12.10.2012

Dormir mais pode aumentar a resistência à dor

De acordo com pesquisa americana, pessoas que passam a dormir mais do que oito horas por noite adquirem menor sensibilidade à dor

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Sono: Dormir mais pode ser uma forma de reduzir sensibilidade à dor (Thinkstock)
Dormir mais pode aumentar a capacidade de uma pessoa suportar a dor, aponta uma nova pesquisa feita no Hospital Henry Ford, nos Estados Unidos. Isso não quer dizer, porém, que pessoas que já durmam mais do que oito horas por noite devam aumentar o tempo de sono. O benefício vale, segundo o estudo, apenas para aquelas que não dormem o suficiente. Ainda de acordo com o trabalho, publicado na edição deste mês do periódico Sleep, o efeito analgésico do sono pode ser eficaz para todos os tipos de dor, incluindo as dores crônicas nas costas.

CONHEÇA A PESQUISA

Título original: Pain Sensitivity and Recovery From Mild Chronic Sleep Loss

Onde foi divulgada: periódico Sleep

Quem fez: Timothy Roehrs, Erica Harris, Surilla Randall e Thomas Roth

Instituição: Hospital Henry Ford, Estados Unidos

Dados de amostragem: 18 adultos de 21 a 35 anos

Resultado: Pessoas que não dormem o suficiente (ou seja, menos do que oito horas por noite) e que passam a dormir mais, aumentam sua capacidade de resistir à dor, dentro de poucos dias. Essa melhora é equivalente a duas doses de 60 miligramas ao dia de um anestésico derivado do ópio.
Thomas Roth, diretor do Centro de Distúrbios do Sono do Hospital Henry Ford e coordenador do estudo, e sua equipe chegaram a essa conclusão após avaliar 18 adultos de 21 a 35 anos de idade que não sofriam de qualquer tipo de dor. No início e no final do estudo, os autores mediram quanto tempo os participantes conseguiam permanecer com um de seus dedos apoiado sobre uma fonte de calor. Com isso, eles mensuraram a capacidade de cada um suportar a dor.
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Durante quatro dias, metade dos participantes teve que passar 10 horas por noite na cama a fim de aumentar as suas horas de sono. O restante continuou seguindo suas horas de sono habituais. Ao final desse período, o grupo que prolongou o sono dormiu, em média, 8,9 horas por noite — aproximadamente duas horas a mais do que estavam acostumados. Os participantes que mantiveram seus hábitos dormiram uma média de 7,1 horas por noite.
Segundo os resultados, as pessoas que faziam parte do grupo do sono prolongado resistiram à dor durante um tempo 25% maior quando comparados os testes realizados no fim e no início do estudo. Os pesquisadores sugerem que esse aumento corresponde a duas doses ao dia de 60 miligramas de codeína, um analgésico derivado do ópio. De acordo com Roth, não está claro de que forma o sono ajuda a reduzir a sensação de dor, mas ele acredita que, como tanto dormir pouco quanto as dores estão envolvidos em processos inflamatórios, um melhor sono pode reduzir esses quadros e interferir na resistência à dor.

Os prejuízos de dormir pouco

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Diminui a capacidade de o corpo queimar calorias

De acordo com uma pesquisa apresentada no encontro anual da Sociedade para Estudo de Comportamento Digestivo (SSIB, sigla em inglês), em julho de 2012, na Suíça, a restrição do sono faz com que um indivíduo consuma mais calorias e, além disso, reduz a capacidade do corpo de queimá-las. Isso ocorre porque dormir pouco aumenta os níveis de grelina, o ‘hormônio da fome’, conhecido assim por induzir a vontade de comer, na corrente sanguínea. Além disso, o hábito promove um maior cansaço, reduzindo a prática de atividades físicas e aumentando o tempo de sedentarismo.

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