Mulher conta como uma superou o divórcio.
Outra transformou um casamento fracassado em uma linda história de amor
Chorar após um divórcio e sentir-se fracassado é normal. Mas quanto tempo é preciso para se recuperar?
Outra transformou um casamento fracassado em uma linda história de amor
Chorar após um divórcio e sentir-se fracassado é normal. Mas quanto tempo é preciso para se recuperar?
Psicóloga fala dos sentimentos presentes na separação e duas mulheres contam como uma superou o divórcio e outra transformou um casamento fracassado em uma linda história de amor
Se o processo para se divorciar se tornou rápido, (agora, divórcios podem ser feitos por meio de escritura em cartórios), o mesmo não se pode dizer da gangorra de sentimentos que se apresentam antes, durante e após o fim de uma união. Afinal, seja de comum acordo ou não, a “carta de alforria” para alguns, não põe fim à dor, às frustrações e a toda uma expectativa criada antes do casamento.
“A mágoa e aquela sensação de fracasso e perda são os sentimentos que mais aparecem no processo do divórcio”, diz a psicóloga clínica Sandra Almeida, de São Paulo. Independente de quem tenha partido o pedido, o fim traz dor para ambas as partes, tanto para quem pediu como para quem ficou à deriva. “Antes de casar todos têm expectativas de que encontrou sua cara metade, faz planos e planos, mas, à medida que o tempo vai passando, as pessoas esquecem disso. E nesse sentido, a dor é do casal, pois com o divórcio eles viram que um sonho foi desfeito, embora o que se perceba é que sempre há um que sofre mais”, enfatiza Sandra.
Reaprendendo a viver
A assessora de imprensa Simone, de 38 anos, que prefere não se identificar, conta que sofreu muito com o fim do casamento. O ex-marido foi quem pediu o divórcio. “Foi um baque muito forte; eu o amava muito e passei anos sem querer saber de outra pessoa na minha vida.” O relato de Simone, de acordo com a psicóloga, é mais comum do que parece. “Geralmente, os homens se restabelecem mais rápido. Eles não conseguem viver sozinhos. Já as mulheres, muitas vezes passam a conviver com a desconfiança e acabam se boicotando em relação a um novo casamento”, ressalta.
Foi o que Simone ficou fazendo, boicotando não apenas seus sentimentos, mas a si mesma. Durante um bom tempo ela diz que implorava para que o ex-marido voltasse. “Eu não vivia mais, me humilhava por ele, me olhava no espelho e via apenas um vegetal, uma pessoa sem brilho, vazia. Quando ele se casou, eu queria morrer”, confessa.
Ela diz que passou por uma espécie de luto: “Não tivemos filhos, então, não havia mais nenhuma ligação, mas o coração doía como se tivesse tirado um pedaço de mim.” Com ajuda espiritual ela disse que resolveu acordar para a vida. Foi fazer faculdade, passou a se cuidar mais e agora, cinco anos após o divórcio, diz que está pronta para encontrar um novo amor.
“Hoje estou curada de tudo o que passei. Para algumas pessoas é mais fácil se reerguer; para mim foi difícil, pois casei achando que seria para sempre, mas teve um ponto final.” E o que ela tirou de lição?
“Passei a me amar antes de tudo e de todos. Reavaliei os erros que também cometi no casamento anterior e estou pronta para um novo relacionamento, mas o caminho percorrido para chegar até aqui não foi fácil”, relata.
Dando a volta por cima
Chorar após um divórcio e sentir-se fracassado é normal, de acordo com a psicóloga. Mas quanto tempo é preciso para se recuperar? “Isso é muito peculiar a cada relacionamento, depende muito das pessoas envolvidas, mas normalmente até um ano depois é muito fácil ouvir pessoas dizendo que poderiam ter feito algo a mais para salvar o seu casamento. Mas, somos nós mesmos que fazemos os nossos caminhos, as nossas escolhas e depois os denominamos de fatalidade. Portanto, o conselho é que tudo precisa ser feito para se evitar um divórcio.”
A terapia, seja ela clínica ou espiritual, é bem vinda na concepção da psicóloga. “Se o casal está com problemas e pensa no divórcio, aconselho uma psicoterapia para casais, pois eles serão ouvidos e orientados no sentido de sanar o que pode estar impedindo a harmonia. Não se trata de arrumar uma vítima e um vilão, e sim de conscientizar o casal que eles precisam reavaliar posturas, ceder, ouvir, pois o problema pode estar na pessoa e não na relação em si, caso não se cuide só vai fazer transferência de problemas”, diz Sandra.
Essa transferência de problemas, segundo a especialista, é ficar saltando de relação em relação, achando que o problema está no casamento e não na pessoa em si. “É importante parar um pouco e refletir. Todos nós temos a nossa parcela de culpa e essa reflexão tem que ser não no sentido acusativo, mas de refletir onde está errando e se propor a melhorar”, aconselha.
