9.23.2010

A inesgotável riqueza do nada:

O “nada”- ou os vazios quânticos - é uma das principais preocupações da ciência, atualmente. No “nada”, desconfiam os cientistas, parece está a matriz do Todo. Ou de tudo. Ou do universo material em que vivemos. “O vazio está cheio de alguma coisa que não é matéria”, define Henri Laborit, biólogo francês conhecido pelo seu materialismo radial e a intolerância com as tendências místicas de alguns cientistas. No vazio quântico há tudo e nada, ao mesmo tempo. Alguns físicos simplificam a questão e dizem que no vazio/nada há “informação” assim pensava o brasileiro Mário Shemberg. Laborit considera essa definição insuficiente e dá uma explicação mais elaborada para o conteúdo do “nada”: “Variações de campos elétricos provocados pelo epicentro da matéria e que persistem quando a matéria já lá não está”. Outro físico, David Bohm, fala de “ordem implícita”. Ele quer dizer: a matéria está implícita no “nada”- no vazio há pré-forma; é o molde invisível do molde visível - que somos nós e as coisas. Beneviste, pesquisador francês, provou que a matéria tem memória. Realizou experiências mostrando que, quando a matéria deixa de existir num ponto , ficam os vestígios. Até água deixa esses vestígios - ou memórias. As experiências de Benveniste foram testadas em vários laboratórios e os resultados comprovaram a afirmação, à primeira vista fantástica. Burr e Sheldrake, dois biólogos, dizem ter identificado “campos de vida”, ou campos morfogenéticos. É mais ou menos como a “ordem implícita” de Bohm no reino biológico: cada organismo teria uma pré-forma da qual os genes seriam apenas mensageiros materiais. Esse conceito também é chamado de “modelo organizador biológico”. Einstein, no seu intuicionismo avassalador, pensou ter identificado no universo essa força invisível contida no “nada” - a ordem implícita de Bohm - e a incluiu num sistema conhecimento como “constante cosmológica”. Desacreditada - e até repudiada pelo próprio Einstein, depois - a constante foi recentemente reabilitada com as descobertas do Telescópio espacial Hubble. Aliás, com a não descoberta, pois o Hubble não detectou a chamada “massa invisível”. Essa massa era a explicação dada pelos astrônomos para ocorrências cósmicas inexplicáveis pelo volume de massa visível. Ou seja: a massa detectável no universo não bastaria para produzir o próprio universo. Deveria haver massa oculta e que constituiria 90% de todo o cosmos. O Hubble demoliu essa crença e pôs no seu lugar uma explicação parecida com a constante cosmológica. A de que há alguma coisa muito poderosa no “nada” dando origem ao todo - e muitos até a estão chamando de Deus. Para o físico inglês Sepphen Wawking isto não é novidade. Ele já vem falando da “mente de Deus” para justificar o comportamento da matéria que volta para o “nada” pelas goelas dos insaciáveis buracos negros e atravessa a barreira do tempo
por Jose Laercio Egito

