3.18.2015

O papel do PT agora


O país acordou ontem (2ª feira, 16) sob o impacto das 
manifestações do domingo, amplamente convocadas durante 

todo o dia pela mídia de oposição e, de forma envergonhada, 
pelos partidos, a começar pelo PSDB. Envergonhada, sim,
 porque muitos participantes manifestavam repúdio a toda a 
classe política, a todos os partidos.
De maneira geral, as palavras de ordem das manifestações 
foram contra o governo Dilma e contra o PT e suas lideranças. 
Os manifestantes pediram a saída da presidenta da República 
e/ou seu impedimento. Os que foram às ruas se manifestaram 
contra a corrupção. Interessante, que na cruzada contra a
 corrupção, 
estivesse, à frente da manifestação na capital gaúcha, o PP, 
partido cuja bancada – e mais um suplente – no Rio Grande 
do Sul está toda sendo investigada na 
operação Lava-Jato.
Ainda sobre a contradição entre as manifestações e a bandeira
 contra a corrupção, em Brasília, o senador Agripino Maia (RN),
 presidente nacional do DEM, desfilou entre os manifestantes, 
apesar de um empresário potiguar ter denunciado que ele teria
 recebido propina de R$ 1 milhão. Só para não deixar passar:
 muitos dos que têm conta bancária suspeita no HSBC na
 Suíça – escândalo Swissleaks – estavam nas rua ou aplaudiam 
na midia os protestos contra a corrupção.
O que se viu, pelas bandeiras e palavras de ordem mais
 frequentes na manifestação, é que os que protestam 
– a classe média alta e a classe média – não têm propostas 
e demandas a apresentar ao governo. Querem derrubar a 
presidenta.
Uma minoria, ainda bem, pedia a volta dos militares
Nos protestos do domingo, uma minoria pedia a volta dos 
militares. Uma minoria, ainda bem, que vem se mantendo 
ativa, o que muito nos preocupa. Ela expressa a posição de
 uma  parcela do eleitorado e da cidadania. Uma parcela 
estimulada ao longo do tempo pela mídia de direita e pela 
posição defensiva do governo e mesmo do PT.  Se a posição
 de enfrentamento fosse outra, certamente esses nazifascistas 
teriam se recolhido aos seus quintais.
Já nós, da esquerda, na manifestação da 6ª feira passada (13),

  provamos que podemos e devemos também ocupar as ruas

 como sempre fizemos. Temos todas as condições e devemos
 fazer a disputa política. Temos a obrigação de mobilizar
 aqueles que reivindicam o legado de Lula e os avanços
 sociais e
 econômicos dos últimos 12 anos.
Mobilizar os que se opõem ao ajuste fiscal nas bases em

 que está sendo implantado e exigir medidas de taxação 
dos ricos e das altas rendas é, no mínimo, nossa obrigação.
 Temos de instituir no país um imposto progressivo de renda, 
sobre grandes fortunas, heranças e doações, sobre lucros e
 dividendos e sobre lucros extraordinários.
Temos que sustentar a posição histórica da esquerda e deixar
 claro não ser aceitável que os trabalhadores e os pequenos

 empresários paguem o preço do ajuste. E exigir uma reforma
 política já, que ponha fim ao domínio do dinheiro das doações
 empresariais nas eleições. Como, aliás, já decidiu a maioria do STF.
Nos Estados governados pelo PSDB os escândalos
 tucanos são engavetados
Defendemos a Petrobras e o modelo de partilha aprovado 
soberanamente pelo Congresso Nacional. E somos contra 
sua privatização. Nunca fomos passivos frente à corrupção.
 Ao contrário. Os governos Lula e Dilma têm assegurado a
 independência das investigações sobre corrupção na empresa
 e no país, diferentemente do passado. Nem todos seguem 
nossos princípios. Nos Estados governados pelo PSDB, então,
 os escândalos tucanos ficam nas gavetas, como assistimos 
no caso Siemens-Alstom em São Paulo, ou em relação à lista
 de Furnas, mais uma vez deixada de lado pela Justiça.
A mobilização do dia 13 convocada por entidades e personalidades
 da sociedade civil  prova que, sem pedir autorização para ninguém,
 podemos sair às ruas e defender a democracia e o legítimo
 resultado das eleições de 2014. Sem medo, e com uma
 plataforma objetiva de demandas para o governo Dilma.
Temos, como militantes petistas, que cumprir nosso papel. 
Temos que lutar por nossos objetivos, mas, acima de tudo,
temos que defender o mandato legítimo e constitucional da
 presidenta da República. Por isso, temos que repudiar, 
com todas as nossas forças e em qualquer circunstância, 
as tentativas golpistas contra o mandato popular conferido
 a presidenta Dilma.
Ser contra o golpe da direita, não significa abrir mão de
 nossos direitos. Vamos defender a presidenta Dilma,
 mas vamos, ao mesmo tempo, nos organizar, para reduzir
 os impactos do ajuste fiscal sobre os trabalhadores.
 Os sacrifícios têm que ser divididos com as grandes fortunas,
 os ricos. Nossa tarefa exige organização e coesão. Vamos à luta.
1REPLY
  1. Roberto paiva Jr.says:
    Na minha opinião o Papel do PT é manter o rumo, pois milhões foram retirados da pobreza extrema, o acesso à educação e à saúde cresceu vertiginosamente, entre outras grandes conquistas; então, só se tem a lamentar que setores da oposição, descontentes porquê foram derrotados nas urnas, exibam suas garras anti-democráticas. O remédio para esse mal chama-se DEMOCRACIA. Vamos em frente !!!

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