8.27.2010

Obesidade já atinge metade da população adulta



Levantamento mostrou também que mais de 30% das jovens com peso normal se acham gordas
A população brasileira está ficando mais gorda e em velocidade acelerada. O excesso de peso já atinge metade da população adulta; uma em cada três crianças (de 5 a 9 anos); e um quinto dos adolescentes no País, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Nesta sexta-feira (27), o instituto divulgou o levantamento “Antropometria - Estado Nutricional de Crianças, Adolescentes e Adultos no Brasil” - da Pesquisa de Orçamentos Familiares (POF) 2008-2009.

Para o levantamento, foram entrevistadas 188.461 pessoas, sendo 93.175 homens e 95.286 mulheres, entre maio de 2008 e maio de 2009. A população acima do peso está espalhada em todas as regiões, com leve prevalência no Sul, Sudeste e Centro-Oeste. O problema atingiu cerca de metade dos adultos em todas as regiões, com destaque para o Sul (56,8% dos homens, 51,6% das mulheres) e Sudeste (52,4 e 48,5% para homens e mulheres respectivamente).

Distribuição

Os menores índices de sobrepeso para homens estão no Nordeste (42,9%) e, para mulheres, no Centro-Oeste (45,6%). Entre as mulheres, a obesidade atingia quase um quinto das mulheres no Sul (19,2%) e a participação dos obesas nas populações das regiões só esteve abaixo dos 10% para as moradoras do Nordeste (9,9%).

Ainda segundo o levantamento, o aumento de peso em adolescentes de 10 a 19 anos foi contínuo nos últimos 34 anos, e foi mais frequente em áreas urbanas do que em rurais, em ambos os sexos. O IBGE informou ainda que, na população de 20 anos ou mais, o sobrepeso no sexo masculino saltou de 18,5% em 1974-1975 para 50,1% em 2008-2009. No sexo feminino, o avanço foi menos intenso, e a participação saltou 28,7% para 48%, no mesmo período.

Embora o instituto tenha detectado pessoas com excesso de peso em todas as faixas de renda, entre os homens a concentração de pessoas mais obesas é maior no grupo dos 20% mais ricos, entrevistados para a análise. Entre os homens adultos, 61,8% dos 20% mais ricos estavam acima do peso, ante 36,9% no grupo dos 20% com menor rendimento. No caso das mulheres, as proporções ficaram em 47,4% e 45%, nos grupos das 20% mais ricas e das 20% mais pobres, respectivamente. Entretanto, a obesidade atingia quase um quarto (23,6%) das crianças do sexo masculino de maior renda - sendo que alcançava 10,8% das crianças em faixa de renda menos elevada.

Autoimagem

Mais de um terço das adolescentes brasileiras se autodenominavam como "muito gordas" mesmo com estado nutricional adequado, de acordo com a pesquisa Nacional de Saúde do Escolar (PeNSE) que faz parte do levantamento. O estudo foi feito com base em entrevistas realizadas em 2009 com 60.973 estudantes adolescentes do 9º ano do Ensino Fundamental nas 26 capitais brasileiras e no Distrito Federal. De acordo com a análise, 35,8% das meninas entrevistadas se declararam muito gordas, embora apresentassem boa saúde. Entre os meninos, 21,5% se classificaram como muito gordos.

O resultado da pesquisa mostra que quase 90% dos meninos e meninas que tentaram ganhar peso estavam dentro do estado nutricional adequado. Entre as meninas que tomaram alguma atitude para perder peso, 51,5% apresentavam estado nutricional adequado, ante 29,8% dos meninos na mesma situação. A pesquisa nas escolas confirmou como principal problema nutricional o excesso de peso, categoria que compreende o sobrepeso e a obesidade.

A maioria dos estudantes entrevistados (74%) encontrava-se dentro do peso considerado adequado. Adolescentes com déficit de peso responderam por apenas 2,9% da amostra; pessoas com sobrepeso tiveram fatia de 16%, e adolescentes obesos foram 7,2% do total entrevistado. O IBGE informou ainda que o sobrepeso entre adolescentes é mais frequente entre os estudantes de ensino privado.

Altura
O levantamento também mostrou que a altura mediana dos brasileiros jovens está praticamente coincidente com a curva padrão recomendada pela Organização Mundial de Saúde (OMS). O declínio do déficit de altura é um dos fatores que servem para medir a redução na desnutrição infantil, e a pesquisa confirma a progressiva redução desse problema. Entre as pesquisas de 1974-1975 a de 2008-2009, a predominância de déficit de altura em ambos os sexos em crianças de 5 a 9 anos recuou de 29,3% para 7,2%.
Isto é

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