenção do cálcio é sempre maior quando o mel é incluído na dieta infantil.
D. C. Soranus, que introduz o mel na alimentação do lactente, firma eu o mel dado ao recém-nascido previne e abranda a sintomatologia da febre de inanição.
Afecções da garganta e da boca
Em casos de dor, irritação ou inflamação da garganta, fazem-se gargarejos com água contendo mel diluído.
Contra as aftas da boca, é bom fazer gargarejos de solução de mel com um pouco de pedra-ume ou sal de bórax ou vinagre.
Afecções da vias respiratórias
O Dr. Monardi afirma que o mel presta inestimáveis serviços nos males do aparelho respiratório.
Os resfriados, catarros e outras afecções das vias respiratórias cedem com o seguinte remédio: põe-se numa xícara uma colherada de mel, uma gema de ovo e um pouco de leite quente. Mistura-se bem. Toma-se pela manhã, em jejum. Além de ser um bom peitoral, é ótimo alimento para as pessoas debilitadas e para os convalescentes.
A bronquite, a asma, a ronquidão etc., encontram no mel um remédio excelente.
“o favo de mel”, diz o Dr. D. C. Jarvis, “é excelente no tratamento de certas afecções das vias respiratórias. O que se usa é a cera do favo, do qual se tenha tirado todo o mel. A mastigação do favo tem valor especialmente para a mucosa das vias respiratórias. Não só se mastiga o favo, mas também se come diariamente como parte do tratamento. Para esse fim, deve-se preferir o mel diretamente do favo, mas, não se tendo este à mão, ingestão de uma colher das de sopa, de mel liquido, também produz bons resultados”.
O Dr. D. C. Jarvis fez interessantes experiências com o mel como medicamento para nariz entupido.
“Um menino de oito anos”, diz ele, “foi certa vez trazido por sua mãe ao meu consultório para exame e tratamento do nariz. Durante cinco meses ele tivera um continuo resfriado e nenhum tratamento lhe havia trazido melhora. O corrimento pelas narinas era profuso e precisava assoar o nariz com muita freqüência.
“Aos três anos de idade, tinham-sido removidas as amígdalas e as vegetações adenóides. O exame do seu nariz revelou um aspecto que aprece nas febres de feno... o menino respirava pela boca, porque a respiração normal era impedida pela inchação dos tecidos do nariz.
“Em seguida ao exame geral e ao exame especial do nariz, dei ao garoto um bocado de favo para mastigar, para ver o que aconteceria. Enquanto isso, pus-me a escrever s instruções pra o tratamento a ser feito em casa e comecei a preparar umas gotas que ele devia tomar. Eu ainda não estava pronto, passados uns cinco minutos, quando o guri, de repente, disse: “Meu nariz está aberto! Já posso respirar pelo nariz! O remédio para ser usado em casa entreguei-o à mãe e dei-lhe explicações sobre as instruções escritas. Então tornei a examinar o nariz do menino, para ver o efeito da mastigação do favo.
“O inchaço dos tecidos do nariz tinha diminuído como se eu tivesse aplicado um adstringente. A mucosa, que antes havia sido pálida, era agora levemente rosada. Uma semana depois, quando o petiz foi novamente trazido ao meu consultório, seu nariz continuava aberto e ele respirava com a boca fechada...
“Experimentei também em outros pacientes, com nariz entupido, a mastigação de um bocado de favo, e obtive sempre os mesmos resultados satisfatórios”.
Anemia
Graças ao ferro orgânico que contem, o mel é um bom alimento para os anêmicos. O mel escuro é, neste caso, o mais recomendado.
“O mel”, diz o Dr. Lourenço Granato, “combinado com uma gema de ovo fresco, cru, bem batido, constitui um bom alimento concentrado para os indivíduos enfraquecidos pelo esgotamento e até para os tuberculosos. É um fortificante de grande valor para todos os organismos”.
O Dr. Henri Dorval fez uma experiência com dezessete alunos de 8 a 16 anos, dos mais pálidos e anêmicos. Desses menores, 15 passaram a receber cada dia duas doses de 15 gramas de mel, uma ela manha e outra à tarde, ao passo que 2 ficaram sem mel, para que se pudesse fazer a comparação. A prova começou a 27 de novembro e termino no dia 10 de março do ano seguinte. Resultado: Dos 15 que receberam mel durante todo esse tempo, 11 experimentaram um aumento na taxa de hemoglobina de 8,44% a 25%; 1 teve a hemoglobina aumentada em 6%; 1 que tinha taxa normal de hemoglobina, não teve aumento; 2, que se achavam seriamente desnutridos, não tiveram proveito do tratamento. Com o uso do mel, 13 desses 15 tiveram uma melhora geral no seu estado de saúde. Passaram a sentir-se mais resistentes, mais fortes e menos cansados no fim dos brinquedos. Ficaram livres das dores de cabeça, da constipação crônica etc. acusaram notável aumento de peso: de 2,5 quilos a 6quilos. Suas olheiras desapareceram. Sua cor mudou: de pálidos que eram, ficaram corados. Os outros dois menores, que não haviam recebido mel, ficaram com uma taxa anormalmente baixa de hemoglobina e só alcançaram 750 gramas a um quilo e meio de aumento de peso.
