8.22.2010

Emerson: gols e virada na vida

Emerson (Jogador do Flusão)
Emerson: gols e virada na vida
Menino pobre em Nova Iguaçu, Sheik rodou pelo mundo e, com talento, deu a volta por cima
Poderia até ser um conto de fadas. Essa, no entanto, é a história de um menino pobre de Nova Iguaçu que, mesmo diante das dificuldades, acreditou no seu talento para, através do futebol, vencer na vida e se tornar um ‘Sheik’. Hoje, com 31 anos, ele, conhecido também como Emerson, atacante do Fluminense, orgulha-se por ter cumprido a promessa de dar uma vida melhor para sua família e ri à toa, até mesmo para usar a vestimenta da Kandurah (roupa masculina árabe).

Como acontece com muitos outros jovens, a aventura de Emerson começou bem antes de sua primeira partida como profissional pelo São Paulo, em 1998. Mais novo de três filhos, Emerson, com apenas 12 anos, via sua mãe se esforçar como faxineira no Hospital do Andaraí para garantir o mínimo de sustento para a família. “Nós éramos muito simples e o meu irmão mais velho cuidava de mim nesta época”, lembrou.

E foi ao lado de Claudio que Emerson chamou a atenção nas peladas de fim de semana nos campos de várzea de Nova Iguaçu. Lá, o jovem conheceu Cláudio Guadagno, ex-jogador do Flamengo, que o indicou para um teste no São Paulo. “Não tinha coragem de fazer testes nos clubes do Rio. Porém, quando a chance no São Paulo apareceu, minha mãe estava desempregada e a gente morava de favor. O futebol servia para eu encontrar um cantinho para poder dormir na concentração”, revelou o atacante, que recebeu o suficiente para dar uma casa para a sua família quando se profissionalizou.

No entanto, a carreira de Emerson iria decolar mesmo longe do Brasil. No Japão, após passagens rápidas pelo Sapporo, clube em que marcou 31 gols em 34 jogos, e pelo Kawasaki Frontale, o jogador acertou com Urawa Reds, em 2001, para se tornar ídolo do principal clube do país. “Somente uma proposta irrecusável me tiraria de lá”, reconheceu Emerson, campeão e artilheiro pelos vermelhos.

Sucesso no Mundo Árabe

E foi o que aconteceu. Em 2005, o menino pobre de Nova Iguaçu chamou a atenção do dono do Al-Sadd, do Catar, que abriu o cofre para contratá-lo. Estima-se, além do salário altíssimo, uma transação de aproximadamente R$ 40 milhões mais o valor da multa rescisória. “Não queria sair do Japão e é claro que o dinheiro falou mais alto. Foi nessa época que virei um Sheik (risos)”, brincou o atacante, que chegou a defender a seleção do país e ainda é considerado um dos melhores na posição.

Ídolo no Japão, no Catar e financeiramente estável, faltava voltar para o Brasil. E Emerson abriu mão de alguns milhões para jogar pelo Flamengo. Na Gávea, foi campeão carioca, no ano passado, e, finalmente, teve seu trabalho reconhecido no próprio País.

Uma nova proposta irrecusável, algo superior a R$ 15 milhões por dois anos de contrato, porém, abreviou sua passagem pelo Flamengo e o levou para o Al-Ain, dos Emirados Árabes, em agosto de 2009, clube em que ficou até acertar com o Fluminense, 10 meses depois. “Graças a Deus tive a chance de retribuir e ajudar a minha família. Hoje sou um cara realizado”, festeja Emerson.
O Dia

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