9.14.2010

CIRROSE

O que é cirrose?
A cirrose é, na verdade, o resultado de diversas doenças crônicas do fígado, que levaram a destruição gradual das células com houve formação de cicatrizes.
A cirrose não é doença de alcoólatras?
O uso exagerado e crônico do álcool pode levar à cirrose, sendo que a probabilidade disso acontecer depende muito do tempo, da quantidade de álcool ingerido e da predisposição genética. De qualquer modo, é importante saber que a maioria das pessoas com cirrose hoje não são os alcoólatras, e sim os portadores de hepatite C.
Outras causas comuns são a hepatite B, medicações tóxicas ao fígado, hepatite autoimune, esteato-hepatite não alcoólica, cirrose biliar, colangite esclerosante, hemocromatose e doença de Wilson. Há outras causas mais raras, mas infelizmente em cerca de 30% dos cirróticos não encontramos a causa.
A cirrose é contagiosa?
A cirrose, em si, não é. Mas a doença que levou à cirrose pode ser contagiosa, especialmente as hepatites B e C.
Quais os sintomas da cirrose?
O fígado é um órgão com grande reserva funcional, ou seja, só quando estiver muito comprometido leva ao aparecimento dos sintomas. As únicas exceções são a hemorragia por varizes de esôfago e o câncer do fígado, que podem ocorrer mesmo sem sinais prévios.Na cirrose já com comprometimento pequeno das funções do fígado, podemos encontrar sintomas leves como fraqueza, emagrecimento, alteração menstrual em mulheres e impotência em homens, sangramentos em gengivas, inchaço nas pernas e na barriga. Nos casos mais graves, aumento do abdome por acúmulo de líquidos (chamado de ascite), pele e olhos amarelos (icterícia), aumento das mamas em homens, hematomas espontâneos na pele, sonolência, tremores, cãibras e confusão mental.

Se os sintomas só aparecem com a doença avançada, como o diagnóstico pode ser feito no início da doença?

As pessoas com risco para adquirir as doenças causadoras da cirrose devem fazer acompanhamento médico.

Qual a importância do diagnóstico precoce?

O diagnóstico precoce das doenças que levam à cirrose pode permitir o tratamento (cura ou controle) dessas doenças, permitindo assim que a progressão para cirrose seja lentificada ou interrompida. Mesmo naqueles com cirrose, pode atrasar o aparecimento dos sintomas.

Existe tratamento para a cirrose?

Não. O único tratamento para a cirrose é o transplante do fígado. A cirrose é a conseqüência de diversas doenças do fígado, que devem ser tratadas antes de se chegar cirrose.
Alguns tratamentos estão em estudo para evitar a progressão da doença, mas não há comprovação científica que justifique o seu uso.Portanto, se o seu médico lhe disser que vai curar a sua cirrose ele está fazendo uma das duas coisas: enganando você ou prescrevendo um remédio que pode ser prejudicial à sua saúde. Ambos os casos são obviamente antiéticos. Procure um hepatologista para cuidar de você.

Cada vez estão sendo descritos mais casos de cirrose e hepatites secundárias ao uso de remédios "naturais".

Lembre-se que os maiores venenos já produzidos pelo homem são extraídos diretamente de plantas e que se uma erva tem potencial para curar, também pode ter para matar.

Se não há tratamento, o que pode ser feito?
Podemos dizer que há dois tipos de complicações da cirrose: as rápidas e as lentas. As lentas são o acúmulo de água na barriga (ascite), inchaço nas pernas, confusão mental e infecções.
Essas complicações ocorrem quando o fígado está realmente muito ruim e o tratamento é muito difícil. As medicações devem ser cuidadosamente avaliadas por um especialista, pois muitas fazem mais mal do que bem. Pode ser necessário um transplante de fígado nessa fase.
As complicações "rápidas" e muito graves são o câncer de fígado e a hemorragia digestiva.
São muito graves e com altíssima mortalidade. Mas isso pode ser evitado com o devido acompanhamento médico.

Métodos de imagem e exames de sangue para detectar o aparecimento do câncer do fígado ainda na sua fase inicial, quando há possibilidade de cura. Também realiza exames periódicos para detectar o aparecimento de varizes no esôfago e indica tratamento com remédio ou por endoscopia para prevenir seu sangramento.

Há uma dieta para portadores de cirrose?

Não há uma dieta específica, cada paciente tem necessidades que variam de características individuais (como a presença de outras doenças como o diabetes ou hipertensão arterial), seu estado nutricional, estágio da cirrose e a presença de complicações (como a ascite e a encefalopatia hepática).De modo geral, as recomendações básicas são evitar o excesso de sal, frituras e carne vermelha, manter abstinência alcoólica e procurar fracionar a dieta, comendo mais vezes ao dia uma menor quantidade de alimento.
Mas o adequado é individualizar a necessidade dietética sob orientação do médico e nutricionista.

