Os
jornais trazem nesta terça (31) informações sobre uma auditoria do
Ministério Público Federal no programa Bolsa Família. Mais uma vez, a
auditoria parece ter sido feita com bases em premissas erradas e leva a
conclusões equivocadas sobre o programa.
Os fatos precisam ser conhecidos.
Desde
2005, o Ministério do Desenvolvimento Social (MDS), responsável pela
gestão federal do Bolsa Família, realiza, rotineiramente, o cruzamento
do cadastro do programa com outras bases de dados, para identificar
inconsistências. O procedimento vem sendo permanentemente aperfeiçoado,
incorporando outras bases de dados, novas tecnologias e metodologias
mais complexas.
As bases de dados que o
Ministério Público Federal diz ter utilizado já foram e vêm sendo
objeto de cruzamentos do próprio MDS, de outros ministérios e órgãos de
controle, como a Controladoria Geral da União (CGU) e o Tribunal de
Contas da União (TCU).
Em relação às “fraudes” identificadas pela referida auditoria, vale destacar:
Os casos de pessoas falecidas são tratados
desde 2012 utilizando a base nacional de óbitos, o Sisobi. Mais
recentemente, o cruzamento tornou rotina automatizada no sistema de
pagamentos de benefícios, operado pela Caixa. Qual o sentido de divulgar
agora algo completamente superado há quatro anos? Dar margem para
manchetes de que mortos recebem Bolsa Família? Vale ressaltar que a
morte de um indivíduo não torna a família inelegível ao programa. Ao
contrário, há situações em que o falecimento torna a família ainda mais
vulnerável.
Em relação à doação para campanha
eleitoral e propriedade de empresas, não existe impedimento legal para
que um beneficiário do Bolsa Família realize doações ou seja
proprietário de microempresa. Na averiguação feita a partir dos indícios
levantados pelo TCU em 2010, os casos identificados não se confirmaram,
mas indicaram a existência de outras fraudes: beneficiários sendo
usados por terceiros para compra de bens, ou contratados para fazer
campanhas para candidatos, registrados incorretamente como doadores de
campanha. Ou seja, não era fraude no Bolsa Família, mas crime eleitoral.
No caso de beneficiários sem CPF, é
preciso esclarecer que o documento só é obrigatório para os titulares do
benefício. Sua ausência não implica recebimento indevido de recursos.
Recentemente, o TCU fez avaliação e identificou casos residuais de
duplicidade de CPF entre os beneficiários, que já estão sendo tratados
por meio da rotina anual de atualização cadastral do Bolsa Família.
Este conjunto de informações
mostra que o cruzamento entre bases de dados deve ser feito de forma
criteriosa. Até porque os cadastros não têm a mesma qualidade e
atualidade de informações, incorrendo em erros de interpretação sobre a
situação das famílias.
Por
isso, ao avaliar a divulgação da referida auditoria, que usa bases de
dados dos anos de 2013 e 2014, é importante lembrar alguns aspectos.
O
levantamento resulta em posições simplistas e preconceituosas contra o
público do Bolsa Família, revelando desconhecimento sobre os critérios e
sobre a legislação do programa. Desconsidera, ainda, o trabalho
realizado pelo próprio MDS, TCU e CGU nos últimos anos.
Tais
conclusões equivocadas poderiam ser evitadas se, antes da exposição
midiática, a equipe técnica responsável pela gestão do programa tivesse
sido procurada para discutir os "achados".
O
levantamento é frágil. É mais uma tentativa de desconstrução do
programa do que uma denúncia de fraude concreta ou linha de
aperfeiçoamento dos mecanismos de controle.
Antes
de sair do MDS, lancei o processo de atualização cadastral das famílias
para 2016, uma espécie de malha fina do Bolsa Família. Esse
procedimento foi iniciado em 29 de abril, baseado na Instrução
Operacional 79 do MDS. As famílias identificadas passaram a ser
convocadas a comparecer às prefeituras para atualizar informações no
Cadastro Único.
É
preciso reiterar um aspecto importante. O Bolsa Família é um patrimônio
nacional. Não pode ser atacado de maneira irresponsável.
