11.04.2008

A SEXUALIDADE DEPOIS DOS 50 ANOS (artigo)

Ouve-se muito falar em Reposição Hormonal para a mulher porque ela tem sintomas clássicos. Faltou o hormônio, ela pára de menstruar e aí começa o ressecamento da pele, o cabelo fica sem vida e, em muitas, há também queda, mudanças repentinas de humor, depressão, ondas de calor, obesidade, flacidez na pele e músculos, passa a ter dificuldade nas relações sexuais devido ao ressecamento da vagina, enfim, uma série de sintomas e sinais clínicos que vão surgindo progressivamente.

Essas alterações, que na mulher culminam com a "temida" Menopausa, começam a surgir por volta dos 45 anos de idade. Já no homem, vem sendo chamada de "Andropausa" e apresenta sintomas dos mais variados, desde a perda do tônus muscular indo até a sintomas depressivos e desinteresse sexual. Esses sintomas ocorrem mais tardiamente, em relação às mulheres. Ela começa a surgir por volta dos 50-55 anos. São os sinais do tempo provocando principalmente déficit de hormônios também nos homens.

Felizmente, com os avanços da Medicina e a descoberta da Terapia de Reposição Hormonal Masculina, é possível ao menos retardar essa triste evolução.

Assim como na mulher - que tem seus níveis de Estrogênio (hormônio feminino) diminuídos -, à medida que o homem envelhece, os níveis de Testosterona (hormônio masculino) vão baixando progressivamente. A Andropausa, ao contrário da Menopausa, não traz o fim da fertilidade para o homem, apenas uma redução dela devido a menor produção de espermatozóides, mas também tem sintomas incômodos.

Entretanto, esses incômodos não são observados tão facilmente porque são mais sutis. Em torno dos 55 anos, às vezes até mesmo antes, começa a perda da libido e o interesse sexual diminui ou desaparece, apesar de o homem ainda ter ereção peniana. Mais tarde surge a dificuldade em ter ou manter a ereção, alterações de humor, irritabilidade, sintomas depressivos e alterações da memória, entre outros.

Tanto para os homens que já apresentam os sintomas quanto para aqueles que desejam fazer a prevenção da Andropausa, se preocupando com uma melhor qualidade de vida, já existe a Terapia de Reposição Hormonal Masculina, que se tornou mais segura com a forma de aplicação - não mais por via oral ou injetável, mas por via transdérmica, através de gel, cremes ou adesivos cutâneos.

Além disso é necessário fazer uma suplementação de vitaminais, sais minerais, oligoelementos, "smart drugs" para melhorar a atividade mental, antioxidantes e, em especial, determinados aminoácidos que ajudarão a liberar neurotransmissores cerebrais (melhorando o desinteresse sexual e pelas coisas da vida) e aumentar a massa muscular que se perde nessa fase da vida masculina.

Com relação aos homens, que já passaram também a se preocupar com a longevidade com um perfeito aspecto estético, o que nós médicos temos centrado diz respeito a Andropausa, que hoje pode ser tratada, devido às recentes descobertas médicas, podendo qualquer homem manter e, até mesmo, voltar a ter energia, força física e mental e sua vida sexual completamente normal. O objetivo médico agora é fazer o homem sentir-se e, até mesmo, parecer mais jovem.

À medida que o homem envelhece, os níveis de Testosterona (hormônio masculino) e o Sulfato de Dehidroepiandrosterona (S-DHEA) vão progressivamente diminuindo. A Testosterona sofre uma queda em seus níveis sangüíneos a uma perda de cerca de 1% ao ano até chegar ao nível abaixo do limite inferior, ainda que dentro da faixa normal. A Andropausa, ao contrário que ocorre com as mulheres, não traz o fim da fertilidade para o homem, porém passa a haver uma redução dela devido a uma menor produção de espermatozóides.

Também como nas mulheres, por volta dos 35-40 anos, o homem também passa a ter uma maior predisposição para engordar, e com a Andropausa essa tendência se agrava e esteticamente alguns homens passam também a apresentar perda de massa muscular, agora pela falta de atividade física e/ou exercícios e pela deficiência do hormônio masculino. O desejo sexual já não é mais o mesmo de antes, a qualidade da ereção do pênis torna-se insatisfatória, sua vida sexual passa também a refletir na sua disposição mental e para o trabalho. O déficit de Testosterona no cérebro leva-o a constantes episódios depressivos e sua vitalidade a cada dia se reduz.


A Andropausa pode e deve ser tratada e o homem que faz o tratamento volta a ter a energia, força física e mental e vida sexual completamente normal, pois principalmente quando os níveis hormonais são restabelecidos o homem melhora o humor, acaba a irritabilidade, a depressão e volta a sentir vontade de ser novamente produtivo no seu trabalho e na sociedade.