O Dr. Anton Rohleder, que também estudou a influencia do mel como medicamento infantil, afirma que o mel aumenta a cota de hemoglobina, concorre para incrementar o peso e contribui para o desenvolvimento corporal da criança.
O prof. Martagão Gesteira, baseando-se nos trabalhos da Dra. Paula Emerich, divulgados pelo Prof. E. King, trabalhos esses que salientaram os excelentes resultados obtidos, em aumento de hemoglobina e acréscimo de pelo, em 200 crianças submetidas a uma dieta de leite cru cm doses crescentes de mel, fez experiências em lactentes normais, alimentados com leite-cálcio citratado, e em lactentes hipotróficos mantidos sob regimes alimentícios vários. Os resultados foram apreciáveis, sobretudo com estes últimos, que toleravam bem o mel e aumentaram sensivelmente de peso com a adição de mel à sua dieta. Nas crianças normais, a inclusão do mel no leite corrigiu a tendência à prisão de ventre.
O Dr. Mário Campognoli ensina que o mel é excelente contra a anemia, graças ao seu elevado conteúdo em ferro, cobre, manganês e outros minerais, em forma francamente assimilável, intervindo por isso na composição dos glóbulos vermelhos do sangue.
Na Revue Internationale, Jacoud informa que, na Alemanha e na Dinamarca, desde longa data, crianças e moças são enviadas ao campo, durante o verão, para fazerem exercícios físicos ao ar livre e curas de mel, como tratamento contra a anemia e a clorose.
O Dr. Santiago Luiz Roman, num trabalho publicado na Revista de Apicultura da Argentina, sob o título “O mel aumenta a hemoglobina do sangue”, confirma o que acabamos de dizer. O Dr. Roman também aconselha o uso habitual do mel na alimentação.
Câimbras
As câimbras que ocorrem, durante a noite, nos músculos do corpo, especialmente nas pernas e nos pés, podem ser combatidas tomando-se duas colheres das de chá, de mel, em cada refeição. As câimbras geralmente desaparecem dentro de uma semana, mas é bom continuar indefinidamente com o uso do mel, pois este previne o retorno do mal.
Cálculos das vias urinárias
O Dr. Smilles empregou o mel, com êxito, contra a gota e litíase renal.
O Dr. Smilles informa que, com o uso do mel, alcançou bons resultados no tratamento da litíase renal. Suspenso o tratamento por algum tempo, as areias tornaram a aparecer, mas, restaurado o usos do mel, houve alivio dentro de pouco tempo.
Dieta infantil
Toda boa mãe sabe que o mel é um complemento muito importante na alimentação da criança.
“Em nossos dias”, diz o Dr. Jarvis, “parece que muitas mães não são capazes de amamentar seus bebês segundo o plano da Natureza”. Recai, pois, sobre o médico o fardo de compor uma dieta adequada às necessidades individuais do infante. Algumas crianças, sendo delicadas, requerem um cuidado infinitamente grande. Umas são alérgicas a certos alimentos ao passo que outras são robustas e aparentemente podem comer de tudo. As diferenças na tolerância alimentar apresentam problemas às vezes difíceis de resolver.
“A base de toda a dieta infantil, na falta do leite materno, é o leite de vaca, modificado e adoçado”. No adoçamento do leite jaz frequentemente a principal dificuldade. O adoçante mais usado é o xarope de milho, mas muitos bebês não podem tolerá-lo. Torna-se cada vez mais evidente que um adoçante natural deve ser muito preferido a qualquer adoçante fabricado.
“O adoçante natural que mais se salienta é o mel. A maior parte dos bebês pode tolerá-lo. E, além de servir de adoçante, ele fornece minerais, completando os que se encontram no leite; e supre também pequena quantidade de proteínas. Exerce, outrossim, uma ação anti-séptica e levemente laxativa. Ademais desvantagens, ele tem um sabor agradável, tornando mais apetitosos os alimentos. O principal fator, todavia, é que ele provê a criança com o complexo de minerais necessários ao seu corpo em crescimento.
“Meus estudos sobre o mel em conexão com a alimentação da criança, foram plenamente corroborados pelos trabalhos dos Drs. M. H. Haycak e M. C. Tanquary, da Universidade de Minnesota, e dos Drs. Schutltz e Knott do Departamento de Pediatria da Universidade de Chicago”.
Do trabalho dos Drs. F. W. Schultz e E. M. Knott extraímos o seguinte:
“Estudando o valor comparativo dos vários carboidratos na alimentação da criança, empregamos mel juntamente com outros açúcares”. Usamos dois grupos de crianças para determinar o efeito dos vários açúcares: quatro dos 7 aos 13 anos e nove com 2 a 6 meses de idade. Demos açúcares diluídos a essas crianças e então lhes tomamos amostras de sangue para determinar a taxa de açúcar no sangue 15 minutos, 30 minutos, 60 minutos, 90 minutos e 120 minutos após a refeição. Quando os açúcares são absorvidos no intestino, penetram na corrente sanguínea e são carregados ao fígado para formar glicogênio. Quando se consomem carboidratos numa proporção superior à capacidade que tem o fígado de armazená-los em forma de glicogênio, o excesso se transforma em gordura e como tal se armazena nos tecidos.
“Resultados muito interessantes obtivemos com o mel. Durante os primeiros 15 minutos, o mel foi absorvido mais rapidamente que todos os ouros açúcares usados na prova, com exceção da glicose. O mel, porem, não inundou a corrente sanguínea com uma superabundância de açúcar. Este comportamento do mel deve-se, presumimos, à combinação dos dois açúcares de fácil absorção, a dextrose e a levulose. A absorção do mel é rápida por causa do seu conteúdo em dextrose; a levulose, porém, sendo absorvida mais vagarosamente, é capaz de manter o açúcar do sangue.
“O mel tem, sobre outros açucares mais ricos em dextrose, a vantagem de não elevar o açúcar do sangue a um nível superior à capacidade que tem o corpo de usá-lo facilmente”.
“Dada a sua fácil e larga disponibilidade, o seu sabor e à sua digestibilidade, o mel parece ser uma forma de carboidrato que deveria ter mais ampla utilização na alimentação da criança.”
As muitas vantagens do mel na alimentação da criança são asseguradas incluindo-se ma ou duas colheres das de chá, desse adoçante natural, em 250 g de mistura alimentar. Em caso de prisão de ventre, acrescenta-se mais meia colher das de chá. Se, por outro lado, o intestino da criança fica muito solto, diminui-se meia colher das de chá. Essa é a receita do Dr. D. C. Jarvis. Segundo sua observação, “as crianças alimentadas com mel só raramente sofrem de cólicas, pois a rápida absorção do mel impede a fermentação”.
O Dr. Arturo Rossi, num trabalho publicado sob o titulo “A Abelha e o Mel na Ciência e na Indústria”, recomenda entusiasticamente o usos do mel na alimentação da criança, pois que se trata de um alimento e medicamento de primeira ordem, graças à sua riqueza em hidratos de carbono e à pureza de sua constituição. Diz o Dr. Rossi que se poderiam evitar muitas enfermidades e desgostos, se os pais dessem aos filhos o puro mel de abelhas em vez de doces, caramelos etc.
Citamos do livrinho “O Mel Na Alimentação Nacional”, pág. 49, publicado pelo Ministério d Agricultura:
“O mel... encerra em sua composição elementos facilmente assimiláveis, de real valor, não só em certos estados mórbidos da infância, mas também para estabelecer o equilíbrio básico de um organismo em estado de evolução. É, pois, um alimento precioso para as crianças e para os lactentes, sendo aconselhado no adoçamento das mamadeiras. Como alimento, deve ser dado puro centrifugado em natureza, nos favos extraídos da colméia, conservando toda a sua fragrância; ou, misturado com manteiga, no pão ou com biscoitos; ou para adoçar o leite, os refrescos etc.; ou em vários doces, bolos etc.; ou adicionado a certas frutas, como bananas, morangos, maças, mamão; ou misturado com aveia, farinha de banana, creme, requeijão; ou como corretivo de certos distúrbios gastrointestinais tão comuns na primeira e segunda infâncias; ou em substituição ao açúcar de cana, de cuja ingestão resultam graves inconvenientes para a saúde infantil. O aparelho digestivo da criança, tão sensível e delicado, assimila facilmente o mel que lhe vai beneficiar as funções gastrointestinais, quer atuando sobre as mucosas, quer favorecendo as secreções. O mel, pelo seu conteúdo em vitamina e substâncias mineralizantes, entre outras, sais de cálcio, ferro, ácido fosfórico, encontra indicação perfeita em puericultura”.
Enurese infantil
“Durante muito tempo”, diz o Dr. D. C. Jarvis, “quando aos médicos se perguntava o que se devia fazer no caso de uma criança molhar a cama de noite, eles respondiam que o tempo se encarregaria disso, pois a criança, à medida que crescesse, venceria esse hábito”. Isso indicava que comumente não se conhecia nenhum remédio específico.
“Os sintomas da enurese infantil são bem definidos”. Na maioria dos casos existe a característica comum da freqüente emissão de urina durante o dia. Via de regra, essas crianças são muito sensíveis aos estimulantes e a toda excitação. São crianças “tipo cavalo de corrida”. A maioria das crianças consegue controlar a bexiga de dia, antes de alcançar os dois anos de idade, e, com mais alguns meses, a maior parte delas passa a noite sem molhar a cama. O habito de molhar a cama geralmente se manifesta cada noite, e pode ter inicio depois de estabelecido o controle da bexiga...
“Na hora de ir para a cama, dá-se â criança uma colher das de chá de mel”. O efeito será duplo. Em primeiro lugar, esse adoçante natural funcionará como sedativo sobre o sistema nervoso. Em segundo lugar, ele atrairá e manterá o fluido durante a noite, poupando o trabalho dos rins.
“A medida que você continuar usando o mel para esse fim, aprenderá por si quando convém usá-lo. Reconhecerá as condições que poderão acarretar a dificuldade. Se, por exemplo, o pequenino assiste a uma festa de crianças, em que haja excitação e refrescos, isso deverá sugerir a você a conveniência de ministrar-lhe uma colher das de chá, de mel, ao deitar-se. Demais, qualquer aumento na ingestão de líquidos, especialmente após as cinco horas da tarde, deverá levá-lo a prever a possibilidade de ocorrer um acidente durante a noite, se não estão protegidos os nervos e os rins da criança”.
Fadiga, sensação de cansaço etc.
As pessoas fatigadas tiram bom proveito de uma tisana de centáurea adoçada com mel.
As experiências de Schamburg mostram que o mel ajuda os soldados a vencer a sensação de cansaço nas marchas forçadas.
Os trabalhos de Grandeau e Coulin provam que o mel é um excelente alimento de poupança e uma fonte de forças para nosso organismo, pois faz desaparecer afadiga.
O Dr. Arturo B. Storace recomenda o mel, como “utilíssimo alimento muscular”, aos que exercem intensa atividade física, aos operários braçais, aos agricultores, aos atletas, aos artistas, aos intelectuais, já por sua fácil digestibilidade, já por sua capacidade de excitar os músculos do intestino. Acentua o Dr. Storace que o mel é muito bom para os debilitados, fatigados, neuróticos, sendo muito útil também aos que sofre de afecções do fígado e dos rins, prisão de ventre, inapetência, clorose.
“O mel”, escreve o Dr. Lelord Kordel, “é um valioso agente para impedir ou protelar o desgaste a que está inevitavelmente sujeita a maquina viva do moderno homem de negócios, que experimenta receio, ira, ansiedade, preocupação, aflição e desgosto profundo. Tal excitação faz com que o coração pulse mais rapidamente e aumenta a pressão do sangue pela contração dos vasos sanguíneos. Passando alguns dias nessas condições, e chegando depois à sua casa, ele tem dificuldade em descansar e em dormir um sono tranqüilo. Uma ou duas colheradas de mel, ao deitar-se, pode ajudar muito”.
O mel na alimentação dos atletas tem sido e ainda é o segredo do sucesso de muitos campeões.
A propósito, Lloyd Percival, do Sports College, Canadá, publicou no American Bee Journal, em outubro de 1955, um artigo intitulado “Experiência com o Mel na Alimentação dos Atletas”, do qual transcrevemos o seguinte:
“O Sports College, desde 1951, vem mostrando interesse em determinar o valor do mel na nutrição dos atletas, na base de provas organizadas”...
“Uma das questões em que mais nos interessamos foi esta: Qual é o alimento energético ideal: Procuramos saber que alimento, ou que combinação de alimentos supriria, mais rapidamente, a maior quantidade de energia, sem causar perturbações digestivas ou quaisquer outras reações prejudiciais, secundárias. A fim de que pudéssemos desenvolver informações utilizáveis, organizamos uma serie de observações, estudos e testes.
“Iniciamos também uma campanha a fim de coligir informações com respeito às experiências de outros no campo do treinamento e acondicionamento atléticos em ligação com alimentos e bebidas energéticos”. Em resultado desses testes e dessas investigações, agora classificamos (contagem de pontos: e 1 a 10) os alimentos e bebidas energéticos populares da seguinte maneira: mel, 9; glicose, 7,5; xarope de milho, 7; açúcar amarelinho, 6; açúcar refinado (branco), 4,5...
“A análise das nossas experiências mostra que”:
1. O mel, tanto quanto se posa medir, supre de maneira ideal todas as necessidades que o atleta tem, de abastecimento energético, antes de entrar em atividade, para que seja sustentado seu esforço durante a atividade e para que suas energias sejam rapidamente recuperadas após o esforço.
