6.22.2012

O futuro e a consciência ecológica

Pais das pequenas estrelas da Rio+20 falam sobre futuro

Josephina e Erasmus têm 7 meses de idade e pais engajados.
'Espero que eles possam amar a humanidade', diz a sueca Sylvia.

Mariucha Machado e Andressa Gonçalves  
Do G1 RJ

Josephina nasceu dia 22 de outubro do ano passado, na Alemanha. Erasmus, cinco dias depois na Holanda. Os dois bebês - ou, na verdade - seus pais se conheceram na Rio+20 após uma reportagem do G1, no início da Conferência da ONU, ter identificado os dois como os mais jovens participantes do encontro de sustentabilidade.

Ao final do encontro, o G1 resolveu promover mais uma conversa entre as duas famílias, para que eles pudessem falar sobre o futuro - dos bebês e do planeta.
O papo - que está no vídeo acima - naturalmente foi interrompido algumas vezes por gritos agudos dos bebês e uma reclamação de Erasmus, que estava com fome. "Ele adora frutas brasileiras, especialmente manga", conta a sueca Sylvia Vinhuyzen, professora da Universidade de Wageningen, na Holanda.
Josephina Hudson e o pai, Christian Hudson (Foto: Alexandre Durão/G1) 
Josephina Hudson e o pai, Christian Hudson (Foto: Alexandre Durão/G1)
Junto com o marido Onno Vinhuyzen, holandês que trabalha para uma ONG que prega valores éticos nas relações comerciais, ela veio ao Rio pela segunda vez na vida. Já havia estado aqui na Eco 92, e continua esperançosa. "É uma experiência muito poderosa ter gente do mundo todo discutindo problemas em comum. Só de termos algum tipo de consenso, é maravilhoso". Eles vão passar mais alguns dias visitando a cidade e exibindo, orgulhosos, o filho. "Ele já foi reconhecido até na fila do supermercado", conta Onno, rindo. Com as câmeras ele está acostumado. O único problema de Erasmus, até agora, foi com os mosquitos brasileiros. Ele foi atacado na primeira noite, e até hoje tem pequenas mordidas no rosto.

Os pais de Josephina também estavam correndo. A mãe, a alemã Maja Göpel, chegou atrasada à entrevista porque ficou presa em uma das mesas da Rio+20 discutindo como os governos podem ajudar as futuras gerações. O pai, Christian Hudson, esperava pacientemente lendo um livro policial no Kindle. Durante toda a Rio+20 ele passeou pelos pavilhões carregando a filha em um "canguru" cinza. Às vezes cruzava com Onno, que carregava o filho em outro vermelho. Pelo menos na Rio+20, os pais é que ficaram responsáveis pelos filhos na maior parte do tempo.

Christian e Maja pretendem ter mais filhos - um ou dois - e ter uma vida ambientalmente correta. "Nós temos um trailer antigo que usamos para passear nas florestas. Em Berlin andamos de bicicleta", diz Christian, que trabalha com desenvolvimento sustentável na nova "economia verde". Eles também procuram comer alimentos orgânicos, muito mais fáceis de encontrar na Alemanha do que no Brasil. "Eu diria que 90 % do que consumo é orgânico".
Para os dois casais, a viagem com os filhos foi enriquecedora. "Acho que nos devemos dar tudo aos nossos filhos para que eles possam amar não só a família, mas também a humanidade", diz Sylvia, confiante. "Quero que nossos filhos aprendam que estranhos também podem ser amigos, e assim o mundo será um lugar diferente. E, quem sabe, a Rio+40 será uma experiência ainda mais bonita".
Sylvia Vinhuyzen brinca com o filho Erasmus (Foto: Alexandre Durão/G1)Sylvia Vinhuyzen brinca com o filho Erasmus (Foto: Alexandre Durão/G1)

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