ESTEATOSE OU GORDURA NO FIGADO

Esteatose, também conhecida como Fígado gorduroso, é um achado clínico comum constituído de triglicerídeos e outras gorduras acumuladas nas células hepáticas. Um acúmulo elevado de gordura no órgão compreendendo cerca de 40% do peso do fígado (em oposição a 5% em um fígado normal, pode levar a cirrose hepática. Atualmente é um problema de saúde pública nos Estados Unidos e também em nosso país.

A esteatose normalmente é reversível através da simples eliminação da causa; contudo, esta desordem pode resultar em infecções recorrentes ou morte súbita de êmbolos gordurosos no pulmão.
Fatores adjuvantes que aceleram a cirrotização do fígado:

Ø Alcoolismo crônico é a causa mais comum do acúmulo de gordura no fígado nos Estados Unidos e na Europa, com a severidade da doença hepática diretamente relacionado com a quantidade de álcool consumido.
Ø Desnutrição (especialmente deficiência protéica),
Ø Obesidade,
Ø Diabetes mellitus,
Ø Distúrbios do colesterol,
Ø Drogas tóxicas ao fígado, alguns antibióticos,produtos tóxicos, intoxicações,


Fígado cirrótico e Fígado normal

Seja qual for a causa, a infiltração de gordura do fígado provavelmente resulta da mobilização de gorduras dos tecidos adiposos ou alterações do metabolismo das gordura.
sintomas

Ø A maioria dos pacientes são assintomáticos.
Ø O sinal mais característico é o aumento do fígado (hepatomegalia) percebido ao exame clínico ou a um método de imagem como ultrassonogrfia.
Ø Outros sintomas: dor do lado direito superior do abdome (infiltração rápida), ascite( água na barriga), edema( inchaços), icterícia( amarelo dos olhos ou da pele),
Ø Nos casos de esteatose em graus avançados: Náuseas, vômitos, perda de apetite podem ocorrer, embora menos comuns.
Ø Aumento do baço(Esplenomegalia) geralmente acompanha cirrose.
Ø Pode ocorrer varizes no esôfago( tubo do aparelho gastrointestinal que leva a comida até o estômago),
Ø Ginecomastia transitoria( aumento das glândulas mamárias), e distúrbios menstruais.
Diagnóstico:
Quadro clínico típico - especialmente em pacientes com alcoolismo crônico, desnutrição, diabetes mellitus mal controlado, ou obesidade; deve-se suspeitar de gordura no fígado.
A confirmação diagnóstica é dada com a biópsia do fígado onde podemos graduar a porcentagem de acometimento do tecido hepático.

Alguns exames de sangue podem auxiliar no diagnóstico:

Albumina: um pouco baixa
Globulinas: geralmente elevadas
Colesterol: geralmente elevadas
Bilirrubina total e fosfatase alcalina elevadas.
Transaminases: elevadas
Tempo Protrombina: possivelmente prolongado.

Outros achados podem incluir:
anemia, leucocitose(aumento de glóbulos brancos), hiperglicemia ou hipoglicemia( aumento ou redução da glicemia), redução das taxas de ferro, ácido fólico e vitamina B12.
Tratamento A principal atitude é corrigir a doença associada ( diabetes, alterações do colesterol, ou seja, eliminar sua causa. Por exemplo, em caso do álcool, abstinência do mesmo,
No caso de obesidade uma dieta adequada pode começar a corrigir alterações hepáticas dentro de 4 a 8 semanas.
Atividade física de rotina.

Algumas considerações

Fornecer apoio ao paciente e sua família é um elemento importante para o atendimento do paciente com esteatose.

Sugerir aconselhamento para os doentes alcoólicos e prestar apoio emocional à família.

Ensinar ao paciente com diabetes e sua família sobre o cuidado adequado, tais como o efeito das injeções de insulina, dieta e exercícios.

Enfatizar a necessidade da supervisão médica a longo prazo.

Orientar o paciente obeso e sua família sobre a dieta adequada.

Advertir contra dietas da moda, que normalmente são nutricionalmente inadequadas. O importante é a reeducação alimentar.

Sugerir mudanças na dieta e procurar um nutricionista.

Recomenda-se supervisão médica para um paciente que esteja com mais de 20% de sobrepeso.

Exercícios físicos, medicamentos antioxidantes,

Retirar drogas hepatotóxicas
Orientar o paciente que o acúmulo de gordura no fígado é reversível apenas se ele segue estritamente o programa terapêutico, caso contrário, riscos permanentes de maiores danos hepáticos, como a cirrotização do órgão podem ocorrer sendo necessário o transplante de fígado.
Mais informações:
http://www.doencasdofigado.com.br/
Dra. Eloiza Quintela

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