2. O mel, com o seu elevado conteúdo em calorias, pode levantar as energias, se bem que seja ingerido em menores porções”.
3. “O mel pode comumente ser tolerado pelo atleta em maior quantidade do que quaisquer outros alimentos ou bebidas energéticos provados”.
5. “O mel, graças à sua versatilidade, é muito popular, podendo ser usado de inúmeras maneiras e em combinação com outros alimentos e bebidas”.
“6. O mel é um alimento puro, obviamente isento de bactérias e substâncias irritantes”.
Por esse motivo, recomendamos o mel:
1. Para ser usado antes de o atleta entrar em atividade.
2. Para ser usado depois da atividade.
3. Para ser usado como tônico durante o período de repouso.
4. Para ser usado na dieta diária, especialmente na refeição matinal, a fim de suprir as necessidades energéticas diárias.
5. Para ser usado como adoçante geral e para ser passado no pão.
6. Para ser usado em combinação com certos alimentos, como saladas de frutas, iogurte, pudins, arroz doce etc.
7. Para ser usado em bolos, biscoitos e em muitos preparados culinários.
8. Para ser usado na fabricação de balas.
9. Para ser usado em substituição a outros adoçantes populares, de modo geral.
“Os atletas que participaram em testes de resistência revelaram mais elevados níveis de atuação quando ingeriam duas colheres, das de chá, de mel, 30 minutos antes do inicio do teste”. Retirado o mel, havia sempre uma pronunciada diminuição nos níveis de rendimento alcançado...
“Quando os atletas ingeriam mel depois de um período de exercício pesado, recuperavam-se mais depressa e estavam aptos para continuar suas atividades mais cedo”. Por causa desta reação, temos advogado o uso do mel pelos atletas que têm de estudar em seguida a exercícios ou jogos pesados. Nossa experiência nos ensinou que ouso do mel capacita o estudante a estudar melhor, pois que suas energia são refeitas.
“Os atletas que usavam mel durante os intervalos, nos jogos de hóquei, basquetebol, futebol, e entre os incidentes na pista e no campo, afirmavam ter mais energia e sentir menos fadiga durante a última parte da atividade”.
“Os atletas que tinham de tomar parte em dois jogos, em dois dias consecutivos, diziam que se sentiam melhor no segundo jogo quando usavam mel para reabastecer suas energias após o primeiro jogo e também antes do segundo”.
“Quando os atletas tinham de treinar ou jogar em seguida à aula ou ao trabalho (nada de almoço), e ingeriam mel durante a hora do almoço, informavam que não sentiam a habitual falta de energia durante a atividade”. Aqueles que relatavam sentir falta de energia antes do almoço, afirmavam experimentar grande melhora quando ingeriam mel como parte da refeição matinal.
“O uso do mel (umas 12 a 16 colheradas das de chá durante o dia, nas refeições e na hora de dormir) impedia a perda de pesos sob um regime de trabalho pesado ou de atividade contínua”. Quando os atletas eram submetidos a uma dieta reduzida, uma colher das de chá, de mel, no fim de cada refeição, dava-lhes a sensação de estarem satisfeitos, tornava menos difícil a dieta, e ajudava-os a conservar o vigor.
“O Sports College, em base das suas experiências gerias com o mel durante um período de quatro anos, não hesita em dizer que o mel é um combustível ideal para a recuperação da energia e para a neutralização da fadiga. Recomendamo-lo a todos os que se empenham em atividades atléticas e a todos os que estão interessados em manter um nível energeticamente elevado durante o dia”.
Febre do feno
O Mel é indicado, pelo Cr. C. C. Jarvis contra a chamada “febre do feno”, “Os que sofrem de febre do feno assegurar-lhe-ão que não há doença mais terrível conhecida pelo homem”, diz o Dr. Jarvis.
O famoso clínico recomenda que, três meses antes do esperado ataque, a pessoas alérgica comece a tomar uma colher das de sopa de mel, após cada refeição, como sobremesa. O mel de favo deve ser preferido, mas o mel liquido (às vezes chamado mel “espremido”) também serve. Toma-se também uma colherada de mel diluído num copo dágua ao deitar-se. Se necessário, mastiga-se também uma quantidade de favo de mel durante o dia, com certa freqüência, para manter o nariz aberto e seco.
Insônia
Como calmante do sistema nervoso e para conciliar o sono, recomenda-se tomar uma colherada de mel diluído num copo de água, ao deitar-se.
O Dr. D. C. Jarvis aconselha o mel como “o melhor de todos os remédios para conciliar o sono”. “Se você notar”, diz o famoso clínico, “certa dificuldade em pegar no sono de noite, ou se, depois de ter-se deitado, você acorda facilmente e acha difícil tornar a dormir, você deve fazer uso do mel. Se você toma uma colherada de mel no jantar, cada dia, você logo sentirá uma vontade real e ir para a cama, e você terá mesmo dificuldade em banir o sono se, por razoes sociais, você tiver que ficar acordado ate mais tarde do que de costume. Na manha seguinte você notara que deve ter adormecido assim que sua cabeça tocou no travesseiro”.