É
assustador que o governo provisório e o ministro interino do MDS tenham
uma reação aos “achados” do Ministério Público Federal sem tentar
esclarecer os fatos, sem nem mesmo ouvir os próprios técnicos do
ministério.
É um desrespeito
a servidores premiados por organismos internacionais, mundo afora, pela
gestão correta e exemplar do Bolsa Família que atende a 46 milhões de
brasileiros. Esses servidores são um exemplo de dedicação, prestando
serviços de qualidade à população.
As
informações divulgadas pela imprensa sobre supostas fraudes no Bolsa
Família prestam um desserviço ao Brasil, desconhecendo um valoroso
trabalho que mantém 13,9 milhões de famílias brasileiras fora da extrema
pobreza.
* Ministra do Desenvolvimento Social e Combate à Fome do governo Dilma Rousseff
Doação para campanha eleitoral e propriedade de empresas, não existe
impedimento legal para que um beneficiário do Bolsa Família realize
doações ou seja proprietário de microempresa. Na averiguação feita a
partir dos indícios levantados pelo TCU em 2010, os casos identificados
não se confirmaram, mas indicaram a existência de outras fraudes:
beneficiários sendo usados por terceiros para compra de bens, ou
contratados para fazer campanhas para candidatos, registrados
incorretamente como doadores de campanha. Ou seja, não era fraude no
Bolsa Família, mas crime eleitoral.
No caso de beneficiários sem CPF, é
preciso esclarecer que o documento só é obrigatório para os titulares do
benefício. Sua ausência não implica recebimento indevido de recursos.
Recentemente, o TCU fez avaliação e identificou casos residuais de
duplicidade de CPF entre os beneficiários, que já estão sendo tratados
por meio da rotina anual de atualização cadastral do Bolsa Família.
Este conjunto de informações
mostra que o cruzamento entre bases de dados deve ser feito de forma
criteriosa. Até porque os cadastros não têm a mesma qualidade e
atualidade de informações, incorrendo em erros de interpretação sobre a
situação das famílias.
Por
isso, ao avaliar a divulgação da referida auditoria, que usa bases de
dados dos anos de 2013 e 2014, é importante lembrar alguns aspectos.
O
levantamento resulta em posições simplistas e preconceituosas contra o
público do Bolsa Família, revelando desconhecimento sobre os critérios e
sobre a legislação do programa. Desconsidera, ainda, o trabalho
realizado pelo próprio MDS, TCU e CGU nos últimos anos.
Tais
conclusões equivocadas poderiam ser evitadas se, antes da exposição
midiática, a equipe técnica responsável pela gestão do programa tivesse
sido procurada para discutir os "achados".
O
levantamento é frágil. É mais uma tentativa de desconstrução do
programa do que uma denúncia de fraude concreta ou linha de
aperfeiçoamento dos mecanismos de controle.
Antes
de sair do MDS, lancei o processo de atualização cadastral das famílias
para 2016, uma espécie de malha fina do Bolsa Família. Esse
procedimento foi iniciado em 29 de abril, baseado na Instrução
Operacional 79 do MDS. As famílias identificadas passaram a ser
convocadas a comparecer às prefeituras para atualizar informações no
Cadastro Único.
É
preciso reiterar um aspecto importante. O Bolsa Família é um patrimônio
nacional. Não pode ser atacado de maneira irresponsável.
É
assustador que o governo provisório e o ministro interino do MDS tenham
uma reação aos “achados” do Ministério Público Federal sem tentar
esclarecer os fatos, sem nem mesmo ouvir os próprios técnicos do
ministério.
É um desrespeito
a servidores premiados por organismos internacionais, mundo afora, pela
gestão correta e exemplar do Bolsa Família que atende a 46 milhões de
brasileiros. Esses servidores são um exemplo de dedicação, prestando
serviços de qualidade à população.
As
informações divulgadas pela imprensa sobre supostas fraudes no Bolsa
Família prestam um desserviço ao Brasil, desconhecendo um valoroso
trabalho que mantém 13,9 milhões de famílias brasileiras fora da extrema
pobreza
* Ministra do Desenvolvimento Social e Combate à Fome do governo Dilma Rousseff
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