11.11.2011

Novo teste diagnostica forma comum de intoxicação alimentar


RIO - Os cientistas japoneses descobriram um novo teste que poderia ajudar as pessoas a evitar um tipo terrível de intoxicação alimentar. A intoxicação vitima pessoas que comem peixe contaminado com uma toxina de difícil detecção que é produzida por algas marinhas de águas quentes. O novo teste foi publicado na revista "Analytical Chemistry".
O pesquisador Takeshi Yasumoto e seus colegas explicam que entre 20 mil e 60 mil pessoas sofrem deste tipo de intoxicação todos os anos. A maioria é envenenada por comer peixe contaminado com ciguatoxina, uma das fontes mais comuns de intoxicação por frutos do mar.
Peixes, como pargo e robalo, podem ser contaminados pela toxina por comer outros peixes menores, que convivem com algas marinhas em áreas tropicais e subtropicais. E não há aviso, à primeira vista, de que o peixe tem a toxina - ele cheira e tem gosto exatamente como os outros de sua espécie. Mas, poucas horas depois de ingerir a toxina, as pessoas com ciguatera têm sintomas que incluem vômitos, diarréia, dormência ou formigamento nos braços e pernas e dores musculares e articulares.
O teste atual para a toxina foi desenvolvido em laboratório, alimentando cobaias com a toxina e observando seus sintomas. É um teste demorado, e não permite fazer a diferença entre certas formas da doença. É por isso que o grupo de pesquisadores japoneses desenvolveu um teste mais rápido, mais sensível.
Eles descrevem o desenvolvimento do teste, usando instrumentos de laboratório padrão, que evita problemas e demoras do teste anterior. Yasumoto provou a sua eficácia através da identificação de 16 diferentes formas da toxina em peixes do Oceano Pacífico. Claras diferenças regionais surgiram. Os pesquisadores também identificaram 12 tipos de toxina em uma alga marinha na Polinésia Francesa, que poderia ser fonte primária de toxinas. Os pesquisadores dizem que o novo método supera testes de detecção de corrente e, além de ajudar a diagnosticar os pacientes, também irá ajudar os cientistas a estudar como as toxinas se movem, através da cadeia alimentar, de um animal para outro.

O Globo

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