O mesmo conselho vale se já ocorreu a separação e a presença mais marcante é da dor e da solidão. É hora de investir em si mesma. “Pelos relatos que vejo, só consegue superar essa dor investindo em si mesma, trabalhando, fazendo um novo curso e se preenchendo também a parte espiritual”, conclui.
Amor com doses de sabedoria
Quando a empresária Maria de Lurdes, de 54 anos, foi procurar ajuda, seu casamento já estava destruído havia muito tempo. Casada há quase 30 anos, dois filhos adultos, ela lidava com a incerteza diante da vida. “Já estávamos enfrentando problemas havia algum tempo e várias amigas me disseram para me separar porque eu ainda era nova e bonita e poderia encontrar uma pessoa bacana”, conta.
Embora não estivesse divorciada no papel, ela e o marido estavam separados e morando na mesma casa como desconhecidos. Duas pessoas que um dia se amaram, esqueceram os sonhos e juras de amor de outrora e passaram a dividir não apenas o mesmo teto, mas também a indiferença, o rancor e a infelicidade.
“Sabe quando dá aquele ‘start’, pois embora já não sentisse aquele mesmo amor, não queria dar fim ao meu casamento”, revela.
Cansada de conversar só com as amigas, Lurdes foi conversar com uma pastora e disse a ela: “Não quero mais ficar nesse impasse. Eu preciso de uma solução.”
A orientação foi para que usasse de sabedoria e foi o que Lurdes fez. Ao chegar em casa naquela noite, ela convidou o marido para jantar, quis saber como foi o seu dia e em vez de acusá-lo, tratá-lo com indiferença pegou o álbum de fotos do início da vida de ambos e juntos falaram de amor.
“Falei com doçura, e passei a agir da mesma forma de quando éramos apaixonados. Claro que eu mudei ao longo do tempo, ele também, mas o amor, esse não muda.” Ao agir com delicadeza, ela diz que a chama do amor foi acesa novamente. “Eu não precisei ir na contramão da história, achando que era o fim e me separar; fui no caminho certo e usei de sabedoria para reconquistar o meu marido”. Hoje, Lurdes diz que se arrepende de não ter tentado antes e que está mais feliz do que no início do casamento. Conversamos muito, pedimos perdão um ao outro e recomeçamos. Estamos felizes. É visível o brilho no meu olhar, a minha alegria e a felicidade de ter ‘reencontrado’ o homem que sempre amei. Amigas dizem que rejuvenesci, perguntam se fiz cirurgia plástica ou que creme de beleza estou usando. Respondo que fiz uma cirurgia sim. Tenho um novo coração e uso um creme chamado amor com pitadas de sabedoria”, conclui sorrindo.
Por Elliana Garcia
http://www.arcauniversal.com/
Se o processo para se divorciar se tornou rápido, (agora, divórcios podem ser feitos por meio de escritura em cartórios), o mesmo não se pode dizer da gangorra de sentimentos que se apresentam antes, durante e após o fim de uma união. Afinal, seja de comum acordo ou não, a “carta de alforria” para alguns, não põe fim à dor, às frustrações e a toda uma expectativa criada antes do casamento.
“A mágoa e aquela sensação de fracasso e perda são os sentimentos que mais aparecem no processo do divórcio”, diz a psicóloga clínica Sandra Almeida, de São Paulo. Independente de quem tenha partido o pedido, o fim traz dor para ambas as partes, tanto para quem pediu como para quem ficou à deriva. “Antes de casar todos têm expectativas de que encontrou sua cara metade, faz planos e planos, mas, à medida que o tempo vai passando, as pessoas esquecem disso. E nesse sentido, a dor é do casal, pois com o divórcio eles viram que um sonho foi desfeito, embora o que se perceba é que sempre há um que sofre mais”, enfatiza Sandra.
Reaprendendo a viver
A assessora de imprensa Simone, de 38 anos, que prefere não se identificar, conta que sofreu muito com o fim do casamento. O ex-marido foi quem pediu o divórcio. “Foi um baque muito forte; eu o amava muito e passei anos sem querer saber de outra pessoa na minha vida.” O relato de Simone, de acordo com a psicóloga, é mais comum do que parece. “Geralmente, os homens se restabelecem mais rápido. Eles não conseguem viver sozinhos. Já as mulheres, muitas vezes passam a conviver com a desconfiança e acabam se boicotando em relação a um novo casamento”, ressalta.
Foi o que Simone ficou fazendo, boicotando não apenas seus sentimentos, mas a si mesma. Durante um bom tempo ela diz que implorava para que o ex-marido voltasse. “Eu não vivia mais, me humilhava por ele, me olhava no espelho e via apenas um vegetal, uma pessoa sem brilho, vazia. Quando ele se casou, eu queria morrer”, confessa.