Prisão de ventre
O mel é levemente laxativo. Os que sofrem de prisão de ventre devem tomar, de manhã, ao levantarem-se, e de noite, ao deitarem-se, um ou dois copos de água, preferivelmente morna, adoçada com uma colherada de mel.
O Dr. Mário Campognoli aconselha o pirão de bananas amassadas com mel, como alimento e medicamento imprescindível para as crianças, contra a prisão de ventre comum nos petizes. O melhor laxante é o mel, que deve ser dado em lugar dos medicamentos irritantes, aos quais muitos pais mal avisados recorrem, não resolvendo o mal.
Dadant e Langstroth dizem que é fácil resolver o problema de crianças de peito que sofrem de constipação intestinal. Basta dar-lhes mel, misturado com pão, que se põem num pano formando uma chupeta.
Queimaduras
Como emoliente, o mel é aplicado sobe as inchações e queimaduras.
“O mel, ensina o Dr. Jarvis, “vem de há muito tempo sendo usado com êxito no tratamento de queimaduras cutâneas. Alivia as dores, previne a formação e bolhas e cura com rapidez a parte queimada”.
Raquitismo
O Dr. Victor Pauchet ensina que, como medicamento contra o raquitismo, é muito bom dar à criança mel em mistura com manteiga (duas partes de manteiga e uma de mel), em substituição ao repugnante óleo de bacalhau. Bate-se bem essa mistura, até que se forme uma espécie de pasta, que, passado no pão, as crianças comem com muito prazer.
Sinusite
O mel é igualmente indicado pelo Dr. D. C.Jarvis, no tratamento da sinusite.
“Havendo inflamação de um ou mais seios ósseos, desenvolve-se geralmente uma reação de fundo úrico-alcalino”. Quando se mastiga o favo, a reação urinária altera-se de alcalina para ácida, mostrando quão rapidamente o favo produz uma mudança na química do corpo. Assim sendo, a pessoa que sofre de sinusite deve evitar os alimentos que produzem reação úrico-alcalina, até que sare do incômodo.
“A porção de favo que se usa para uma mastigação pode ser regulada por uma porção ordinária de goma de mascar. Mastiga-se um pedaço de favo de hora em hora, fazendo-se umas quatro a seis mastigações por dia. Cada bocado que se toma, de hora em hora, deve ser mastigado durante uns quinze minutos, cuspindo-se o que sobra após cada mastigação. Mesmo em caso de ataque agudo, essas quatro a seis mastigações devem acarretar o desaparecimento dos sintomas de sinusite ao cabo de um dia. O nariz se abrirá, a dor desaparecerá, os seis nasais se normalizarão e a energia do corpo se restaurará. É bom continuar mastigando favo uma vez por dia, durante uma semana, para prevenir a imediata recidiva do mal. Se você continuar usando o favo de mel dessa maneira, uma vez por dia... é improvável que você experimente outro ataque de sinusite ou que você venha a ser molestado pela gripe ou pelo resfriado. Meus estudos me levam à conclusão de que no favo de mel existe alguma coisa que protege poderosamente as vias respiratórias contra as enfermidades”.
Tônico cerebral
O Dr. Allain Caillas explica que o ácido fosfórico existente no mel concorre para a formação do esqueleto em desenvolvimento, sendo também benéfico ao cérebro.
“Os que usam o mel de abelha na sua alimentação diária”, diz o Dr. Josiah Oldfield, “podem estar certos de que estão contribuindo ativamente para aumentar sua capacidade de trabalho mental e manual”.
Tosse
O R. D. C. Jarvis recomenda o uso do mel também contra a tosse.
“Se você se acha incomodado pela tosse”, diz o já citado facultativo, “use o seguinte medicamento béquico...
“Cozinhe um limão levemente durante 10 minutos. Assim o limão fica macio e solta mais caldo, e sua casca, igualmente, se abranda. Corte o limão ao meio e extraia-lhe o suco no espremedor. Ponha o suco num copo. Acrescente duas colheradas de glicerina ao suco de limão. Encha então o copo com mel...
