3.17.2015

Cuidado com os analgésicos


D
Eles são vendidos sem receita, mas estão longe de ser inofensivos.
Um comprimido contra dor e febre engrossa as filas para
transplante de fígado. Outro da mesma classe eleva em 40% a probabilidade de panes cardíacas em gente com predisposição a elas.
E um terceiro pode gerar quadros de anemia. Não, não estamos falando
 de novos fármacos, cujos efeitos a longo prazo ainda são desconhecidos.
 Os responsáveis por esses transtornos são, respectivamente, paracetamol, diclofenaco e ácido acetilsalicílico, conhecidos analgésicos e
anti-inflamatórios.
Nos Estados Unidos, a cada ano ocorrem 16,5 mil mortes por
uso crônico de remédios contra dor e inflamação. O paracetamol,
por exemplo,
é a causa de pelo menos 80 mil internações naquele país.
E mais: um estudo da Universidade de Edimburgo, na Escócia,
revela que até pequenas doses, se tomadas a torto e a direito,
são capazes de prejudicar o fígado pra valer.
O diclofenaco, por sua vez, recentemente foi associado com um
maior índice de mortes por infarto. Até o ácido acetilsalicílico,
introduzido nas farmácias em 1899, não está acima de qualquer
suspeita. Tomá-lo sem critério pode levar a hemorragias no
intestino e, assim, à anemia.

Ficou claro que não dá para ficar engolindo uma drágea

 atrás da outra sem consultar um especialista, né?

Use o bom senso

Atenção: não precisamos nos entupir de analgésicos para
extrapolar o limite recomendado. Em média, tomar mais do
que três cápsulas ao dia, por uma semana, abre as portas para
 a gastrite em quem tem predisposição. Especificamente sobre
o paracetamol, colocar um comprimido de 750 miligramas
para dentro do corpo de quatro em quatro horas já sobrecarregaria
 o fígado.
Quando empregados com parcimônia, os analgésicos são,
sim, aliados do bem-estar. Não é o caso de ficar um tempão
sentindo dor, porém, se você lançou mão de comprimidos
 por dois ou três dias e o incômodo não cedeu ou até cede,
retorna, é hora de procurar um médico.
Inclusive porque a utilização prolongada faz com que os
 princípios ativos parem de funcionar ou, acredite se quiser,
promovem até mais dor. Isso acontece porque pessoas que
tomam muito remédio reduzem a capacidade de suportar
e podem começar a sentir desconfortos até sem uma razão
aparente.

Procure alternativas

Aliviar a dor com remédio só quando não houver outra saída mesmo. Acupuntura, por exemplo, funciona bem contra problemas musculares e articulares e cefaleias tensionais. E até a alimentação tem seu
valor aí: comer fontes de ômega-3, como salmão ou atum,
fomenta a produção de substâncias que ajudam a reparar e desinflamar 
os tecidos.

Sem exageros nos exercícios físicos

A prática de esportes, apesar de saudável, comumente culmina
em desconfortos – em especial se o ritmo é muito desgastante.
Para não ter que recorrer sempre aos analgésicos,
evite intensidades altíssimas e  invista nos exercícios
de reforço muscular. Essa estratégia deixa o corpo
resistente aos trancos e aos movimentos bruscos
que ocorrem durante a realização de várias modalidades.


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