1.31.2011

ALIMENTAÇÃO INFANTIL E PUBLICIDADE

Alimentação infantil e publicidade
Saiba como o incentivo ao consumo de alimentos nada saudáveis pode prejudicar a saúde dos pequenos.

Se os adultos não conseguem resistir aos encantos de uma boa publicidade, imagine o tamanho do poder que ela exerce sobre as crianças. Seja para vender brinquedos, dos mais educativos aos mais elaborados, ou para vender alimentos, a propaganda se transformou na arma mais forte e letal das grandes indústrias. O problema é quando está quando o consumismo acaba atrapalhando a saúde dos pequenos.

Uma pesquisa realizada pela Faculdade de Saúde Pública (FSP) da USP mostrou que peças publicitárias de alimentos na televisão induzem diversas crianças a acreditar que determinados alimentos são bons, mesmo que não falem de benefícios à saúde e que estes produtos prejudiquem, de alguma maneira, o bom crescimento infantil.

Ao todo 15 crianças, de 10 a 12 anos e 15 mães participaram da pesquisa, sendo que cada um deles foi entrevistado para avaliar a maneira como percebem a publicidade de produtos alimentícios na televisão. Também foi analisada a programação dos dois canais de maior audiência para o público infantil, de segunda à sexta-feira.

“Entre as crianças pesquisadas, 26% viam mais de 3 horas de televisão durante a semana e 40% assistiam 6 horas ou mais no final de semana”, conta o nutricionista Alexander Marcellus, responsável pelo estudo.

O tipo de alimento mais veiculado foi o fast-food, também apontado como o preferido pelas crianças, ao lado dos refrigerantes e dos produtos lácteos. “Elas possuem uma memória voltada para aquilo que aparece na televisão. Embora já diferenciem a propaganda do restante da programação, sentem vontade de consumir os produtos e pedem aos pais para comprar”, ressalta.

E a questão fica ainda mais grave quando se comprova que nenhum dos alimentos anunciados no período acompanhado pela pesquisa é considerado saudável. De acordo com o nutricionista: “A publicidade transmite uma ideia errada sobre a qualidade nutricional, ludibriando crianças que alimentos ricos em açúcar ou gorduras são saudáveis, por exemplo”.

O pesquisador relata que em alguns casos, apesar da veiculação de informações verdadeiras, não há honestidade nos anúncios, o que fere a ética publicitária. “Mostra-se que um suco de frutas não tem conservantes, mas é omitida a presença de outros aditivos que podem ser prejudiciais à saúde.”

Mas, como os alimentos são comprados pelos pais, o especialista alerta para a importância da participação dos adultos nesta luta pela busca de uma alimentação mais saudável desde cedo. “As mães entrevistadas na pesquisa não souberam identificar os publicitários como responsáveis pelos anúncios de alimentos. Entretanto, 40% não concordam que a publicidade tenha que ter apelo à criança. É importante ressaltar que os pais, não apenas estão entre os responsáveis pelos hábitos alimentares dos filhos, como também servem de influência, por isso, precisam de orientação
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