“A dose desse xarope béquico pode ser regulada segundo suas necessidades. Se você em acesso de tosse durante o dia, tome uma colher das de chá. Mas não se esqueça de mexer com uma colher antes de tomar. Se a tosse o incomoda a ponto de acordá-lo durante a noite, tome uma colher das de chá ao ir para a cama e outra durante a noite. Se sua tosse é muito forte, tome uma colher das de chá ao levantar-se, outra no intervalo entre o desjejum e o almoço, outra em seguida ao almoço, outra entre o almoço e o jantar. Outra em seguida ao jantar, e outra ao deitar-se. Melhorando a tosse, diminua a dose, tomando o xarope menos vezes. Segundo minhas observações, esse é o melhor xarope béquico que eu conheço. Não desarranja o estomago, como fazem muitos remédios para tosse. Pode ser usado tanto por crianças como por adultos. Alivia a tosse suando falham todos os outros xaropes béquicos”.
Para combater a tosse e os defluxos, pode também preparar-se um xarope da seguinte maneira: cozinham-se uns 30 gramas de cevada ou de raiz de alteia, em aproximadamente meio litro de água, durante meia hora. Côa-se o produto dessa decocção, e juntam-se algumas colheradas de mel ao decocto, ao qual se dá nova fervura, até que se obtenha a consistência de xarope.
Como expectorante, o mel presta melhor serviço quando adicionado ao chá quente de cevada com suco de limão.
Úlceras gastro-duodenais
O Prof. Glaeser, da Universidade de Viena, empregou o mel, com sucesso, ns úlceras gastro-duodenais.
No tratamento de úlcera gastro-duodenal, o Dr. Vander recomenda, entre outras coisas, tomar, de quando em quando, um pouco de “mel com água”, ou seja, uma colherada de puro mel de abelha diluído em um copo de água, como bebida natural.
Outras aplicações medicinais
Para combater a dor de dente, friccionam-se as gengivas com mel de mistura com linhaça ou tintura de açafrão.
Coado, o mel é um colírio excelente nas enfermidades dos olhos.
Nas febres, é aconselhável tomar mel diluído em água com suco de limão.
O mel, graças ao seu conteúdo em cálcio, é muito recomendado nas doenças de carência, nas avitaminoses, nos estados de descalcificação, nos casos de raquitismo.
O Dr. Oluf Martenten-Larsen afirma que o mel é um remédio simples e eficaz para a cura da ressaca, pois reduz para a metade o tempo que a pessoa levaria para recuperar-se da embriagues. Ele recomenda que se dê ao bêbedo uns 120 gramas de mel, e, passada meia hora, outros 120 gramas. Para a cura desse vício que tanto desmoraliza o homem, ver as indicações que fazemos, sob “Alcoolismo”, na parte final deste livro.
Segundo Estamer, o mel é absorvente das secreções mucosas e tônico das fibras elásticas e musculares do pulmão.
O mel traz bons resultados nas moléstias eruptivas. Nos casos de sarampo e varíola, os efeitos têm sido magníficos. Prepara-se um chá com folhas de laranjeira, adoça-se com mel, administra-se de três em três horas.
O mel também pode ser usado contra o prurido proveniente das secreções cutâneas em algumas enfermidades da pele.
Os Drs. Vierman e Luchi aconselham o mel contra certas dermatoses, contra as afecções gástricas encontra a febre tifóide.
O Dr. Stancanelli prescreve o mel para combater os eczemas e os edemas.
O mel rosado é muito bom paras as gretaduras dos lábios. Caso não seja fácil obter extrato de rosas, pode-se prepara a seguinte mistura: 30 gramas de folhas de rosas para 100 gramas de águas, em infusão. Côa-se e adicionam-se uns 200 gramas de mel.
O Dr. Weyland obteve êxito com uma pasta feita de mel, manteiga e gema de ovo, no tratamento do reumatismo.
O Dr. Juan E. Corbella recomenda o mel como colagogo, laxante, diurético, balsâmico e como alimento de primeira ordem.
Graças à sua ação lubrificante e à sua especial influencia sobre as mucosas, o mel é muito recomendado aos conferencistas.
Para combater a tuberculose é muito bom comer nozes, ou castanhas, ou amêndoas moídas, em mistura com mel.
O mel, em mistura com alho, é bom para expulsar vermes intestinais.
Diz o Dr. D. C. Jarvis:
Um dos mais importantes fatos estabelecidos a respeito do mel, para nossa surpresa, é que este produto é um excelente meio para a conservação das vitaminas. O mesmo já não se pode dizer a respeito dos vegetais e das frutas. O espinafre, por exemplo, perde 50% do seu conteúdo em vitaminas C dentro de 24 horas depois de ser colhido. As frutas perdem grande parte do seu conteúdo em vitaminas enquanto estão armazenadas. Como a maioria dos alimentos ricos em açúcar, o mel é pobre em tiamina, contendo porém bom teor de riboflavina e ácido nicotínico. O mel contem, não obstante, todas as vitaminas que os nutricionistas consideram necessárias à saúde.
