8.06.2011

Hábitos saudáveis não são o segredo de uma vida mais longa

NOVA YORK - Você precisa de bons hábitos para chegar aos 100 anos? Talvez não. Uma pesquisa do Albert Einstein College of Medicine com judeus asquenazes - descendentes da Europa Leste e Central, grupo geneticamente mais homogêneo - mostrou que fumo, bebida e sobrepeso faziam parte de suas vidas. Por que então eles viveram mais?

No estudo, os pesquisadores acompanharam 447 asquenazes centenários (com 95 anos ou mais que vivem de forma independente) e perguntaram sobre seus hábitos de vida atual e no passado. Usando dados de 1970, os pesquisadores compararam o grupo longevo com outro grupo, de três mil pessoas nascidas no mesmo ano que eles mas que não conseguiram viver tanto. E os hábitos dos que viveram mais não eram mais saudáveis que dos outros, pelo contrário.
Quarenta e três por cento dos homens centenários relataram exercícios regulares de intensidade moderada, menos que os 57% do outro grupo. Cerca de 24% dos homens do grupo longevo bebiam álcool diariamente, mais que os 22% do outro grupo. Entre as mulheres, o mesmo percentual nos dois grupos relatou seguir dietas de baixas calorias.
Cerca de 30% das mulheres que viveram muitos anos eram fumantes (contra 26% do outro grupo) e cerca de 60% dos homens centenários fumavam, contra 74% do grupo que viveu menos.
Homens e mulheres nos dois grupos tinham tendência ao sobrepeso, a diferença era uma probabilidade menor para obesidade no grupo longevo - apenas 4,5% dos homens no grupo mais velho contra 12% do outro grupo, padrão similar encontrado entre as mulheres.
Até a crença de que o pensamento positivo ajudaria na longevidade foi desbancada pela pesquisa: só 19% dos que viveram mais acreditavam que uma "atitude positiva" tinha algum papel na longevidade. E apenas 6% deram crédito à fé religiosa ou à espiritualidade.
- É possível que qualquer pessoa que tenha nascido em 1910 e passado pela Depressão e muitas guerras esteja olhando para a vida agora e dizendo 'é boa, eu deveria ser feliz?' - disse o médico Nir Barzilai, coordenador do estudo, ao "New York Times".
O globo

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