O uso de um antibiótico barato e amplamente disponível pode reduzir em 30% a frequência de crises em casos moderados e graves de DPOC (doença pulmonar obstrutiva crônica).
A conclusão é de uma pesquisa publicada ontem no periódico "New England Journal of Medicine".
A doença, que mata 33 mil brasileiros por ano, ataca principalmente os fumantes.
A pessoa para de respirar progressivamente. A DPOC é caracterizada por dois problemas (enfisema pulmonar e bronquite crônica) e se manifesta em quem se expõe ao fumo (85% dos casos) e a fumaça de fogão a lenha (15%).
O ESTUDO
Pesquisadores da Universidade do Colorado, nos EUA, observaram 1.142 pacientes com DPOC moderada e grave, caracterizada por episódios repetidos de aumento de tosse, catarro e falta de ar.
Entre eles, 570 receberam uma dose diária de 250 mg de azitromicina, além do tratamento usual com corticoide inalável e broncodilatador, enquanto os outros 572 receberam placebo.
Durante o ano da pesquisa, os participantes que receberam o antibiótico ficaram livres de crises por 266 dias, em média, em comparação com 174 dias entre os que receberam placebo.
O trabalho concluiu que a dose diária do antibiótico reduziu a frequência das crises e melhorou a qualidade de vida dos pacientes.
"O uso contínuo da azitromicina é uma prática médica muito bem estabelecida para reduzir infecções. Em algumas situações, o remédio é usado não com a expectativa de um efeito antibiótico, mas sim de um poder anti-inflamatório", afirma o pneumologista Alberto Cukier, do InCor (Instituto do Coração).
Segundo o médico, a droga atua nos mecanismos de inflamação e evita o aparecimento de novas infecções por causa disso.
No entanto, Cukier ressalta que o risco do uso continuado de antibiótico causa preocupação entre os médicos.
O pneumologista Carlos Fritscher, professor da Faculdade de Medicina da PUC do Rio Grande do Sul, afirma que a prática pode induzir a resistência bacteriana, favorecendo o surgimento de tipos mais agressivos de micróbios.
O antibiótico, hoje, só é usado em pacientes com casos mais graves de DPOC, afirma Fitscher, em conjunto com o tratamento contínuo com corticoides inaláveis.
EFEITO COLATERAL
Uma pesquisa publicada no ano passado no periódico "Chest" mostrou que o uso de corticoides inaláveis por pacientes com DPOC traz pouco resultado no controle das crises respiratórias.
Fritscher afirma que em torno de 60% dos pacientes com doença obstrutiva pulmonar crônica moderada ou grave usam produtos que contêm corticoide inalável.
"Em alguns pacientes, ele é uma peça-chave no tratamento para controlar a inflamação, mas o remédio não cura a doença. O enfisema pulmonar é irreversível", afirma Fritscher.
O médico afirma que parar de fumar reduz a intensidade das crises.
A conclusão é de uma pesquisa publicada ontem no periódico "New England Journal of Medicine".
A doença, que mata 33 mil brasileiros por ano, ataca principalmente os fumantes.
A pessoa para de respirar progressivamente. A DPOC é caracterizada por dois problemas (enfisema pulmonar e bronquite crônica) e se manifesta em quem se expõe ao fumo (85% dos casos) e a fumaça de fogão a lenha (15%).
O ESTUDO
Pesquisadores da Universidade do Colorado, nos EUA, observaram 1.142 pacientes com DPOC moderada e grave, caracterizada por episódios repetidos de aumento de tosse, catarro e falta de ar.
Entre eles, 570 receberam uma dose diária de 250 mg de azitromicina, além do tratamento usual com corticoide inalável e broncodilatador, enquanto os outros 572 receberam placebo.
Durante o ano da pesquisa, os participantes que receberam o antibiótico ficaram livres de crises por 266 dias, em média, em comparação com 174 dias entre os que receberam placebo.
O trabalho concluiu que a dose diária do antibiótico reduziu a frequência das crises e melhorou a qualidade de vida dos pacientes.
"O uso contínuo da azitromicina é uma prática médica muito bem estabelecida para reduzir infecções. Em algumas situações, o remédio é usado não com a expectativa de um efeito antibiótico, mas sim de um poder anti-inflamatório", afirma o pneumologista Alberto Cukier, do InCor (Instituto do Coração).
Segundo o médico, a droga atua nos mecanismos de inflamação e evita o aparecimento de novas infecções por causa disso.
No entanto, Cukier ressalta que o risco do uso continuado de antibiótico causa preocupação entre os médicos.
O pneumologista Carlos Fritscher, professor da Faculdade de Medicina da PUC do Rio Grande do Sul, afirma que a prática pode induzir a resistência bacteriana, favorecendo o surgimento de tipos mais agressivos de micróbios.
O antibiótico, hoje, só é usado em pacientes com casos mais graves de DPOC, afirma Fitscher, em conjunto com o tratamento contínuo com corticoides inaláveis.
EFEITO COLATERAL
Uma pesquisa publicada no ano passado no periódico "Chest" mostrou que o uso de corticoides inaláveis por pacientes com DPOC traz pouco resultado no controle das crises respiratórias.
Fritscher afirma que em torno de 60% dos pacientes com doença obstrutiva pulmonar crônica moderada ou grave usam produtos que contêm corticoide inalável.
"Em alguns pacientes, ele é uma peça-chave no tratamento para controlar a inflamação, mas o remédio não cura a doença. O enfisema pulmonar é irreversível", afirma Fritscher.
O médico afirma que parar de fumar reduz a intensidade das crises.
MARIANA PASTORE Folha | ||
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