5.12.2010

Atividades Físicas com mais Segurança e Quando o Exercício Pode Fazer Mal


Mais segurança para desportistas
Sociedade Brasileira de Cardiologia cria regras mais rígidas para atestados médicos
Rio - Iniciar a prática de atividades físicas em academias, competições ou clubes vai exigir mais fôlego. Regras das primeiras diretrizes em cardiologia do esporte da Sociedade Brasileira de Cardiologia estabelecem a apresentação de atestado médico mais complexo para praticar esportes.

A partir de agosto, o documento deverá incluir informações sobre o tipo e a intensidade dos exercícios, além de deixar claro quais as limitações do paciente.

“O atestado médico padronizado e detalhado irá diminuir os problemas durante a atividade física”, afirma a cardiologista Luciana de Matos, do Centro de Reabilitação do Hospital Israelita Albert Einstein. “Hoje, os atestados são muito genéricos”, diz.

As novas regras da sociedade serão referência aos médicos do país para que tenham maior controle sobre as condições cardiovasculares dos pacientes que praticam esporte de competição, ou apenas de forma recreacional. Além disso, o novo modelo de atestado médico irá cooperar com o profissional de educação física orientando o professor na forma de lidar com o aluno.

Segundo o presidente do grupo de estudos em cardiologia no esporte da sociedade e editor das diretrizes, Nabil Ghorayeb, “as regras ajudarão a reduzir os atestados falsos que são distribuídos”, diz.

Outra vantagem da exigência de um laudo mais preciso para a prática esportiva é a prevenção contra mortes súbitas.

Exames médicos prévios, como eletrocardiograma, exame de sangue e a avaliação clínica, ajudam de forma mais eficaz a prever os riscos do esporte.

“O esporte bem orientado é saudável.

Ele, por si só, não mata. Entretanto, a intensidade da prática pode servir como gatilho no caso de já haver uma doença de base”.

Com os Jogos Olímpicos se aproximando, cresce a curiosidade sobre o desempenho de nossos atletas em uma cidade tão poluída quanto Pequim. Como será correr as provas de fundo, como os 5.000 metros, os 10.000 metros e principalmente a maratona?

Aliás, é prudente correr quando a poluição se encontra em níveis tão elevados? Há algumas semanas boa parte do país enfrenta condições ambientais desfavoráveis para a dispersão de poluentes – o que é comum neste período do ano. Afinal, devemos ou não fazer exercícios quando o ar está poluído?
Atividades físicas em dias de muita poluição
Uma excelente revisão sobre este assunto foi feita por um grupo de pesquisadores australianos. Eles chegaram à conclusão de que não é recomendável exercitar-se se a poluição estiver elevada, pois há risco de agravar doenças respiratórias como a asma e até mesmo de provocar problemas cardíacos. Isso ocorre porque, com o exercício, há um aumento na ventilação (respiração) e na circulação sangüínea.

Além do aumento da oferta do oxigênio, há também um aumento do transporte dos poluentes para o organismo, que podem atingir níveis tóxicos e potencialmente danosos à saúde.
Os riscos para pulmão e coração
Um outro fator que os autores apontam para explicar os perigos de praticar esportes em ambientes poluídos se deve ao fato de que, durante a atividade física, respira-se mais pela boca do que pelo nariz, perdendo uma espécie de proteção quando se respira pelo nariz.

Por exemplo, em um dos inúmeros estudos citados por esta revisão bibliográfica, um grupo de corredores aumentou significativamente os níveis de toxinas originadas pela inalação de poluentes, em uma simples corrida de trinta minutos.
Então o que fazer?
Os estudiosos sugerem que o exercício seja feito logo cedo pela manhã, preferencialmente em áreas com menor circulação de veículos, como parques e outros locais mais afastados das vias principais de trânsito. Aos que moram em grandes centros urbanos, portanto, é bom evitar os corredores de tráfego.
Rafael Martins

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