COMO É PRÓPRIO DA REVISTA VEJA MAIS UMA MENTIRA

São Paulo -  O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva confirmou nesta segunda-feira, por meio de nota, o encontro com o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Gilmar Mendes Dantas Cachoeira, mas rebate a versão da revista Veja e nega tentativa de interferir nas decisões da Corte. De acordo com reportagem desta semana, o ex-presidente teria proposto uma blindagem a Mendes na CPI do Cachoeira em troca do adiamento do julgamento do mensalão.
“A reunião existiu, mas a versão da Veja sobre o teor da conversa é mentira. ‘Meu sentimento é de indignação’”, disse o ex-presidente por meio de nota. No encontro, segundo a revista, Lula teria comentado com Mendes sobre um encontro que ele teria tido com o senador Demóstenes Torres (sem partido-GO) em Berlim, o que o ex-presidente nega. Demóstenes é alvo de um processo no Conselho de Ética no Senado que pode resultar em sua cassação.
Lula disse ainda que sempre respeitou a autonomia e a independência do Judiciário e do Ministério Público e que mantém o mesmo comportamento fora da Presidência. O ex-presidente afirma que indicou “oito ministros do Supremo e nenhum deles pode registrar qualquer pressão ou injunção minha em favor de quem quer que seja”.
Nesta segunda-feira, a oposição entrou com uma representação na Procuradoria Geral da República pedindo que Lula seja investigado por corrupção ativa, tráfico de influência e por tentativa de coação em processo penal.
Escândalo deflagrado em 2005, durante o governo Lula, o mensalão seria um esquema em que parlamentares receberiam recursos em troca de apoio político ao governo.
Foto: Reprodução Internet
Lula confirma encontro com Gilmar Mendes Cachoeira  Dantas, mas nega pressão no STF | Foto: Reprodução Internet
O julgamento do caso no Supremo, que deve ocorrer nos próximos meses, tem 38 réus. Entre eles o ex-ministro-chefe da Casa Civil José Dirceu, o ex-presidente do PT José Genoino e o ex-tesoureiro da legenda Delúbio Soares.
Também nesta segunda, o presidente do STF, Carlos Ayres Britto, afirmou que chegou a hora de julgar o mensalão. A respeito da polêmica envolvendo o ministro Gilmar Mendes Cachoeira Dantas, o ex-presidente Lula e o ex-ministro Nelson Jobim, Ayres Britto limitou-se a dizer: "Foi um diálogo protagonizado por três agentes, dois desses agentes já falaram (Mendes e Jobim), falta o terceiro (Lula). Aguardemos a fala do terceiro".
Leia a íntegra da nota
São Paulo, 28 de maio de 2012
Sobre a reportagem da revista Veja publicada nesse final de semana, que apresenta uma versão atribuída ao ministro do STF, Gilmar Mendes Cachoeiras Dantas, sobre um encontro com o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, no dia 26 de abril, no escritório e na presença do ex-ministro Nelson Jobim, informamos o seguinte:
1. No dia 26 de abril, o ex-presidente Lula visitou o ex-ministro Nelson Jobim em seu escritório, onde também se encontrava o ministro Gilmar Mendes Cachoeira Dantas. A reunião existiu, mas a versão da Veja sobre o teor da conversa é inverídica. “Meu sentimento é de indignação”, disse o ex-presidente, sobre a reportagem.
2. Luiz Inácio Lula da Silva jamais interferiu ou tentou interferir nas decisões do Supremo ou da Procuradoria Geral da República em relação a ação penal do chamado Mensalão, ou a qualquer outro assunto da alçada do Judiciário ou do Ministério Público, nos oito anos em que foi presidente da República.
3. “O procurador Antonio Fernando de Souza apresentou a denúncia do chamado Mensalão ao STF e depois disso foi reconduzido ao cargo. Eu indiquei oito ministros do Supremo e nenhum deles pode registrar qualquer pressão ou injunção minha em favor de quem quer que seja”, afirmou Lula.
4. A autonomia e independência do Judiciário e do Ministério Público sempre foram rigorosamente respeitadas nos seus dois mandatos. O comportamento do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva é o mesmo, agora que não ocupa nenhum cargo público.
Assessoria de Imprensa do Instituto Lula