Ela diz que passou por uma espécie de luto: “Não tivemos filhos, então, não havia mais nenhuma ligação, mas o coração doía como se tivesse tirado um pedaço de mim.” Com ajuda espiritual ela disse que resolveu acordar para a vida. Foi fazer faculdade, passou a se cuidar mais e agora, cinco anos após o divórcio, diz que está pronta para encontrar um novo amor.
“Hoje estou curada de tudo o que passei. Para algumas pessoas é mais fácil se reerguer; para mim foi difícil, pois casei achando que seria para sempre, mas teve um ponto final.” E o que ela tirou de lição?
“Passei a me amar antes de tudo e de todos. Reavaliei os erros que também cometi no casamento anterior e estou pronta para um novo relacionamento, mas o caminho percorrido para chegar até aqui não foi fácil”, relata.
Dando a volta por cima
Chorar após um divórcio e sentir-se fracassado é normal, de acordo com a psicóloga. Mas quanto tempo é preciso para se recuperar? “Isso é muito peculiar a cada relacionamento, depende muito das pessoas envolvidas, mas normalmente até um ano depois é muito fácil ouvir pessoas dizendo que poderiam ter feito algo a mais para salvar o seu casamento. Mas, somos nós mesmos que fazemos os nossos caminhos, as nossas escolhas e depois os denominamos de fatalidade. Portanto, o conselho é que tudo precisa ser feito para se evitar um divórcio.”
A terapia, seja ela clínica ou espiritual, é bem vinda na concepção da psicóloga. “Se o casal está com problemas e pensa no divórcio, aconselho uma psicoterapia para casais, pois eles serão ouvidos e orientados no sentido de sanar o que pode estar impedindo a harmonia. Não se trata de arrumar uma vítima e um vilão, e sim de conscientizar o casal que eles precisam reavaliar posturas, ceder, ouvir, pois o problema pode estar na pessoa e não na relação em si, caso não se cuide só vai fazer transferência de problemas”, diz Sandra.
Essa transferência de problemas, segundo a especialista, é ficar saltando de relação em relação, achando que o problema está no casamento e não na pessoa em si. “É importante parar um pouco e refletir. Todos nós temos a nossa parcela de culpa e essa reflexão tem que ser não no sentido acusativo, mas de refletir onde está errando e se propor a melhorar”, aconselha.
O mesmo conselho vale se já ocorreu a separação e a presença mais marcante é da dor e da solidão. É hora de investir em si mesma. “Pelos relatos que vejo, só consegue superar essa dor investindo em si mesma, trabalhando, fazendo um novo curso e se preenchendo também a parte espiritual”, conclui.
Amor com doses de sabedoria
Quando a empresária Maria de Lurdes, de 54 anos, foi procurar ajuda, seu casamento já estava destruído havia muito tempo. Casada há quase 30 anos, dois filhos adultos, ela lidava com a incerteza diante da vida. “Já estávamos enfrentando problemas havia algum tempo e várias amigas me disseram para me separar porque eu ainda era nova e bonita e poderia encontrar uma pessoa bacana”, conta.
Embora não estivesse divorciada no papel, ela e o marido estavam separados e morando na mesma casa como desconhecidos. Duas pessoas que um dia se amaram, esqueceram os sonhos e juras de amor de outrora e passaram a dividir não apenas o mesmo teto, mas também a indiferença, o rancor e a infelicidade.
“Sabe quando dá aquele ‘start’, pois embora já não sentisse aquele mesmo amor, não queria dar fim ao meu casamento”, revela.
Cansada de conversar só com as amigas, Lurdes foi conversar com uma pastora e disse a ela: “Não quero mais ficar nesse impasse. Eu preciso de uma solução.”
A orientação foi para que usasse de sabedoria e foi o que Lurdes fez. Ao chegar em casa naquela noite, ela convidou o marido para jantar, quis saber como foi o seu dia e em vez de acusá-lo, tratá-lo com indiferença pegou o álbum de fotos do início da vida de ambos e juntos falaram de amor.
“Falei com doçura, e passei a agir da mesma forma de quando éramos apaixonados. Claro que eu mudei ao longo do tempo, ele também, mas o amor, esse não muda.” Ao agir com delicadeza, ela diz que a chama do amor foi acesa novamente. “Eu não precisei ir na contramão da história, achando que era o fim e me separar; fui no caminho certo e usei de sabedoria para reconquistar o meu marido”. Hoje, Lurdes diz que se arrepende de não ter tentado antes e que está mais feliz do que no início do casamento. Conversamos muito, pedimos perdão um ao outro e recomeçamos. Estamos felizes. É visível o brilho no meu olhar, a minha alegria e a felicidade de ter ‘reencontrado’ o homem que sempre amei. Amigas dizem que rejuvenesci, perguntam se fiz cirurgia plástica ou que creme de beleza estou usando. Respondo que fiz uma cirurgia sim. Tenho um novo coração e uso um creme chamado amor com pitadas de sabedoria”, conclui sorrindo.
Por Elliana Garcia
http://www.arcauniversal.com/
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