12.13.2010

Cérebro

Melhor remédio para memória é manter aprendizado ativo

Novos conhecimentos fortalecem as conexões cerebrais e fixam as lembranças

Ilustração sobre as conexões do cérebro humano

"Trechos inteiros do cérebro se conectam quando você explora ativamente o mundo"
Neal Cohen, pesquisador
O segredo para uma boa memória está no empenho da pessoa em manter um aprendizado sempre ativo. Segundo um estudo publicado na revista Nature Neuroscience, as conexões cerebrais ficam mais fortes e as lembranças se fixam melhor à medida que se adquire mais conhecimento na prática.
“Ter o controle da situação de aprendizado é um fator muito poderoso para a memória e nós começamos a entender por quê”, salienta Neal Cohen, psicólogo da Universidade de Illinois e coordenador do estudo. “Trechos inteiros do cérebro se conectam quando você explora ativamente o mundo.” Há décadas já se sabe que o hipocampo, localizado na região do cérebro próxima aos ouvidos, desempenha um papel importante na memória. Mas ele não faz esse trabalho sozinho. Grandes conexões neurais o ligam a outras partes da mente, transmitindo as mensagens.
Para descobrir como funcionavam as conexões cerebrais no aprendizado passivo e ativo, voluntários foram submetidos a uma experiência. Foi dado a cada um deles um monitor com objetos dispostos na tela. Pequenas janelas que abriam e fechavam revelavam a localização de cada um. A um primeiro grupo foi dito que eles poderiam estudar as janelas e os objetos como quisessem, abrindo-as e fechando-as como achassem melhor. A um segundo grupo, foi mostrado o vídeo de um outro aluno, ativo, sendo submetido ao teste.
Conclusão - Quando os pesquisadores pediram para os voluntários mostrassem onde estavam os objetos memorizados, o grupo do aprendizado ativo acertou muito mais. Os pesquisadores também identificaram que seus cérebros estavam significaticamente mais ativos do que os dos colegas que haviam aprendido por intermédio do vídeo. Não só o hipocampo funcionava melhor, como outras partes do cérebro também estavam mais sincronizadas.
Mais tarde, os pesquisadores fizeram a mesma simulação com pacientes vítimas de amnésia devido a danos no hipocampo. Nenhum deles obteve vantagem do aprendizado ativo. "Esses dados sugerem que o hipocampo tem um papel não só na formação de novas memórias, mas também nos efeitos benéficos do controle sobre as que já existem", escreveram os pesquisadores.
As novas descobertas desafiam ideias anteriores sobre o papel do hipocampo na aprendizagem, segundo Joel Voss, coautor do estudo. “É uma surpresa que outras regiões do cérebro - que são conhecidas pelo seu envolvimento no planejamento e na estratégia, por exemplo - não possam fazer muito a não ser que interajam com o hipocampo", complementa.

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