9.22.2010

O Amor e o Poder...


Enquanto as mulheres se dignificam através do amor, os homens se dignificam através do poder. A mulher passa a vida buscando ser feliz no amor, amar e ser amada e se não encontra, constitui família e tal, é vista na sociedade e até por ela mesma, como: “não dei certo”. O homem que não é provedor, respeitado, realizado profissionalmente, ou atinge a supremacia, é visto pela sociedade e até por ele mesmo, como: “não dei certo”.

Essa relação Amor e Poder é bem interessante.

Por conta dessas “dignificações”, homens e mulheres assumem papeis, ou se frustram neles inconscientemente. A mulher deve ser a dadivosa, amável e sempre aberta a se relacionar. O homem deve ser seguro, confiante, realizador e poderoso.

O problema é que em tempos modernos não sabemos mais a linha do meio entre o que queremos, devemos e podemos. O amor é genuíno, o poder é conquistado, ou transcende de dentro para fora. O amor nos conecta a pessoas e o poder é o ato de ser eficaz.

Fazendo um paralelo de amor e poder, a mulher se dignifica pela quantidade de amor que acumulou ao longo da vida e o homem da quantidade de poder alcançado. Porém, não mais paralela é essa relação quando compensamos nossa carência de amor exercitando o poder.

Garanto que você nem eu fazemos isso, mas muitos buscam essa compensação. Segundo Carl Gustav Jung (Psiquiatra suíço, fundador da psicologia analítica): "Onde reina o amor, não há vontade de poder, e onde domina o poder, falta o amor. Um é a sombra do outro."

Com isso, começamos a entender as “dignificações” citadas à cima e como elas se cruzam – movidas pela carência tanto do amor, como do poder. “Não tenho amor, mas tenho poder” ou “Não tenho poder, mas tenho amor”.

O amor e o poder devem caminhar juntos, assim como homens e mulheres, pois um é a soma do outro. Afinal o que importa ou resulta dos dois, ou de nós dois, é o prazer que se/me proporciona.
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Júlia fez uma severa dieta para perder os quilos excessivos. Estava feliz se sentindo bonita, até Gustavo, seu marido, lhe dizer delicadamente: “Se não fossem as suas estrias, você seria uma gata.”

Paulo ia fazer uma exposição oral para ser aprovado num concurso. Era a última etapa. Antes de sair de casa, Mara, sua mulher, lhe disse carinhosamente: “Estou torcendo por você... só fico preocupada porque você nunca consegue se expressar bem.”

Exemplos de “derrubadas” assim não são raros. Há casais em que os ressentimentos dominam a relação, e eles não são capazes de se unir nem de se separar. Encontramos com frequência relações amorosas em que há luta pelo poder. Muitas vezes, o poder, que se mascara como amor, assume um papel bem importante na união de duas pessoas. “Estou fazendo isso para o seu bem”, é uma frase que pode significar justamente o contrário.

O psicoterapeuta americano Michael Miller, estudioso do tema, diz que se observam em relacionamentos com essa característica duas pessoas preocupadas em atacar a segurança ou a autonomia uma da outra, provocando recíproca ansiedade. Apesar de nenhuma delas estar preparada para abrir mão do relacionamento, cada uma tem como objetivo tomar o controle dele. Em sua busca de poder na relação atacam-se os pontos mais vulneráveis do parceiro (a). Usam-se ameaças, alimentam-se o medo e a dúvida, de forma a paralisar a vontade do seu oponente. Cada troca de palavras sugere um significado diferente do que apresenta na superfície porque praticamente cada coisa pode ser utilizada para prolongar a batalha pelo controle.

Alguns casais vivem assim quase o tempo todo. Muitos deles passam a vida juntos, frios um com o outro, sem comunicação, talvez com frequentes explosões — como duas pessoas que se esforçam para evitar brigas “por causa das crianças” ou para não escandalizar os vizinhos, mas, acima de tudo, para manter o casamento mais ou menos intacto.

Quando falam de separação, é mais uma tática de intimidação do que a de real intenção de se afastarem. Falam de várias coisas, mas todos os tópicos estão contaminados pela luta pelo poder que impele a ambos. Cada um se sente roubado e tenta controlar o outro de modos diferentes: ela reclama por mais intimidade; ele exige mais liberdade, por exemplo. Na realidade, amor e poder nunca vão funcionar bem juntos. Não é novidade que toda relação íntima deve levar em conta as necessidades de cada uma das partes, tanto para o estar juntos como para a autonomia.
Regina Navarro Lins
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Todo poder que procura dominar é contrário ao espírito do Amor. “Amar é renunciar o poder que domina, para abraçar o poder que liberta e promove a vida [...] O poder domina e inibe. O amor liberta e torna as pessoas criativas”.

Autoridade não deve ser imposta, mas proposta, exposta e disposta. Isto é: em vez de se valer de coação para se impor, ela deve ser proposta, imbuída de propósitos definidos; exposta à avaliação, e disposta a servir e a mudar quando necessário.

Muitos se escondem por trás de uma fachada autoritária e dominadora. Acham que podem compensar sua carência de amor através do exercício do poder. É frustrante e revoltante ver alguém tentando dominar a outros para compensar seu sentimento de inferioridade e mesquinhez.

Não é preciso humilhar ninguém, nem tentar apagar a luz dos outros, para que a nossa luz brilhe.
Autor Desconhecido

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