5.13.2010

Riscos da ‘Pílula do Amor’


Disseminação do uso de Viagra por jovens preocupa especialistas.


Consumo regular da droga pode causar dependência emocional

Rio - Uma farra perigosa. Curiosidade, vontade de melhorar o desempenho sexual e insegurança têm aumentado o consumo de Viagra por homens com menos de 30 anos. Especialistas alertam: o uso desenfreado desse tipo de medicamento pode causar dependência emocional, dificuldade de ereção, falta de amadurecimento sexual e até prianismo (ereção persistente por mais de 4 horas que causa dor).
Ao contrário do que muitos pensam, a famosa ‘Droga do Amor’ não é recreativa e nunca deve ser usada sem orientação médica. Mesmo assim, em boates e clubes noturnos não é difícil encontrar rapazes ingerindo um verdadeiro coquetel ‘turbinado’: vodca, energético, ecstasy ou cocaína e Viagra. “As pessoas jovens acham que vão ter uma superereção e um superprazer, por isso utilizam o Viagra. Mas isso não é verdade. A ereção do jovem já é excelente, então não faz muita diferença”, explica o chefe do Departamento de Andrologia da Sociedade Brasileira de Urologia, Roberto Campos.O médico ressalta que, quando o jovem ‘falha’, não é por causas orgânicas. De acordo com ele, 99% dos homens com menos de 30 anos com disfunção erétil têm problemas emocionais. “Ansiedade, estresse profissional, pressão por um bom desempenho e até medo do que a parceira vai achar fazem com que o jovem tenha dificuldades no início da vida sexual. Mas isso não deve ser resolvido com medicamentos”, diz.Já o diretor do Centro Especializado em Cirurgias Minimamente Invasivas, Arnaldo Cividanes, acredita que a liberdade sexual feminina possa intimidar o homem, que acaba buscando segurança nas promessas da pílula azul.“O Viagra não é afrodisíaco. Ele não aumenta a libido, não aumenta o tesão e nem potencializa o orgasmo”, explica o profissional. Segundo ele, se o homem estiver inibido, desestruturado e emocionalmente abalado, o Viagra tem o mesmo efeito de um comprimido de farinha. “Ele tem o poder de aumentar o vigor e a duração da ereção, mas não é capaz de provocá-la”, conclui Cividanes.
‘Às vezes, nem o Viagra funciona’Segundo Roberto Campos, para ter uma relação sexual plena, é necessário que o jovem esteja inteiramente envolvido com a parceira. “Geralmente, quando não há esse envolvimento, a insegurança gera a falta de concentração e o jovem pode falhar”, explica.O especialista afirma que o tratamento da disfunção erétil causada por problemas emocionais é multidisciplinar. “O tratamento baseia-se em recuperar a confiança desse jovem. Isso é feito a curto prazo, com acompanhamento de urologista e terapia. Não é necessário o uso de medicamentos”, diz o médico. De acordo com ele, o Viagra causa dependência emocional a partir do momento que o jovem pensa que só é capaz de conseguir uma ereção com o uso do medicamento.“Quando a ansiedade é muita, nem com Viagra o homem consegue a ereção. E então ele pensa: ‘nem com Viagra consigo’. É muito pior”, acredita.
SAIBA MAIS SOBRE O ASSUNTO:
Dificuldades sexuais

POR REGINA NAVARRO LINS
Rio - Estou desesperado. As três últimas vezes que fui para a cama com uma mulher, não consegui ereção de jeito nenhum.” – Paulo, 36 anos; “Nunca consegui ter um orgasmo. Me sinto defeituosa!” – Lúcia, 42 anos; “Não consigo manter um relacionamento. Ejaculo logo que penetro a mulher” – Edu, 32 anos.Não são poucas as pessoas que sofrem com a vida sexual que levam. As disfunções sexuais podem se localizar nas fases do desejo, da excitação ou do orgasmo.
Fase do desejo
I - Inibição do desejo sexual: Em alguns casos a falta do desejo faz com que a mulher não tenha interesse por sexo. Mas ela pode ter relações sexuais e ter orgasmo. Entretanto, é importante não confundir uma disfunção do desejo com o caso de mulheres, que não desejam mais fazer sexo com seus maridos.Fase de excitaçãoI- Disfunção sexual geral: A mulher sente pouco ou nenhum prazer com a estimulação sexual. Pode até ter orgasmo, mas o contato físico lhe é desagradável. Antes denominava-se frigidez.Muitas dessas mulheres consideram angustiante a experiência sexual, embora varie a importância dessa aversão. II- Vaginismo e dispareunia: Os órgãos genitais da mulher com vaginismo são normais, mas a contração involuntária da musculatura da entrada da vagina e dos músculos do ânus impedem totalmente a introdução do pênis. Se ao tentar a penetração a mulher sentir fortes dores, trata-se de dispareunia. III- Disfunção erétil (impotência): A impotência é a incapacidade do homem para realizar a relação sexual de modo satisfatório, apresentando dificuldades em obter ou manter a ereção rígida do pênis. Fase de orgasmoI- Anorgasmia: é a mais frequente das disfunções sexuais femininas. As estatísticas americanas apontam que há apenas 25% de mulheres orgásticas e 75% de mulheres que apresentam algum tipo de dificuldade em alcançar o orgasmo.II- Ejaculação precoce: essa é a mais comum das disfunções sexuais masculinas, nela, o homem é incapaz de exercer controle sobre seu reflexo ejaculatório. Quando excitado, atinge o orgasmo rapidamente. III- Ejaculação retardada: é uma inibição específica do reflexo ejaculatório. Um homem com essa disfunção responde aos estímulos sexuais com sensações eróticas e uma ereção firme. Contudo, é incapaz de ejacular.Exame médico especializado e a terapia sexual são indicados para o tratamento das disfunções sexuais.

O Dia

Nenhum comentário: