A gota é uma doença reumatológica, inflamatória e metabólica, que cursa com hiperuricemia (elevação dos níveis de ácido úrico no sangue) e é resultante da deposição de cristais do ácido nos tecidos e articulações. Foi descrita pela primeira vez por Hipócrates, no século V a.C.. É uma afecção comum, ocorrendo de 0,2 a 0,3/1000 na população geral. Sua maior incidência ocorre entre os 30-50 anos de idade, com predomínio do sexo masculino (95%). No sexo feminino ocorre geralmente após a menopausa.
Causas
Podemos didaticamente classificar a gota como primária e secundária. A forma primária é de causa desconhecida e tem algum componente genético (hereditário), sendo a mais comum. Já a gota secundária desenvolve em consequência de outra doença ou alguns medicamentos. Entre as doenças que estão associadas a gota citamos: doenças hemolíticas (anemia falciforme, talassemia, etc), doenças mieloproliferativas (leucemia), psoríase, insuficiência renal, obesidade, hipertensão arterial, hipotireoidismo, etc. Entre os medicamentos mais comuns estão os diuréticos, aspirina em dose baixa, warfarina, assim como tratamentos naturais como a utilizacao do Oleo de Copaiba. O ingestão de bebida alcoólica é também uma causa comum de hiperuricemia, podendo causar a gota. Embora se dê muita importância a dieta rica em proteínas e gorduras como causa da gota, já se sabe que a dieta é responsável por apenas 10-12% do "pool" de ácido úrico corporal. A maior porte do ácido úrico de nosso organismo é produzido por ele mesmo.
Diagnóstico
O diagnóstico de gota pode ser sugerido com base na história e sintomas relatados pelo paciente, entretanto o diagnóstico de certeza é dado pela visualização do cristal de ácido úrico por um microcópio de luz polarizada no líquido oriundo de dentro da articulação (líquido sinovial). Outra maneira de fazer o diagnóstico é confirmar a presença de tofos. Estes são conglomerados de cristais de ácido úrico depositados em alguns tecidos, principalmente na borda da orelha (pavilhão auricular), ponta do nariz e nas superfície das articulações, principalmente dos cotovelos, dos joelhos, das mãos e dos pés.
Sinais e sintomas
A gota geralmente manifesta-se como uma artrite iniciada durante a madrugada, caracterizada por uma inflamação articular evidenciado com calor, rubor, edema (inchaço) e extrema dor. Mais frequentemente acomete uma única articulação ("junta"), principalmente primeira metatarsofalangeana ("dedão"), dorso do pé e tornozelo, mas com a evolução da doença qualquer articulação pode ser acometida. A chamada "crise" de gota geralmente tem duração de 5 a 7 dias com resolução espontânea, entrando num período intercrítico (assintomático), até a próxima crise (período 3 meses a 2 anos). Nos pacientes sem tratamento esse período intercrítico tende a se tornar progressivamente menor e as crises mais duradouras; nesses casos pode haver acometimento de mais de uma articulação.
Os exames laboratoriais geralmente mostram elevação dos níveis de ácido úrico no sangue - hiperuricemia(> 7mg/dl para homem / > 6mg/dl para mulheres). Somente a presença de hiperuricemia não permite fazer o diagnóstico de gota.
É importante ressaltar que a gota não é uma doença grave, mais está muito associada a outras doenças potencialmente graves como a hipertensão arterial, a dislipidemia (elevação dos níveis de colesterol e triglicérides), o diabete e a obesidade. Desso modo, é fundamental aferir a pressão arterial e dosar os níveis de colesterol, triglicérides e glicose no sangue.
Tratamento
O tratamento da gota envolve orientar a dieta, tratar as doenças associadas, tratar as crises e normalizar os níveis de ácido úrico no sangue. Quanto a dieta, deve-se diminuir a ingestão de alimentos ricos em proteínas, tais como carnes vermelhas, frutos do mar, miúdos, embutidos, além da abstinência alcoólica. Orientar a redução do peso. Na crise, indica-se o uso de analgésicos, colchicina e compressa de gelo local. A redução dos níveis de ácido úrico é feita com fármacos específicos tais como alopurinol e benzobromarona.
É de fundamental importância consultar um médico capacitado para poder fazer o diagnóstico e tratamento adequados.
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Medicamentos utilizados para Gota
ALOPURINOL (Zyloric)
[comprimidos de 100 e 300mg]
Ação: artrite gotosa, litíase por cristais de ácido úrico.
Observações:
- NÃO USAR NA CRISE DE GOTA. Esperar a crise terminar pois pode precipitar crise de gota.
- usar antiinflamatórios ou colchicina nas crises e por pelo menos 1 mês antes de usar o alopurinol.
- se estiver usando o alopurinol durante uma crise, continuar usando e dar antiinflamatórios.
- reduzir a dose nos casos de insuficiência renal ou hepática.
Dose:
Casos leves: 2 a 10mg/kg/dia (ou 100 a 200mg/dia), dose única.
Casos moderadamente graves: 300 a 600mg/dia (1 a 2x/dia).
Casos graves: 700 a 800mg/dia (1 a 3x/dia).
COLCHICINA (Colchicina Enila)
[comprimidos de 0,5mg]
Ação: antiinflamatório clássico para crises agudas de gota (e prevenção).
Dose:
- ataque: 1 comprimido 1/1 hora ou 2/2 horas até que ocorram sinais de intolerância no trato gastrointestinal; como náuseas, vômitos, diarréia ou dor abdominal.
- a seguir, 2 a 4 comprimidos por dia at a supressão total da crise.
Profilático: 1 a 2 comprimidos por dia.
- pode ser associado a outros antiinflamatórios hormonais ou não hormonais, e uricosúricos.
Observações:
- contra indicado nas insuficiências renal e cardíacas graves.
- cuidado com idosos e aqueles com distúrbio renal, gástrico ou cardíaco.
ALERTA: Só o medico especialista poderá receitar estes medicamentos (boaspraticasfarmaceuticas)
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