NADA

Filosofia
Ao se pensar no “nada”, associamos em nossa mente a ausência de qualquer coisa que seja, o vazio absoluto. O nada foi pensado como conceito pelos filósofos que questionavam inclusive se "o nada existe?". Ao definir o nada como a ausência de qualquer coisa, então do próprio existir, Kant apresentou a existência do nada como um "pseudoproblema", uma falsa questão. Sartre vai tratar o nada em oposição ao ser, que é o existir de algo.
Heidegger, cujo pensamento foi influenciado pelos místicos, trata em sua aula inaugural, "Que é Metafísica?", que a pergunta fundamental da metafísica é "por que existe o ser e não o nada?" (ou "por que existe afinal ente e não antes nada?", e esta pergunta, pelo cosmólogo brasileiro Mário Novello, também é a pergunta fundamental da cosmologia, quando tenta tratar como surgiu o universo, que seria o maior objeto que a ciência pode tratar.
Física
Fisicamente é preciso distinguir três coisas: o vácuo, o vazio e o nada. O vácuo é um espaço não preenchido por qualquer matéria, nem sólida, nem líquida, nem gasosa, nem plasma, nem mesmo a matéria escura. Mas pode conter (isto é se o conceito de conter, puder ser aplicado aqui) campos: campo elétrico, campo pseudo-magnético, campo gravitacional, luz, ondas de rádio, raios X, ou outros tipos de radiação bem como outros campos e a denominada energia escura. Pode também estar sendo atravessado pelas partículas não materiais mediadoras das interações. O vácuo possui energia e suas flutuações quânticas podem dar origem à produção de pares de partícula e anti-partícula.
O vazio seria um espaço em que não houvesse nem matéria, nem campo nem radiação. Mas no vazio haveria ainda o espaço, isto é, a capacidade de caber algo, sem que houvesse. No universo não existe vazio, pois todo o espaço, mesmo que não contenha matéria, é preenchido por campo gravitacional, outros campos e pela radiação que o atravessa, de qualquer espécie.
No nada não existe nem o espaço, isto é, não há coisa alguma nem um lugar vazio para caber algo. O conceito de nada inclui também a inexistência das leis físicas que alguma coisa existente obedeceria, dentre elas a conservação da energia, o aumento da entropia e a própria passagem do tempo. Sendo o espaço o conjunto dos lugares, isto é, das possibilidades de localização, sua inexistência implica na impossibilidade de conter qualquer coisa. Isto é, não se pode estar no nada. O nada é, pois, um não-lugar.
Por definição, quando se fala de existência se fala da existência de algo. O nada não é coisa alguma, logo não existe. O nada é um signo, uma representação linguística do que se pensa ser a ausência de tudo. O que existe são representações mentais do nada. Como uma definição ou um conceito é uma afirmação sobre o que uma coisa é, o nada não é positivamente definido, mas apenas representado, fazendo-se a relação entre seu símbolo (a palavra "nada") e a idéia que se tem da não-existência de coisa alguma. O "nada" não existe, mas é concebido por operações de mente. Esta é a concepção de Bergson, oposta à de Hegel, modernamente reabilitada por Heidegger e Sartre, de que o nada seria uma entidade de existência real, em oposição ao ser.
O nada e cosmologia moderna
Dentro de deterinadas teorizações em Cosmologia, como de acordo com o modelo padrão da cosmologia (o Big bang), o Universo surgiu de uma singularidade primordial que, no instante zero, iniciou sua expansão, gerando tudo o que existe, inclusive o tempo e o espaço. Nesta singularidade estava todo o conteúdo de matéria-energia que existe. Antes, porém, não havia coisa alguma, nem vácuo, nem energia, nem leis físicas, nem espaço vazio para se ter alguma coisa nem mesmo o tempo decorria. Seria o nada.
Porém, existem determinadas teorizações que afirmam que o Big Bang não produziu o universo a partir do nada e sim a partir de um estado anterior que pode inclusive ser a contração de um universo anterior. A estes modelos cosmológicos, chamam-se modelos cíclicos, genericamente. entre os diversos existentes, destacam-se o modelo cíclico e suas diversas variações, o modelo de Big Bounce (grande "rebote") e o modelo universo oscilante. Nestes modelos, sem exceção, o que seja o Big Bang é apenas um ponto inicial de onde o universo iniciou sua expansão, estando ali em alta densidade e temperatura, até chegar a sua atual apresentação no presente. Nestes modelos, sem exceção, o universo seria eterno (e até, com definições mais complexas do que seja esta eternidade) e sempre existiu, jamais se originando do nada. Em outras palavras, sempre teria existido algo.
Gramática
Em gramática, pode ser tanto para descrever a falta de argumentos como para decrever algo que não se encaixou no pretendido.
Exemplos:
Ele não disse nada.
Neste caso, ele não disse nenhuma palavra.
Ele não disse nada do que eu pedi.
Neste caso ele disse algo, mas nada que se encaixou no pretendido.
Matemática
Matematicamente o conceito de nada é equivalente ao de "conjunto vazio", que é o conjunto que não possui elementos, mas é um elemento do conjunto dos subconjuntos de um conjunto. Assim este "nada" matemático, seria sempre um dos elementos de qualquer conjunto. Esta concepção, aplicada à física, todavia, não possui base fenomenológica sustentável, pois a física não é a matemática em si, embora se possa tratar as coisas físicas por modelos matemáticos, ou modelos físico-matemáticos, construindo-se física.
Deve-se destacar que um ponto, da geometria, que não possui dimensão, também não pode ser associado ao conceito de "nada" diretamente, pois sendo um ponto, não pode ser o nada plenamente definido na
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