Como no tratamento feminino, ao procurar o médico, o paciente será submetido a exames laboratoriais para ser ter uma visão geral do organismo e ser um parâmetro de a quantas estão os hormônios sexuais, da hipófise, da tireóide e das supra-renais. Verifica-se, inclusive, se há baixa nos precursores dos hormônios, dosam-se os níveis da Testosterona Total e Livre e faz-se uma avaliação de antígeno prostático (PSA Livre, Total e Complexado) para depois começar a terapia hormonal. Entre 30 e 60 dias o paciente já sente e apresenta melhora significativa.

As contra-indicações de reposição hormonal são para os homens que apresentem o PSA alterado, hiperplasia benigna da próstata, câncer da próstata e pacientes com antecedentes de câncer prostático na família. Nesses casos todos as demais terapias do tratamento são aplicadas exceto a administração dos hormônios.

Durante o tratamento, em todos os pacientes em Terapia de Reposição Hormonal há um acompanhamento dos níveis hormonais e demais análises clínicas. É preciso ter controle inclusive das vitaminas e minerais para se chegar a um equilíbrio do organismo.

Há algum tempo venho observando que os homens estão procurando mais a reposição hormonal. Aos poucos, estão tendo a "coragem" de ir ao médico e fazer, inclusive, um tratamento preventivo. Os primeiros que aderiram à terapia viram os benefícios e já estão passando para os outros.

Este artigo não pretende a prescrição ou indicação de medicamentos. Se você apresenta algum dos sintomas citados procure um médico pois nada substitui uma consulta com um profissional especializado, já que tanto para a mulher como para o homem, a avaliação médica, e especialmente a Terapia Ortomolecular, tem que ser individualizada e só deve ser prescrita por médico especialista, e que para se ter uma base do que se vai indicar para um paciente é necessário fazer uma minuciosa anamnese clínica, avaliar o estado psico-emocional do paciente e fazer um estudo pormenorizado com exames laboratoriais, inclusive Ortomoleculares como o Teste do Cabelo (Mineralograma) e outros através de sangue, urina e fezes.

*Dr. Rogério Alvarenga

Um comentário:

Antonio Celso da Costa Brandão disse...

Terapia hormonal: Riscos

Um dos efeitos colaterais mais freqüentes da terapia de reposição hormonal é o sangramento genital, que ocorre principalmente no período de descanso da reposição com estrogênios e progestogênios cíclicos e quando o estrogênio é contínuo mas a progesterona, cíclica. No entanto, o sangramento também pode ocorrer com esquemas de reposição com ambos os hormônios contínuos, embora isso seja mais raro.

Quando ocorre, o sangramento costuma ser menos intenso do que a menstruação normal do menacme da paciente em questão, tendendo a diminuir com o decorrer do tratamento, e não traz maiores conseqüências, devendo-se esclarecer à usuária para não se preocupar, pois normalmente ela associa o sangramento genital pós-menopausa ao medo de câncer ginecológico. Algumas pacientes não desejam ter sangramento genital tipo menstruação e para essas pacientes deve-se preferir a reposição com estrogênio e progestogênio contínuos.

O tratamento prolongado com estrogênios sem oposição progestagênica aumenta o risco de desenvolvimento de hiperplasia endometrial, com maior chance de ocorrer adenocarcinoma de endométrio. Dessa forma, o uso exclusivo de estrogênio deve ser reservado apenas para as pacientes histerectomizadas. O risco de câncer de endométrio depende da dose e do tempo de tratamento. O uso de progestogênio impede o desenvolvimento de hiperplasia endometrial e, com isso, diminui o risco de câncer de endométrio.

Ação sobre o tecido mamário - Os estrogênios estimulam a proliferação ductal mamária, devendo também estimular o desenvolvimento dos ácinos, pelo menos em altas concentrações. A atuação da progesterona se dá no desenvolvimento lóbulo-alveolar.
Existem relatos de desenvolvimento de cistos ou doença fibrocística mamária em mulheres pós-menopáusicas com terapia de reposição hormonal, havendo melhora com a suspensão do tratamento. Também pode ocorrer mastalgia, que tende a ser aliviada com o decorrer do tratamento.

Com relação ao câncer de mama, não há consenso na literatura médica até o momento sobre o uso de estrogênios e o risco de desenvolvimento de câncer de mama. Foram realizados vários estudos, alguns dos quais concluíram haver aumento do risco sob essas condições e outros, o contrário. Saiba mais

Intolerância a glicose - Em geral aceita-se que os estrogênios podem produzir alterações da tolerância normal à glicose oral, com aumento da insulinemia. Entre tanto, a estrogenioterapia de reposição com hormônios naturais não está contra-indicada no climatério de pacientes diabéticas sem complicações vasculares.

Sistema digestivo - Algumas mulheres queixam-se de náuseas e vômitos.
Podem ocorrer elevações de enzimas hepáticas, embora não tenham sido descritas lesões hepáticas nas mulheres em uso de terapia de reposição hormonal.

Referência:

González-Merlo J. Ventajas e inconvenientes del tratamiento hormonal sustitutivo de la menopausia. Indicaciones y contraindicaciones. In: Palacios S, ed. Climaterio y Menopausia. Madrid: Mirpal, 1993;241.

Tags: estrogênios, fogachos, menopausa, TRH, trombose venosa