“Ao passo que o açúcar de cana e os amidos precisam passar por um processo de inversão no trato gastrointestinal, pela ação das enzimas, para que sejam convertidos em açúcares simples, isso já foi feito no mel pelas abelhas, mediante a secreção de suas glândulas salivares, que converte o açúcar do néctar em açúcares simples, levulose e dextrose, pelo que o trato gastrointestinal humano já não necessita fazer esse trabalho. Assim é que essa predigestão do mel pela abelha poupa ao estomago uma tarefa adicional. O fato de que o mel é um açúcar predigerido... é muito importante quando se trata de um individuo que tenha uma digestão fraca ou eu careça de duas enzimas, a invertase e a amilase, auxiliares no processo da inversão...
“Vamos enumerar as vantagens do mel sobre outros açúcares:
1- Não irrita a mucosa do tubo digestivo.
2- É assimilado fácil e rapidamente.
3- Atende imediatamente a exigência do organismo quando este pede um produto energético.
4- Capacita os atletas e outras pessoas,que despendem muita energia, a recuperar-se rapidamente do esforço feito.
5- É, de todos os açucares, o mais bem tolerado pelos rins.
6- Tem um efeito levemente laxativo.
7- Tem valor sedativo, acalmando o corpo.
8- Pode ser facilmente obtido.
9- Não é caro
Valor alimentício
O mel é o açúcar natural, o açúcar vivo, o açúcar vitaminado. Ao passo que o açúcar de cana ou de beterraba encerra somente poder calorífero, de combustível, o mel não apenas supre calorias, mas também vitaminas e sais, verdadeiros medicamentos que tonificam e vitalizam o cérebro, os nervos, os músculos e os ossos.
O indevidamente chamado “progresso técnico”, que inventou a inútil arte de conservar frutas em vidros, despojando-as da vida útil ao homem e o mau costume de polir o trigo e o arroz,, privando-os das partes mais benéficas ao organismo humano, produziu também o açúcar refinado, branco, muito bonito, mas inferior ao açúcar moreninho e mel como alimento. Devemos preferir a colméia à usina. A abelha nos dá rico e vivo o açúcar que a turbina da cozinha, refina, depaupera e mata.
O açúcar branco deve ser substituído pelo mel. Nenhuma família rural, rica ou pobre, de patrões ou empregados, devia prescindir de um colméia, com abelhas a trabalhar para o seu interesse econômico, para as suas necessidades alimentares, e para a conservação da sua saúde.
As abelhas, fabricando o mel com o mais fino material existente, que é o néctar das flores, destinam-no às suas delicadas larvas e preparam-no de modo a conservar-se bem pelo menos durante uma estação hibernal. É um alimento natural, puro, mas tão sensível que nunca deve ser fervido, senão apenas ligeiramente aquecido, quando muito.
O mel é um alimento eu não produz resíduos. Não exige trabalho digestivo como o açúcar de cana (ou sacarose), que requer o concurso do suco gástrico, par tornar possível a sua assimilação.
O mel pode ser usado, como alimento, sob diversas formas. Nos mais variados pratos em que geralmente se usa açúcar, deve-se usar mel. A substituição só traz vantagens.
Não sendo um alimento de alto custo, poderá ser consumido com freqüência, quer ao natural quer na preparação de bolos e doces. Poderá ser dado sem receio às crianças, mesmo de tenra idade.
Há indivíduos que se queixam dizendo que o mel lhes produz ardor na faringe e no estomago, ou náuseas, ou embaraços gástricos, ou outros inconvenientes. Os que não o toleram a principio, devem acostumar-se a usá-lo aos poucos. Tomem uma colherinha das de chá pela manha, e outra à noite, mesmo a contra-gosto, e a repugnância inicial logo desaparecerá.
O operário braçal, que despende muita energia muscular, e, bem assim, o trabalhador intelectual, que gasta muita energia nervosa, deverão usar mel, para regularizar suas funções digestivas e para resistir melhor aos excessos de atividade a que,eventualmente forem obrigados.
O mel é um valioso alimento para as crianças, mesmo na primeira infância. Adoça-se-lhes a mamadeira, s papas, os mingaus, e a própria chupeta. Mas, o mel dado às crianças deve ser puríssimo, isento de substancias estranhas.
Os meninos recebem benefícios se o mel faz parte do seu cardápio, pois que lhes assegura maior desenvolvimento físico, graças às vitaminas e aos fosfatos que contém.
As meninas também devem usar mel nas suas refeições, para se prevenirem contra os perigos da tuberculose.
Os velhos encontram no mel um alimento soberano: uma colherada diluída num copo de água, à noite, ao deitarem-se, ajuda-os a conciliar sono, a normalizar o funcionamento dos intestinos, e a aliviar a tosse.
Texto retirado do livro “As Frutas na Medicina Doméstica”, de Alfons Balbach
5 comentários:
Muito útil. Grato
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Otimo
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