6.01.2012

Embraer dos fármacos

Santa Catarina e Rio de Janeiro: quem leva a Embraer dos fármacos?
Bio Novis produzirá medicamentos de alto valor agregado e receberá o investimento de R$ 500 milhões

Uma fábrica que está sendo chamada de “Embraer dos fármacos” por ser um  empreendimento autenticamente brasileiro e mobilizar um investimento de meio bilhão de reais está no centro de uma disputa entre Santa Catarina e Rio de Janeiro. Produtora de biofármacos, a Bio Novis conseguiu licença no exterior e irá produzir dois medicamentos de alto valor agregado: o Etanercepte, para artrite reumatoide, e o Rituximabe, para linfoma não Hodgkin – o mesmo tipo de doença diagnosticado na presidente Dilma Rousseff durante sua campanha eleitoral. Para se ter uma ideia, um tratamento com este último medicamento custa mais de R$ 65 mil. A empresa deve gerar cerca de 300 empregos e projeta até 2015 um faturamento em torno de R$ 2 bilhões.

farmacos-350Santa Catarina pretende instalar a planta da nova companhia no Sapiens Parque, e imagina que este será seu diferencial em relação ao Rio de Janeiro por reunir capital humano especializado e também por possuir um laboratório pré-químico para biomedicamentos em fase de conclusão. Este será o primeiro laboratório do tipo no país. “O segmento de biotecnologia é um dos mais promissores no Brasil”, aponta Paulo Bornhausen, secretário do desenvolvimento econômico catarinense. Ele acredita que a formação de uma cadeia industrial voltada aos fármacos “tem potencial interna e externamente”, tendo em vista que o mercado movimenta US$ 300 bilhões ao ano, e o Brasil padece de um déficit comercial de R$ 12 bilhões na indústria química

Para o oncologista Stephen Stefani, a vinda dos novos medicamentos favorecerá não apenas a economia catarinense. “Só o fato de se contar com uma alternativa de mercado e não se estar mais dependendo de um único fornecedor proporciona uma redução de até 40% do preço do medicamento”, explica. Ele também assinala, no caso da Bio Novis, que a fábrica estará investindo em medicamentos que demandam alta tecnologia. “São remédios que não se faz em qualquer farmácia de manipulação”, sublinha.

Os R$ 500 milhões que serão investidos para a instalação da fábrica virão do aporte de R$ 300 milhões do BNDESPar e R$ 200 milhões vindos de laboratórios farmacêuticos nacionais, como a SEM, Aché, Hypermarcas e União Química.


Medicamento para artrite rematóide


Etanercepte é um medicamento recombinante humano, utilizado pela medicina no tratamento da artrite reumatóide, artrite psoriásica, espondilite anquilosante e psoríase. É uma molécula de tamanho consideravel: 150.000 unidades de massa atômica, que se liga ao TNF α diminuindo sua ação envolvida em muitas doenças auto-imunes e inflamação.[1]Nos Estados Unidos e no Reino Unido são comercializadas pelo laboratório Amgen e Wyeth sob o nome comercial Enbrel, em duas formulações, uma em pó, e outro como um pré-misturado líquido.

Propriedades

É antagonista do fator de necrose tumoral alfa (TNF).

Mecanismo de ação

O fator de necrose tumoral alfa (TNF α) é uma citocina produzida por monócitos e macrófagos, dois tipos de glóbulos brancos. Ele media a resposta imune através de um aumento do transporte de glóbulos brancos para os locais de inflamação, e através de mecanismos moleculares adicionais que iniciam e completam a inflamação. . A inibição da sua ação pelo etanercept reduz a resposta inflamatória, que é especialmente útil para tratar doenças auto-imunes.
Existem dois tipos de receptores TNF: aqueles encontrados embutido nos glóbulos brancos que respondem ao TNF por liberar outras citocinas, e solúvel receptores TNF, que são usados para desativar TNF e efetuar a resposta imune. Além disso, os TNF receptores são encontrados na superfície de quase todas células nucleadas (glóbulos vermelhos, que não são nucleadas, não contêm receptores TNF na sua superfície). Etanercept imita os efeitos inibidores de ocorrência natural.

Nomes comerciais

  • Enbrel®

O etanercepte 'alivia sintomas de demência em 10 minutos'

Um estudo americano publicado nesta quarta-feira sugere que o uso de um novo medicamento em pacientes de Alzheimer pode aliviar alguns sintomas da doença em apenas dez minutos.


A descoberta pode abrir caminhos para novos tratamentos para pacientes que sofrem da doença.

