12.13.2012

Antiasmático em Dose Fixa Combinada

 Antiasmático em Dose Fixa Combinada
Estudo atesta que união dos medicamentos formoterol e budesonida, utilizados contra a asma, é mais eficaz do que se usados separadamente
O número de internações causadas pela asma poderia ser menor se o tratamento correto fosse adotado. A escolha do medicamento adequado, que facilita a adesão do paciente com ação rápida e efetiva, é um diferencial para obter melhores resultados e evitar crises, quadro que leva muitos pacientes aos serviços de pronto-socorro. Um estudo inédito no Brasil realizado pela Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo, e publicado no Jornal Brasileiro de Pneumologia, comprovou a eficácia na associação das substâncias formoterol (broncodilatador) e budesonida (anti-inflamatório hormonal) em cápsula única no tratamento da asma. Isoladamente, o broncodilatador dá a sensação de alívio e o corticoide (anti-inflamatório) trata a base da doença, que é a inflação das vias aéreas. É comum aos asmáticos fazer uso de vários medicamentos conjuntamente.

Já existem no mercado medicamentos aprovados pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) que unem as duas substâncias, com a proposta de facilitar a vida dos portadores de asma por meio da administração de cápsula única, inalada diariamente de manhã e à noite. “A proposta do estudo foi saber se a união de dois medicamentos amplamente prescritos no país funciona melhor quando se coloca em uma cápsula única, ou seja, se é mais eficaz que isoladamente e se é seguro. Os resultados dão uma sustentação científica de que é mais eficaz e tão seguro quanto”, explica o pneumologista Roberto Stirbulov, presidente da Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia.

Apresentado no Congresso Brasileiro de Pneumologia e Tisiologia, o estudo foi feito com 181 pacientes durante 12 semanas. Basicamente, a associação das duas moléculas tem efeito terapêutico melhor nas pequenas vias aéreas, melhora a expiração e inspiração matinal e é eficaz no controle da asma.

Farmanguinhos produzirá Formoterol+Budesonida - A apresentação em dose fixa combinada, em cápsula única, além de proporcionar maior comodidade ao paciente, facilita a adesão ao tratamento. Com o objetivo de garantir o acesso dos pacientes ao tratamento e fortalecer a indústria farmoquímica nacional, em junho deste ano, Farmanguinhos assinou acordo de transferência de tecnologia com o laboratório espanhol Chemo para produzir o antiasmático Formoterol+Budesonida. Esta Parceria de Desenvolvimento Produtivo (PDP) beneficiará, aproximadamente, 200 mil pessoas, e permitirá ao Ministério da Saúde economizar cerca de R$ 100 milhões durante os próximos cinco anos.

A transferência de tecnologia ocorrerá ao longo de cinco anos. A partir de 2013, o antiasmático será produzido pela Chemo, laboratório detentor da tecnologia, já com a identidade de Farmanguinhos, a fim de garantir o abastecimento do Sistema Único de Saúde - SUS. No segundo ano do acordo, o formoterol+budesonida passará a ser produzido nas instalações do Complexo Tecnológico de Medicamentos da unidade, atingindo o pico de produtividade em até quatro anos. O medicamento será fabricado nas apresentações formoterol 6mcg + budesonida 200mcg/cápsula e formoterol 12mcg + budesonida 400mcg/cápsula. O volume estimado de produção para o primeiro ano da parceria é de 50 milhões e 500 mil unidades farmacêuticas.

De acordo com o Ministério da Saúde, somente em 2011, foram gastos mais de R$ 82 milhões com internações no SUS em decorrência da doença: 177,8 mil pessoas foram internadas com asma, sendo que 77,1 mil eram crianças de 0 a 6 anos. O problema é uma das principais causas de internação nessa faixa etária.

A asma mata 2,5 mil brasileiros por ano. No mundo, de acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), esse problema respiratório chega a matar, anualmente, 250 mil pessoas. Considerada, do ponto de vista epidemiológico, uma das mais importantes doenças crônicas não transmissíveis, a asma constitui uma das prioridades da Política de Assistência Farmacêutica do Ministério da Saúde.
Alexandre Matos 
Farmanguinhos 

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