Os cientistas americanos injetaram o medicamento etanercepte na espinha de um paciente de 81 anos que sofre de demência em estágio avançado. Eles observaram uma melhoria significativa na memória do doente em minutos.

O etanercepte suprime a ação do fator de neurose tumoral alfa (TNF), uma substância que, em excesso, pode implicar em piora no quadro do Mal de Alzheimer e estimular o avanço da doença.

O estudo, realizado no Instituto de Pesquisa Neurológica e no Departamento de Neurologia da University of Southern California (EUA), foi publicado na edição desta semana da revista científica Journal of Neuroinflammation. Testes A equipe de cientistas mediu o desempenho do paciente em testes cognitivos antes da injeção.

Os resultados apontaram que o doente não conseguia lembrar o nome do médico que estava lhe tratando, o ano atual ou o Estado onde morava.

Além disso, o paciente não desempenhou cálculos simples e não conseguiu identificar mais de duas espécies de animais.

No entanto, dez minutos depois da injeção de etanercepte, os médicos observaram que o doente estava mais calmo, mais atento e menos frustrado. O paciente lembrou que morava na Califórnia e sabia o dia da semana e do mês. Além disso, conseguiu identificar cinco animais e seu desempenho no teste de cálculo apresentou melhora. Família Em uma entrevista logo depois do exame, a esposa do paciente afirmou que o marido estava "de volta ao seu lugar" e que a melhora parecia "uma história de ficção científica".

"Ele não era a mesma pessoa. Eu percebi que ele estava mais esclarecido, mais organizado. Quase caímos da cadeira quando vimos o que aconteceu", contou ela. O filho do paciente disse que a reação do pai logo após a injeção foi "a coisa mais memorável que eu já vi".

Efeito placebo Apesar da surpresa da família, especialistas britânicos afirmam que o sucesso da administração do medicamento em apenas um paciente não significa que o tratamento será eficaz em todos os pacientes que sofrem de demência.

Rebecca Wood, da Alzheimer Research Trust, que patrocina pesquisas sobre a doença, afirmou que é preciso levar a pesquisa adiante para confirmar os benefícios do medicamento em pacientes de demência. "A pesquisa é promissora e inovadora, mas está na fase inicial. É preciso desenvolver mais trabalhos na área para concluir que o etanercepto pode funcionar no tratamento para Alzheimer", disse. "Precisamos investigar se [o medicamento] é seguro e eficaz em um número maior de pacientes, além de monitorar seus efeitos no longo prazo". Wood alerta ainda que é preciso verificar se o efeito do etanercepto pode de fato diminuir os sintomas da doença. "Os cientistas precisam checar se os benefícios não foram conseqüências apenas de um efeito placebo, estabelecer se eles são temporários e se a doença de fato é desacelerada pelo medicamento", afirmou Wood.

Neil Hunt, da Alzheimer Society, concorda com a necessidade de levar o estudo adiante. "É crucial que mais pesquisas sejam desenvolvidas antes de chegar a qualquer conclusão sobre o TBF alfa e o desenvolvimento do Mal de Alzheimer",
  1. O rituximabe (comercialmente Rituxan ou Mabthera), é um anticorpo monoclonal quimérico dirigido contra a proteína de superfície celular CD20, encontrada primariamente em linfócitos B. Pode, dessa forma, destruir este tipo celular. 
  2. O rituximabe pode ser utilizado no tratamento de muitos linfomas [1] , leucemias [2] , rejeições a transplantes [3] e algumas desordens autoimunes [4].

    Referências

    1. Sales G, Seymour JF, Offner F, López-Guillermo A. (Jan 2011). "Rituximab maintenance for 2 years in patients with high tumour burden follicular lymphoma responding to rituximab plus chemotherapy (PRIMA): a phase 3, randomised controlled trial.". Lancet 377 (9759): 42-51.
    2. Hallek M, Fischer K, Fingerle-Rowson G. (Out 2010). "Addition of rituximab to fludarabine and cyclophosphamide in patients with chronic lymphocytic leukaemia: a randomised, open-label, phase 3 trial.". Lancet 376 (9747): 1164-74.
    3. Kato I, Umeda K, Awaya T,. (Feb 2010). "Successful treatment of refractory donor lymphocyte infusion-induced immune-mediated pancytopenia with rituximab.". Pediatr Blood Cancer. 54 (2): 329-31.
    4. Benucci M, Iannazzo S, Zaniolo O, Sabadini L.. (Set-Out 2010). "Rituximab in the treatment of rheumatoid arthritis patients in Italy: a budget impact analysis.". Clin Exp Rheumatol 28 (5): 722-7.

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